Bolívia e Equador retiram embaixadores após impeachment


Após a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff, o presidente do Equador, Rafael Correa, disse hoje (31) que vai chamar de volta o representante do país no Brasil. A informação foi divulgada por meio de seu perfil no Twitter.

“Destituíram Dilma. Uma apologia ao abuso e à traição. Retiraremos nosso encarregado da embaixada. Jamais compactuaremos com essas práticas, que nos recordam as horas mais obscuras de nossa América. Toda a nossa solidariedade à companheira Dilma, a Lula e a todo o povo brasileiro. Até a vitória sempre!”

Também por meio das redes sociais, o presidente da Bolívia, Evo Morales, já havia dito que chamaria seu representante no Brasil de volta, caso o impeachment de Dilma fosse aprovado no Senado Federal. No Twitter, ele escreveu:

“Se prosperar o golpe parlamentar contra o governo democrático de Dilma, a Bolívia convocará seu embaixador. Defendamos a democracia e a paz.”

Resultado

Por 61 votos a 20, o plenário do Senado decidiu pelo impeachment de Dilma. Não houve abstenção. A posse de Michel Temer ocorrerá às 16h.

Depois de aprovar a perda do mandato, o Senado manteve, por 42 votos a 36, os direitos políticos de Dilma. Com isso, ela pode ocupar cargo público. Foram registradas três abstenções.

Imprensa internacional diz que impeachment de Dilma esconde problemas do Brasil


A imprensa internacional deu nesta quarta-feira (31) ampla cobertura sobre a aprovação do impeachment da presidenta Dilma Rousseff no Senado Federal. O jornal The New York Times afirmou que a decisão do Senado encerra uma “luta de poder que consumiu a nação [brasileira] durante meses e derrubou um dos mais poderosos partidos políticos do hemisfério ocidental”.

De acordo com o jornal, a votação de 61 votos contra 20 condena Dilma Rousseff por ter manipulado o Orçamento, mas, na verdade, a decisão esconde crescentes problemas econômicos da nação. “Foi muito mais do que um julgamento sobre a culpa [de Dilma]”, disse o jornal. “Foi um veredicto sobre sua liderança e as sortes que deslizam sobre o maior país da América Latina.”

A rede de televisão CBS news afirmou que a decisão do Senado brasileiro “culmina a luta de um ano que paralisou a economia mais poderosa da América Latina e expôs fendas profundas” entre todos os setores da sociedade do Brasil, desde as relações raciais até as decisões sobre gastos sociais.

Outra rede de televisão, a ABC news lembrou que Dilma Rousseff  foi uma referência mundial por combater a corrupção, mas agora é ela própria quem está sofrendo o resultado de uma acusação de ter “supostamente manipulado as finanças do governo para esconder um crescente déficit na arrecadação”.

Em sua edição americana, o jornal britânico The Guardian informou que a decisão do Senado fará com que Dilma Rousseff seja substituída pelos restantes dois anos e três meses de seu mandato por Michel Temer, um político de centro-direita, que estava entre os líderes da conspiração contra sua  ex-companheira de chapa.

O The Guardian fez um rápido balanço do governo de Dilma Rousseff. A publicação revelou que, apesar de nunca perder uma eleição, Dilma sofreu com a redução do apoio político junto à sociedade e junto ao Congresso, em razão da crise econômica, da paralisia do governo e de um escândalo de corrupção maciça que implicou quase todos os principais partidos.

Por mais de dez meses, a líder esquerdista lutou para desmentir acusações de que manipulou fundos para programas sociais e de que assinou decretos para alterar gastos orçamentários, sem a aprovação do Congresso.

A oposição, conforme lembrou o jornal, alegou que estes constituíam um “crime de responsabilidade”. Dilma negou e afirmou que as acusações sobre as operações- igualmente feitas em administrações anteriores  – foram forjadas pelos adversários “incapazes de aceitar a vitória de Partido dos Trabalhadores”.

Dramatização

O jornal francês Le Monde, ao comentar o resultado da votação, afirmou que a dramatização de sua queda, a denúncia de um “golpe” ameaçando a jovem democracia brasileira, seu passado de guerrilheira, seu sofrimento e resistência à tortura durante a ditadura militar (1964-1985) não aplacaram a decisão dos juízes (senadores).

Depois de horas de debate marcado por insultos e lágrimas, os senadores terminaram por aprovar o impeachment de Dilma Rousseff por 61 contra 20, bem acima dos dois terços necessários para a sua saída.

