Homem deixado entre cadáveres no Hospital Geral receberá R$ 50 mil de indenização


O Estado da Bahia foi condenado a indenizar em R$ 50 mil um homem vítima de erro médico no Hospital Geral do Estado (HGE). A condenação foi proferida pela 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). O caso foi relatado pelo desembargador Moacyr Montenegro.

A vítima recorreu ao TJ para reformar a sentença da 5ª Vara da Fazenda Pública de Salvador, que julgou improcedente a ação de indenização. De acordo com os autos, o homem foi vítima de erro médico ao ser atendido no HGE, após um acidente de moto. O caso aconteceu em outubro de 2003. O autor da ação afirma que foi colocado ao lado de cadáveres durante o atendimento médico no hospital e que ainda foi vítima de negligência médica e erro de diagnóstico pela equipe que o atendeu.

A vítima, logo após o acidente, foi socorrida pela Vitalmed, que indicou no relatório que havia uma ferida extensa com perda de substância no joelho e no pé esquerdo, tendo sido adotadas as condutas de imobilização do paciente, além de reposição glicêmica, analgesia, monitoração hemodinâmica e outras, com encaminhamento ao HGE para intervenção diagnóstica e medidas terapêuticas em nível intra-hospitalar.

Já o relatório médico do HGE narrou apenas uma “contusão de tórax”, sem diagnóstico de fraturas, com encaminhamento do paciente para analgesia e alta médica no mesmo dia. Após a alta, no entanto, e verificando a persistência das dores, o autor da ação se dirigiu ao Hospital Geral de Camaçari, onde permaneceu internado por seis dias com quadro de celulite e ferimento infectado em membro inferior esquerdo, com posterior agravamento da lesão.

O homem, em março de 2004, compareceu ao Departamento de Polícia Técnica da Secretaria de Segurança Pública para fazer um laudo de lesões corporais para comprovar a sequela permanente em decorrência do acidente. Ele ficou com “debilidade permanente de funções de flexoextensão do ante-pé esquerdo”, com nexo causal entre a conduta do HGE e a sequela sofrida.

O apelante ainda afirmou que foi conduzido ao necrotério do hospital enquanto estava desacordado e acordou entre cadáveres. Para o relator, a “responsabilidade civil do Estado encontra expressa previsão no artigo 37, §6º da Constituição Federal, ao dispor que ‘as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa’”.

A Turma entendeu ser razoável a indenização de R$ 50 mil para amenizar a dor moral sofrida e para evitar que o Estado registre novas ocorrências, “afinal, não se pode subestimar a indignação sofrida pela vítima ao ser levada para um necrotério ou espaço onde havia cadáveres à sua volta, além das sequelas visíveis e definitivas sofridas”, diz a decisão.

 

Fonte: Bahia Notícias

Alto consumo de vídeos online coloca em xeque o futuro da televisão


Hoje, o mundo todo assiste a mais de 1 bilhão de horas de vídeo todos os dias no YouTube, segundo o Google. É como se todos os 7,5 bilhões de habitantes da Terra tivessem uma cota diária de oito minutos de vídeos no serviço. Se a estatística considerar só os conectados – cerca de 3,4 bilhões de pessoas, segundo a União Internacional de Telecomunicações -, essa taxa salta para 17 minutos de vídeo por dia.

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O serviço de streaming Netflix exibe séries e filmes por 116 milhões de horas todos os dias, enquanto a ferramenta de vídeo ao vivo do Facebook registra o consumo de mais 100 milhões de horas de vídeo diárias. As métricas das três empresas mostram o potencial da internet para o consumo de vídeos e como isso pode mudar profundamente nossa relação com a TV na próxima década.

Os números do vídeo online são tão impressionantes, que levaram Reed Hastings, presidente executivo da Netflix, a fazer uma previsão ousada. “Em dez ou 20 anos, 90% do que as pessoas vão assistir estará online”, disse ele na feira de tecnologia Mobile World Congress, realizada no fim de fevereiro em Barcelona, na Espanha.

Conectado

Nos Estados Unidos, há anos se discute um fenômeno chamado “cord cutter” (cortar o cabo, em tradução literal), que dá nome a um tipo de usuário que deixa de pagar pela TV por assinatura para assistir a vídeos apenas pela internet, seja em sites gratuitos, como o YouTube, ou serviços de streaming, como Netflix. Controverso, o conceito pode ganhar força com um novo tipo de serviço, oferecido por grupos como a operadora AT&T (DirecTV Now) e o próprio YouTube (YouTube TV).