O jornal espanhol El Mundo afirmou Dilma Rousseff já é história no Brasil, mas acrescentou que o impeachment de Dilma “não decreta a pena de morte política da ex-presidenta”, que não ficou inabilitada para ocupar no futuro cargos públicos. Com informações da Agência Brasil.

Veja a íntegra do discurso de Dilma pós-impeachment


A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) fez um pronunciamento na tarde desta quarta-feira (31), após ter seu impeachment aprovado por 61 votos a 20 no plenário do Senado. No pronunciamento, Dilma reafirmou que seu impedimento foi um “golpe parlamentar” e prometeu fazer oposição ao governo Michel Temer (PMDB).

Leia a íntegra do pronunciamento:

“Ao cumprimentar o ex-Presidente Luís Inácio Lula da Silva, cumprimento todos os senadoras e senadores, deputadas e deputados, presidentes de partido, as lideranças dos movimentos sociais. Mulheres e homens de meu país.

Hoje, o Senado Federal tomou uma decisão que entra para a história das grandes injustiças. Os senadores que votaram pelo impeachment escolheram rasgar a Constituição Federal. Decidiram pela interrupção do mandato de uma Presidenta que não cometeu crime de responsabilidade. Condenaram uma inocente e consumaram um golpe parlamentar.

Com a aprovação do meu afastamento definitivo, políticos que buscam desesperadamente escapar do braço da Justiça tomarão o poder unidos aos derrotados nas últimas quatro eleições. Não ascendem ao governo pelo voto direto, como eu e Lula fizemos em 2002, 2006, 2010 e 2014. Apropriam-se do poder por meio de um golpe de Estado.

É o segundo golpe de Estado que enfrento na vida. O primeiro, o golpe militar, apoiado na truculência das armas, da repressão e da tortura, me atingiu quando era uma jovem militante. O segundo, o golpe parlamentar desfechado hoje por meio de uma farsa jurídica, me derruba do cargo para o qual fui eleita pelo povo.

É uma inequívoca eleição indireta, em que 61 senadores substituem a vontade expressa por 54,5 milhões de votos. É uma fraude, contra a qual ainda vamos recorrer em todas as instâncias possíveis.

Causa espanto que a maior ação contra a corrupção da nossa história, propiciada por ações desenvolvidas e leis criadas a partir de 2003 e aprofundadas em meu governo, leve justamente ao poder um grupo de corruptos investigados.

O projeto nacional progressista, inclusivo e democrático que represento está sendo interrompido por uma poderosa força conservadora e reacionária, com o apoio de uma imprensa facciosa e venal. Vão capturar as instituições do Estado para colocá-las a serviço do mais radical liberalismo econômico e do retrocesso social.

Acabam de derrubar a primeira mulher presidenta do Brasil, sem que haja qualquer justificativa constitucional para este impeachment.

Mas o golpe não foi cometido apenas contra mim e contra o meu partido. Isto foi apenas o começo. O golpe vai atingir indistintamente qualquer organização política progressista e democrática.

O golpe é contra os movimentos sociais e sindicais e contra os que lutam por direitos em todas as suas acepções: direito ao trabalho e à proteção de leis trabalhistas; direito a uma aposentadoria justa; direito à moradia e à terra; direito à educação, à saúde e à cultura; direito aos jovens de protagonizarem sua história; direitos dos negros, dos indígenas, da população LGBT, das mulheres; direito de se manifestar sem ser reprimido.

O golpe é contra o povo e contra a Nação. O golpe é misógino. O golpe é homofóbico. O golpe é racista. É a imposição da cultura da intolerância, do preconceito, da violência.

Peço às brasileiras e aos brasileiros que me ouçam. Falo aos mais de 54 milhões que votaram em mim em 2014. Falo aos 110 milhões que avalizaram a eleição direta como forma de escolha dos presidentes.

Falo principalmente aos brasileiros que, durante meu governo, superaram a miséria, realizaram o sonho da casa própria, começaram a receber atendimento médico, entraram na universidade e deixaram de ser invisíveis aos olhos da Nação, passando a ter direitos que sempre lhes foram negados.

A descrença e a mágoa que nos atingem em momentos como esse são péssimas conselheiras. Não desistam da luta.

Quando o Presidente Lula foi eleito pela primeira vez, em 2003, chegamos ao governo cantando juntos que ninguém devia ter medo de ser feliz. Por mais de 13 anos, realizamos com sucesso um projeto que promoveu a maior inclusão social e redução de desigualdades da história de nosso país.

Esta história não acaba assim. Estou certa que a interrupção deste processo pelo golpe de estado não é definitiva. Nós voltaremos. Voltaremos para continuar nossa jornada rumo a um Brasil em que o povo é soberano.

Espero que saibamos nos unir em defesa de causas comuns a todos os progressistas, independentemente de filiação partidária ou posição política. Proponho que lutemos, todos juntos, contra o retrocesso, contra a agenda conservadora, contra a extinção de direitos, pela soberania nacional e pelo restabelecimento pleno da democracia.

Saio da Presidência como entrei: sem ter incorrido em qualquer ato ilícito; sem ter traído qualquer de meus compromissos; com dignidade e carregando no peito o mesmo amor e admiração pelas brasileiras e brasileiros e a mesma vontade de continuar lutando pelo Brasil.

Eu vivi a minha verdade. Dei o melhor de minha capacidade. Não fugi de minhas responsabilidades. Me emocionei com o sofrimento humano, me comovi na luta contra a miséria e a fome, combati a desigualdade.

Travei bons combates. Perdi alguns, venci muitos e, neste momento, me inspiro em Darcy Ribeiro para dizer: não gostaria de estar no lugar dos que se julgam vencedores. A história será implacável com eles.

Às mulheres brasileiras, que me cobriram de flores e de carinho, peço que acreditem que vocês podem. As futuras gerações de brasileiras saberão que, na primeira vez que uma mulher assumiu a Presidência do Brasil, a machismo e a misoginia mostraram suas feias faces. Abrimos um caminho de mão única em direção à igualdade de gênero. Nada nos fará recuar.

Neste momento, não direi adeus a vocês. Tenho certeza de que posso dizer “até daqui a pouco”.

Encerro compartilhando com vocês um belíssimo alento do poeta russo Maiakovski:

“Não estamos alegres, é certo,
Mas também por que razão haveríamos de ficar tristes?
O mar da história é agitado
As ameaças e as guerras, haveremos de atravessá-las,
Rompê-las ao meio,
Cortando-as como uma quilha corta.”

Um carinhoso abraço a todo povo brasileiro, que compartilha comigo a crença na democracia e o sonho da justiça.”

“Governo golpista sofrerá a mais incansável oposição”, afirma Dilma


A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou em um duro pronunciamento feito no Palácio do Alvorada, em Brasília, na tarde desta quarta-feira (31), que o impeachment é um “golpe parlamentar” e prometeu fazer forte oposição ao governo Michel Temer (PMDB). “Eles pensam que nos venceram, mas estão enganados. Haverá contra eles a mais firme, incansável e enérgica oposição que um governo golpista pode sofrer. Essa história não acaba assim. Nós voltaremos”, afirmou Dilma.

“Hoje, o Senado Federal tomou uma decisão que entra para a história das grandes injustiças. Os senadores que votaram pelo impeachment escolheram rasgar a Constituição Federal. Decidiram pela interrupção do mandato de uma Presidenta que não cometeu crime de responsabilidade”, disse a ex-presidente, que estava acompanhada de ex-ministros, senadores e deputados que a apoiaram. Ela começou o discurso cumprimentando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O Senado aprovou hoje o impeachment de Dilma. Foram 61 votos a favor do impeachment, sete a mais do que os 54 necessários, e 20 contrários. Todos os senadores estiveram presentes; nenhum se absteve.

Com o resultado, Dilma é afastada definitivamente da Presidência um ano e oito meses depois de assumir seu segundo mandato. Eleito vice na chapa da petista em 2014, o presidente Michel Temer (PMDB) deixa de ser interino e assume definitivamente o cargo até o fim de 2018.

Apesar de aprovar o impeachment, o Senado manteve os direitos políticos de Dilma. Foram 42 votos a favor da inabilitação da petista, 36 contrários e três abstenções. Para que ela perdesse os direitos, também eram necessários 54 votos.

Para analistas políticos, Temer terá dois anos difíceis à frente do Brasil


Com a confirmação do impeachment da agora ex-presidenta da República Dilma Rousseff, Michel Temer assume em definitivo o cargo. Apesar de, na comparação com sua antecessora, dispor de maior apoio no Congresso Nacional, Temer não terá vida fácil nos dois anos de mandato que ainda restam. Na opinião de especialistas, ele precisará manter sua base parlamentar em cenários de ajuste fiscal e Operação Lava Jato.