Por uma assinatura mensal em torno de US$ 40, usuários podem assistir a um pacote de canais, como acontece hoje na TV paga, em transmissões em tempo real ou escolhendo vídeos sob demanda. A diferença? Tudo acontece pela internet, sem necessidade de cabos, antenas, satélites ou de visitas de instalação. “O YouTube TV é a TV reimaginada para a geração YouTube”, disse Christian Oestlien, diretor de produto do YouTube, ao anunciar a plataforma, em fevereiro. Os dois serviços estão disponíveis só nos EUA.

Por enquanto, porém, parece precipitado afirmar que todos estão “cortando” a TV paga. Hoje, a TV ainda é importante no entretenimento do País: segundo dados da Kantar Ibope Media, o brasileiro assistiu no ano passado, em média, 6 horas e 17 minutos de televisão por dia, entre TV aberta e fechada.

Recentemente, a TV paga tem perdido assinantes no País, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Porém, a queda acontece em tecnologias mais simples, como parabólicas e cabo, que sofrem cortes na crise econômica. Para Oscar Simões, presidente da Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA), o momento é de renovação, mas há espaço para a TV paga.

“Haverá uma coexistência: hoje, já temos 35 canais pagos no Brasil que também oferecem streaming, vinculados à assinatura de TV”, diz Simões. Há quem discorde. “O modelo dos pacotes com inúmeros canais não fica mais de pé”, diz Mauro Garcia, presidente da Bravi, entidade que representa produtores brasileiros de audiovisual.

Juventude

Em pesquisa global feita pela consultoria Nielsen no início de 2016, 72% dos entrevistados responderam que pagam por TV; apenas 26%, por sua vez, gastam com vídeo por demanda. “Para a maioria dos telespectadores, serviços tradicionais e vídeo online não são mutuamente excludentes, mas complementares”, diz José Calazans, consultor da Nielsen.

O mesmo estudo da Nielsen, porém, revela que um terço dos assinantes de TV paga pensa em trocar o serviço para apenas ver vídeos pela web. Essa fatia cresce entre os usuários de 15 a 20 anos (40%) e millennials (38%, de 21 a 34 anos), mas bem menor entre espectadores mais velhos – 15% entre usuários entre 50 e 64 anos e apenas 9% para quem tem mais de 65 anos. A intenção não se reverte, necessariamente, no fim da assinatura. Ainda assim, a disparidade impressiona.

“O jovem de hoje não entende o que é grade de programação. A criança simplesmente acessa o que quer ver no Netflix ou no YouTube”, explica Fábia Juliasz, diretora de medição da Kantar Ibope Media.

Hoje, esse público sintoniza o que pode ver de graça na web ou o pacote de TV paga dos pais. Em dez anos, não é difícil imaginar que poucos deles pagarão por TV por assinatura tradicional, mas poderão assinar serviço de vídeo pela internet. Nos EUA, esse grupo já ganhou nome: “cord never” – em tradução literal, “cabo, nunca”.

Algoritmo

Para os analistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, a forma de transmissão será menos importante que o conteúdo. “Hoje, a melhor tela para assistir vídeo é a que está mais perto”, diz José Calazans, da Nielsen.

O que o YouTube tem hoje parece uma boa prévia do futuro: uma biblioteca enorme de vídeos, que pode ser explorada via busca ou por meio da recomendação de algoritmos capazes de aprender com as preferências do espectador.

Nos próximos anos, cada pessoa será seu próprio programador de TV: elas vão montar uma sequência de vídeos personalizada, sem obedecer a uma estrutura generalista. “Ainda vai demorar um tempo, mas o consumidor é quem vai ditar as regras”, diz Mauro Garcia, da Bravi. Com informações do Estadão Conteúdo.

Homem morre por raiva em Salvador após mordida de morcego


Um morador da zona rural de Paramirim, no Sudoeste da Bahia protagonizou um triste caso de morte, que ainda causa estranheza entre seus familiares e amigos. De acordo com informações da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), o homem de 46 anos morreu ao contrair raiva, depois de ser mordido por um morcego.

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 O fato teve início após o agricultor pisar no animal e ser mordido no pé, em fevereiro deste ano. Passados 21 dias, com o surgimento dos sintomas, ele decidiu procurar atendimento médico.

Em nota, a Sesab informou que ele só relatou ter sido mordido pelo mamífero depois de uma semana de internamento. Desse modo, foi transferido para Salvador, internado no Hospital Couto Maia, mas não resistiu e faleceu na última segunda-feira (6). Este é o primeiro caso de raiva humana detectado desde 2004 na Bahia.

Filhos interrompem entrevista ao vivo de professor para a BBC e vídeo viraliza


O assunto da entrevista que o professor Robert Kelly concedia à rede britânica BBC, nesta sexta-feira (10), era o impeachment da presidente da Coreia do Sul. ‘Era’ porque a participação ao vivo, pela internet, acabou virando a própria notícia, após as participações especiais – e inesperadas – de seus filhos.

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Primeiro, uma menina entra caminhando alegremente na sala, na transmissão que era feita direto de Busan, na Coreia do Sul. O pai, a princípio, não nota. “Acho que um dos seus filhos acaba de entrar”, avisa o apresentador. Kelly sorri e tenta enxotar a pequena.

Mas a coisa piora. Lá atrás, um bebê entra na sala em um andador. Em seguida, surge a mulher do professor desesperada correndo atrás das crianças. “Desculpe-me. Desculpe-me”, limita-se a dizer o analista. “Perdão. Desculpa”, conclui, com um sorriso desconcertado.

Apesar da situação embaraçosa, Kelly conseguiu manter a compostura e terminar a entrevista. Mas as crianças não ficaram muito felizes com a ‘expulsão’ – é possível ouvir o choro lá fora enquanto ele conclui sua fala.

“Robert, muito obrigado. Há uma primeira vez para tudo. Acho que as crianças precisam de você”, disse o apresentador, ao se despedir e o vídeo se tornar um dos assuntos mais comentados da internet. Assista.

Correio24

Ranking aponta Vitória da Conquista como melhor cidade da Bahia


Estudo realizado pela consultoria Macroplan e divulgado nesta sexta-feira, 10, revelou quais sãos as 100 melhores e piores grandes cidades do país. No topo do ranking está a cidade de Maringá, no Paraná, com boa representatividade e índice de 0,731.

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Na Bahia, Vitória da Conquista foi consagrada como a melhor grande cidade (63ª do país), com índice de 0,565. Já Salvador ocupa a 67ª posição (0,555), seguida de Camaçari, no 83ª lugar (0,512).

Para chegar a essas conclusões, a Macroplan instituiu 16 indicadores, com pesos diferentes em áreas como saúde, educação e cultura, saneamento, segurança e sustentabilidade de municípios com população de mais de 266 mil habitantes. Os dados analisados foram de 2015 e em 10 anos, três cidades desceram na lista, como Feira de Santana, que teve uma queda de 50 posições (ocupando hoje o 84ª lugar – 0,511) e São Luís, no Maranhão, 27.

Estudo volta a relacionar doença da urina preta com consumo de peixe


Após quatro meses de estudos sobre a patologia que causa dores fortes pelo corpo e pode deixar a urina escura,  uma análise feita por um grupo de pesquisadores independentes aponta que se trata da Doença de Haff.

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A pesquisa foi feita por um grupo de doze pesquisadores independentes e foi encaminhada para publicação em revistas acadêmicas internacionais na área de saúde. Foram usados dados do Hospital Aliança e da Vigilância Epidemiológica de Salvador.

O médico infectologista Antônio Bandeira, que comandou os estudos, explica que nos 15 casos analisados na pesquisa, não houve nenhum sintoma de infecção por vírus, como febre ou problemas respiratórios.

“Na investigação vimos que a relação era muito maior com a ingestão de peixe. Temos hoje fechado que se trata da Síndrome de Haff”, revela.  Segundo o médico, a doença seria causada por uma toxina prejudicial a mamíferos que é ingerida pelo peixe na sua alimentação. A substância estaria presente em algumas algas e corais.

A doença de Haff já havia provocado surtos anteriores na Europa e no Brasil. Em 2008, por exemplo, 27 pacientes foram diagnosticados com a enfermidade em Manaus. “Outra coisa importante é o surto que não é só restrito a Bahia. O Ceará notificou vários casos, inclusive nós temos uma pessoa da Bahia que foi pro Ceará e ficou doente lá”, descreve.