Para Débora Messenberg, socióloga política da Universidade de Brasília (UnB), o mandato de Temer se dará em um país dividido e sem o respaldo de uma eleição. “Acho que ele vai ter um governo dificílimo. Serão dois anos de um governo sem respeitabilidade das urnas, com um país dividido e com uma crise econômica internacional. E aqueles que o apoiaram, seja no Parlamento, seja no âmbito dos interesses privados, vão pedir a conta.”

Segundo Débora, Dilma caiu por motivos distintos dos citados no processo. Em seus discursos, alguns senadores chegaram a citar os chamados “conjunto da obra” e “estelionato eleitoral”, endossando a tese da socióloga.

(Foto: AFP)

Mudanças
Por isso, ela avaliou que o momento impõe a necessidade de discutir uma reforma política e o sistema de governo do país. “A falta de apoio é margem para um primeiro-ministro cair e não o presidente. Ou observam as regras democráticas ou fica esse perigo que estamos assistindo.”

Para o cientista político Cristiano Noronha, vice-presidente da empresa de análise política Arko Advice, as discussões devem ser sobre o número de partidos e o que ele chama de “loteamento do governo”.

“Talvez depois desse processo todo, sejam necessárias algumas mudanças do ponto de vista da reforma política para evitar que esse tipo de coisa [o impeachment] volte a acontecer. Se você tem uma Casa menos fragmentada, com um número menor de partidos, onde o presidente não tem de lotear tanto o governo para construir essas maiorias frágeis, talvez reforce mais ainda nossa democracia”.

Desafios

Noronha disse entender que Temer navegará em águas mais tranquilas que Dilma, mas nem por isso terá dois anos fáceis pela frente. Para o cientista político, o novo presidente precisará dar andamento ao ajuste fiscal em meio a novos capítulos da Operação Lava Jato.

“Existem alguns desafios grandes para ele colocar. Justamente aprovar essa agenda de ajuste fiscal que está posta e que não será fácil no Congresso Nacional. O processo da Lava Jato continua e continuará trazendo turbulência ao cenário político”, disse.

“Novas delações premiadas vêm aí. Novos políticos podem ser envolvidos e não se sabe qual partido será atingido. Isso é um fator de instabilidade grande”, completou o cientista político.

Credibilidade

Cristiano citou ainda a importância de ajustar as contas públicas para inspirar credibilidade no mercado financeiro.

“O mercado está aceitando Temer por causa dessa agenda [de ajuste fiscal]. A dúvida é se essas reformas serão aprovadas pelo Congresso Nacional ou se vão sair de lá desidratadas. Se eventualmente fizerem ajustes de tal forma que essas reformas saiam absolutamente desidratadas, aí a instabilidade e insegurança voltam. O grande problema do país é recuperar essa credibilidade fiscal.”

Para Débora, a classe trabalhadora poderá sair perdendo com os cortes que Temer eventualmente promoverá. “Espero que não, mas temo que a classe trabalhadora vá perder muito. Em termos de direitos, de acesso às políticas públicas, pelo que é divulgado por aqueles que organizam a política econômica do país, acredito em muitos cortes nessa direção”.

Temer agora é presidente efetivo do Brasil (Foto: AFP)

Jogo político
Noronha concorda com Débora a respeito do uso de argumentos estranhos ao processo e utilizados para retirar Dilma da Presidência. Segundo ele, considerar outros fatores além das chamadas “pedaladas fiscais” faz parte de um julgamento em uma casa política.

“Num processo julgado por políticos, eles acabam sendo influenciados por outros fatores. Por isso, a economia pesa, a popularidade e personalidade da presidente pesam. Há uma série de outros fatores que acabam interferindo nessa decisão que é política também. É um processo do jogo”.

O cientista acrescentou que, quando a Constituição deu a prerrogativa de julgamento ao Congresso Nacional, assumiu-se que o julgamento não se daria apenas no mérito jurídico, mas também no político.

“Foi assim que estabeleceu o legislador e contra isso a gente não pode lutar, está ali na Constituição. Se fosse um processo estritamente jurídico, não caberia ao Congresso Nacional julgar, mas sim ao Supremo Tribunal Federal”.