A literatura médica aponta que a Síndrome de Haff foi identificada pela primeira vez em 1924, na Europa. Há também casos registrados na China e nos Estados Unidos. Os sintomas são dor súbita na cervical e por todo o corpo, contratura muscular, urina da cor de café e elevação da enzima CPK.

Os pacientes diagnosticados com a síndrome relatam ter ingerido pescado 24 horas antes de apresentarem os primeiros sintomas, segundo aponta o estudo. A recuperação do paciente é rápida. Em 3 ou 4 dias, ele já sente alívio nas dores do corpo. Porém, em certos casos, as pessoas podem apresentar fadiga por mais algum tempo. Os médicos recomendam que, aos primeiros sintomas, as pessoas procurem uma unidade de saúde, se hidratem bastante e evitem consumir anti-inflamatórios.

Em casos raros, a enfermidade pode levar à morte. O grande risco é que ela pode causar insuficiência renal. Nenhum paciente na Bahia apresentou esse quadro e precisou fazer diálise. Por causa dessa possível consequência, é que os médicos solicitam que os pacientes não usem anti-inflamatório.

Apesar da descoberta, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informa que este novo diagnóstico não é reconhecido pelo órgão, por não se tratar de um estudo feito pela instituição. Por meio de nota, a assessoria de comunicação da instituição explica que aguarda o resultado das amostras encaminhadas pela pasta para pesquisa.

Da mesma forma, a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS) informa que ainda é cedo para afirmar categoricamente que a doença misteriosa seja Síndrome de Haff.

Por:  Redação Mapele News

Professores discutem “Valores Humanos em Defesa da Vida” em Jornada Pedagógica


Os profissionais da Educação do município de Simões Filho se reuniram na manhã da última sexta-feira (10) para definir  propostas relacionadas ao avanço na qualidade de ensino no município durante a Jornada Pedagógica 2017. O evento foi destinado a professores, coordenadores, diretores, vice-diretores, assistentes, secretários escolares e a equipe técnica pedagógica.

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“Os valores não surgem na vida em sociedade como um trovão no céu. São construídos na vida familiar, na convivência familiar, na convivência humana, no trabalho, nas escolas, nas manifestações culturais, nos movimentos e organizações locais. Conhecê-los, compreendê-los e praticá-los, é uma questão fundamental da sociedade cultural”. O texto do professor da Universidade Estadual de Sobral, no Ceará, Vicente Martins, estampou o material de boas-vindas entregue aos participantes da abertura, do evento.

Realizado no Ginásio de Esportes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba), no bairro da Pitanguinha, a cerimônia de abertura contou com a presença do prefeito Diógenes Tolentino, do secretário municipal da Educação, Manoelito Damasceno, além de profissionais da área de educação da Rede Municipal, além de autoridades do município.

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Em seu discurso, o secretário Manoelito Damasceno agradeceu o empenho de todos e parabenizou os professores pelo esforço que têm feito, tanto do ponto de vista pedagógico, quanto do ponto de vista humano, destacando o amor com o qual os profissionais de educação tendem a dedicar no exercício de suas carreiras.

 “São pessoas que têm uma missão sublime, que é educar. E essa missão para ser operacionalizada tem que ter, primeiro, compreensão para tentar conviver com uma realidade contraditória. E sabemos que esta realidade, às vezes, nos oferece situações onde nós temos que interagir como verdadeiros juízes. Fazer julgamento e proclamar uma ação de juízo significa, antes de tudo, proclamar uma ação de amor. E o amor é o instrumento humano que conduz toda a ação daqueles que fazem educação e que trabalham no sentido de possibilitar ao outro uma consciência cidadã e, ao mesmo tempo, revolucionária”, defendeu o chefe da pasta.

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Já o prefeito, em seu pronunciamento para uma platéia que está bastante envolvida em todas as questões educacionais desde o início do novo governo, agradeceu o empenho dos educadores, ao reconhecer a importância deles no processo de transformação que a cidade passará.

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“Se nós queremos fazer uma educação séria, precisamos entender a importância de cada um de vocês, porque eu sei que não falta vontade no coração de todos para se fazer uma educação de qualidade. Porque se não fosse o amor, todos vocês já tinham desistido”, disse o gestor, ao garantir que fará todos os esforços para sempre ofertar boas condições de trabalho.