Papel da esquerda
Conforme Débora Messenberg, a esquerda do Brasil e do mundo está em crise e precisa se reinventar. “Acho que a esquerda tem de se reinventar no mundo inteiro, não só no Brasil. Depois da queda do muro [de Berlim], temos claramente um projeto liberal e neoliberal em expansão e a esquerda não teve um projeto de fato que enfrentasse. Então, vemos uma série de governos ditos como trabalhistas, mas que acabaram adotando uma política econômica liberal, neoliberal”.

Sobre o PT, bastante atingido pela Operação Lava Jato e pela crise que derrubou Dilma, a socióloga disse acreditar que é um momento de reflexão para o partido. “A partir de agora, o PT já se coloca na oposição. Mas acho que é um momento de reflexão do partido. Afinal, esteve aí [no poder] durante 13 anos e acho que é o momento de avaliação dos seus erros e acertos”.
*Agência Brasil

Impeachment de Dilma ‘é regresso do autoritarismo’, diz Rui em rede social


O governador da Bahia, Rui Costa, afirmou nesta quarta-feira (31) que o impeachment da presidente Dilma Rousseff é um “regresso do autoritarismo e do poderio na marra” no Brasil. Em texto publicado na sua página no Facebook, Rui classificou este dia 31 de agosto como “uma data amarga para a história do Brasil”.

“A presidente da República reeleita pelo povo brasileiro, Dilma Rousseff, é retirada do exercício de sua função pelos representantes deste mesmo povo no Congresso Nacional. O motivo: fome de poder! Seria preciso deixar o partidarismo de lado para votar com a democracia. Seria preciso ouvir e estudar provas para formar suas próprias convicções. Não lutei durante minha juventude para permitir o regresso do autoritarismo, do poderio na marra – revelados no decorrer de todo o processo”, declarou numa publicação feita em tom de desabafo.

O governador disse também que “O sonho de nossos pais, que era viver num país democrático, ainda é o nosso sonho”. “A democracia é grande por causa das liberdades e transformações que gera. E está mais certo do que nunca que ainda temos muito a fazer para a sua consolidação. Vou continuar lutando de forma intransigente em defesa dos interesses da Bahia”, finalizou. (BN)

Senadores decidem manter Dilma apta a ocupar cargos públicos. Veja como foi


Após votar a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou em discurso no plenário da Casa, nesta quarta-feira (31), que dará voto contrário à inabilitação da petista pelos próximos oito anos, como previsto na Constituição. Com isso, a agora ex-presidente poderá exercer cargos públicos. O afastamento definitivo de Dilma foi aprovado por 61 x 20.

14:12 Senado reprova inabilitação de Dilma para exercer função pública, por 42 votos a favor, 36 contra e 3 abstenções

14:06 Senadores votam a inabilitação política de Dilma

14:03 Renan vota contra a inabilitação

14:04 O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), convoca sessão solene do Congresso, às 16h, para dar posse definitiva ao presidente Michel Temer.

14:03 Aécio Neves cita tancredo Neves

13:58 O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) encaminha voto. Tucano diz que a votação agora é “mais um acordo entre Dilma e Cunha”. Segundo ele, isso poderá abrir precedente para que Cunha perca o mandato, mas não fique inelegível.

13:58 O senador Jorge Viana (PT-AC) apela aos senadores que façam um “gesto” pela democracia, pela convivência, e em honra de Dilma.

13:53 O senador Jorge Viana (PT-AC) encaminha voto agora.

13:52 O senador João Capiberibe (PSB-AP) encaminha voto agora. Ele apela, em nome da conciliação, que Dilma não fique inabilitada para exercer cargo público

13:51 O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) pede que os senadores se atenham ao que está no texto da Constituição, votando “sim” pela inabilitação de Dilma.

13:46 O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) encaminha voto agora.

13:45 Kátia diz que Dilma pode ter cometido erros administrativos, mas não roubou.

13:38 A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) faz o elogio da honestidade da presidente Dilma.

13:37 Senado vota destaque. Se Dilma ficará inabilitada para cargo público por 8 anos.

13:36 Senadores cantam o Hino Nacional.

13:35 Por 61 votos, os senadores decidem afastar definitivamente Dilma Rousseff

13:34 São necessários 54 votos para Dilma ser condenada

13:33 SIM” aprova a condenação, a perda do cargo. “NÃO” é o voto pela absolvição, arquivamento da denúncia. E Dilma volta ao cargo.

13:32 Seandores começam a votar o impeachment da presidente Dilma Rousseff

13:30 O senador Humberto Costa cita a proposta de Dilma de antecipar as eleições. “Não haverá saída para o Brasil sem que a democracia seja reafirmada”. Ele pede que vote não pelo impeachment.

13:28 O senador Humberto Costa (PT-PE) encaminha voto pelo “não” ao impeachment agora.

13:26 Caiado diz que o processo é o fim de uma ação que não começou no parlamento, mas na rua. “Fim do PT, fim da corrupção.”

13:22 Caiado chama de canalha os que deixaram milhões de brasileiros desempregados.

13:20 O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) critica o que chama de “populismo bolivariano” dos governos Lula e Dilma

13:18 Vanessa Grazziotin Vanessa afirma que Temer não tem legitimidade. E que o povo hoje não está nas ruas porque está “acuado”.

13:16 Lindbergh diz que no futuro “este Senado vai pedir desculpas formais a Dilma”. E quem votou pelo impeachment vai para “a lata do lixo da história”.

13:13 Para encaminhar contra o impeachment, os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) vão dividir seus 5 minutos.

13:10 Ana Amélia reafirma que o processo ocorreu “sob a guarda” do Supremo Tribunal Federal. Ela elogia Lewandowski. Ana Amélia diz que estamos mostrando, ao Brasil e ao mundo, “que estamos cumprindo a Constituição”.

13:08 Senadora Ana Amelia (PP-RS) encaminha a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff

13:07 Renan fala em atualizar a lei do impeachment, que é de 1950.

13:02 Renan Calheiros (PMDB-AL) reafirma que o processo foi conduzido na legitimidade e seguiu a Constituição Federal.

12:44 O presidente do STF e do processo, Ricardo Lewandowski, pediu para começar a votação do pedido do PT.

12:31 Senador Ronaldo Caiado (DEM) reclamou do horário em que foi apresentado o pedido do PT

12:29 Lewadowski disse aos senadores que “o julgamento precisa acabar o mais rapidamente possível”

12:21 Dilma Rousseff pode perder direitos políticos por oito anos

12:09 Lewandowski decide: Plenário do Senado vai votar se penas de perda de mandato e inabilitação para cargo público devem ser separadas. Senado decidirá por maioria simples.

12:04 Lewandowski se encaminha para passar ao plenário do Senado a decisão sobre o pedido do PT para separar os julgamentos.

11:51 O senador Cristovam Buarque (PPS) disse não ver motivo para fazer as votações em separado.

11:49 Segundo Lewandowski, o processo de impeachment tem cerca de 27,4 mil páginas

11:45 Collor disse que não se pode separar o impeachment da suspensão dos direitos políticos, como quer o PT.

11:43 O senador Fernando Collor (PTC) disse que compareceu triste à sessão, por lembrar como teve seu direito “vilipendiado” em 1992.

11:42  Dos 81 senadores, serão necessários 54 votos favoráveis ao impeachment para que Dilma seja afastada da presidência da República definitivamente.

11:33 Luta vai continuar após votação do impeachment, diz Lídice da Mata (leia aqui)

11:31 O senador Cássio Cunha Lima (PSDB) disse que, mesmo acolhido o pedido do PT, “seria inócuo”, porque Dilma estaria enquadrada na Lei da Ficha Limpa e não poderia concorrer a cargo público.

11:29  PT pede que a questão de Dilma ficar inabilitada para cargos públicos por 8 anos seja votada em separado.

11:20 O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowki, abre sessão que decidirá futuro da presidente afastada Dilma Rousseff (PT)

Por 61 votos, Dilma é condenada e deixa a presidência


O processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) foi aprovado nesta quarta-feira (31), no Senado. Sessenta e um senadores votaram a favor do impedimento da petista, alegando crime de responsabilidade fiscal. Vinte foram contra, entre eles os três representantes da Bahia – Otto Alencar (PSD), Lídice da Matta (PSB) e Roberto Muniz (PP). Não houve abstenção.

Esse resultado já era esperado até mesmo por aliados de Dilma. Nos últimos dias, a petista e o ex-presidente Luís Inácio Lula de Silva tentaram angariar votos de alguns senadores indecisos, mas não foi o suficiente para evitar o afastamento definitivo.

Durante os seis dias de sessão, comandada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Ricardo Lewandowski, aliados e oposição debateram a tese de que o impeachment seria uma tentativa de “golpe” ou não. A própria presidente esteve no plenário, onde alegou ser vítima de uma trama para tomar o poder.

O ex-ministro Eduardo Cardozo, advogado de Dilma, defendeu que a história teria que pedir desculpa para ela por ter sido julgada apesar de ser “inocente”.

O argumento foi combatido pela oposição, que alegou que o processo é legítimo e constitucional. De acordo com eles, Dilma cometeu crime de responsabilidade com as pedaladas fiscais.

Alguns parlamentares, como o presidente do PSDB, o senador Aécio Neves, reclamou do fato de Dilma não ter reconhecido “seus erros” e ter tentado culpar a oposição pela desestabilização do país durante seu governo.

Com a aprovação do impeachment, o peemedebista Michel Temer tomará posse ainda hoje sendo efetivado no cargo de presidente do Brasil. Em seguida, ele viaja para a China, onde vai participar do encontro do G-20.

Dilma tem o prazo de 30 dias para deixar o Palácio da Alvorada e manterá benefícios destinados a ex-presidentes, como o direito a utilizar funcionários públicos.

Dilma prepara pronunciamento contra após julgamento do impeachment


A presidente afastada Dilma Rousseff já prepara um pronunciamento para fazer após o julgamento do processo de impeachment. Sem esperança de vencer a batalha, Dilma ainda não redigiu o texto, mas planeja reiterar o argumento de que a democracia está sendo ferida de morte por um golpe de Estado. O pronunciamento deverá ser feito no Palácio da Alvorada e divulgado nas redes sociais.

O tom será emocional, na linha de que a história fará justiça à primeira mulher eleita presidente. Dilma quer destacar que nunca desviou dinheiro público e está sendo vítima de uma “injustiça” política, pagando alto preço por contrariar interesses. Sua intenção é protestar contra a “ruptura institucional”, como fez na sessão de defesa do Senado, durante quase 14 horas, na segunda-feira.

Apesar da expectativa desfavorável sobre sua sentença, a presidente afastada fez, na terça, vários telefonemas para senadores. A todos, apelava para que não a condenassem sem provas. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva permaneceu em Brasília e procurou os que se diziam indecisos, além de dirigentes de partidos.

Lula tinha expectativa de que a bancada do Maranhão – detentora de três votos – pudesse apoiar Dilma. Após a primeira conversa que teve com o senador Edison Lobão (PMDB-MA), porém, o presidente interino Michel Temer fez pressão sobre os três maranhenses. Ex-ministro de Minas e Energia nos dois governos do PT, Lobão avisou Lula que não seria possível votar contra o impeachment.

Um dirigente do PT disse que o ex-presidente previa há tempos o desfecho desta crise, mas tentou até o último minuto virar votos para não ser acusado de abandonar Dilma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Porta-voz do Estado Islâmico morre em ataque em Aleppo


O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) anunciou a morte de seu porta-voz, Abu Muhammad al-Adnani, em um ataque em Aleppo, no norte da Síria.

Segundo o Site, portal de inteligência que monitora as atividades de extremistas na internet, a confirmação foi feita por meio da Amaq, a agência de notícias oficial do EI. As informações são da Agência Ansa.

Nascido em Idlib, na Síria, Adnani era seguidor de Abu Musab al-Zarqawi, líder da Al Qaeda no Iraque entre 2004 e 2006. Chegou a cumprir pena de seis anos de prisão em um cárcere iraquiano e, ao sair da cadeia, se juntou ao Estado Islâmico, que o enviou ao seu país de origem.

Em maio passado, exortou os jihadistas no Ocidente a atacarem “infiéis” em qualquer lugar e de qualquer maneira. Cerca de dois meses depois, diversos atentados foram registrados na França e na Alemanha, sendo o de Nice o mais mortal deles, com 86 vítimas.

“Se não forem capazes de arrumar uma bomba, então escolham um infiel norte-americano, francês ou qualquer outro e quebrem sua cabeça com uma pedra, ou o esfaqueiem ou o atropelem com um carro, empurrem-no de um lugar alto, estrangulem-no ou envenenem-no”, disse na ocasião.

Logo depois do anúncio da Amaq, grupos pró-EI começaram a espalhar na web trechos de seu discurso incitando “lobos solitários” no Ocidente.