“O nosso objetivo é fazer com que os professores entendam a valorização que eles têm. Simões Filho é uma cidade que está desvalorizada, principalmente na Educação. E o prefeito tem se preocupado, apesar de todas as dificuldades, mas entendemos que esse momento, essa receptividade é muito importante”, defendeu a chefe de Gabinete da Seduc, Iracema Souza.

Fotos: Danillo Cannuto – Redação Mapele News

Maioria das Bases Comunitárias de Segurança de Salvador é comandada por mulheres


“O lugar da mulher é onde ela deseja estar. Não existe diferença de desempenho por gênero. Não existe nenhum obstáculo quando se tem coragem para enfrentar as dificuldades em busca do sonho”, destaca a tenente Carla Souza, comandante da BCS Fazenda Coutos.

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De acordo com a matéria veiculada pelo site Bocão News, das doze Bases Comunitárias de Segurança (BCS) de Salvador e região metropolitana (RMS), oito são comandadas por mulheres com menos de 40 anos de idade. Em uma instituição tradicionalmente formada por maioria masculina, servidoras femininas da Polícia Militar da Bahia estão afirmando o empoderamento feminino com cargos de gestão. As capitãs ainda  inspiram policiais oficiais masculinos nas bases.

Aos 31, a capitã Camila Soledade é uma das profissionais que dedicam a vida à PM-BA. Com um equilíbrio de ternura e pulso firme, comanda um efetivo de 65 homens e quatro mulheres em atividades de prevenção e combate à violência. A militar afirma que nunca permitiu que o machismo afetasse sua vida pessoal e nem profissional.

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“O machismo tenta travar a mulher onde ela não quer ficar. Tive uma educação que me permitiu quebrar as amarras do machismo muito cedo. Sei que posso ir onde eu desejar. Hoje sou mãe e também capitã de polícia. Sempre quis as duas coisas e aqui estou”, destaca a comandante da BCS Rio Sena.

O estilo de gestão da capitã inspira outros militares da BCS. O tenente Felipe Gomes é um dos subordinados que destaca a admiração pelo trabalho da comandante. “Ela sabe dosar. É sutil da forma de agir, mas sabe ser dura quando precisa. Sempre aprendo muito com ela no dia-a-dia”, afirma Gomes.

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No Dia Internacional da Mulher, o trabalho da capitã Sheila Barbosa também é celebrado. A militar tem feito história à frente da BCS Santa Cruz, em Salvador. Com efetivo de 60 policiais, Sheila lidera ações de policiamento comunitário no bairro. “Consegui impor respeito com muito diálogo. Tem muita gente carente morando aqui no bairro e que precisa de assistência. Além da garantia da segurança, tentamos dar à comunidade o que ela carece: teatro, cinema, idas ao estádio, entre outras atividades de inclusão social e cultural”, explica.

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Por onde passa, a capitã é cumprimentada. Moradores acenam e, alguns, chegam a se aproximar para abraçá-la. A sensibilidade e a assistência fazem parte da gestão da comandante Sheila e conquistam a comunidade. “Ela é maravilhosa. Todos gostam dela aqui. Desde quando passou a trabalhar aqui no bairro, a situação melhorou tanto em relação à violência quanto ao acesso a serviços importantes para o cidadão”, revela Vera Lúcia Machado, coordenadora da Associação Nova República e moradora do bairro.

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As tenentes Carla Sousa, Carla Elis, Naila Menezes, Heidelane Nascimento e as capitãs Eva Cachoeira e Aline Muniz comandam as BCS de Fazenda Coutos, Uruguai, Itinga, Itabuna (sul do estado), Chapada do Rio Vermelho e Calabar, respectivamente. Elas se destacam no exercício da atividade policial, contribuindo para a redução da criminalidade nos locais em que trabalham.

Pesquisa revela que uma a cada três mulheres relatam ter sofrido violência no último ano


Uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha revelou que uma a cada três brasileiras relataram ter sido espancada, xingada, ameaçada, agarrada, perseguida, esfaqueada, empurrada ou chutada nos últimos 12 meses. As entrevistas do levantamento ‘Visível e Invisível: A Vitimização de Mulheres no Brasil” ouviu brasileiras a partir de 16 anos, em todo o país, a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Entre as ouvidas, 29% afirmaram que sofreram violência física, verbal ou psicológica no ano passado; 503 mulheres foram vítimas de agressões físicas no Brasil a cada hora e dois em cada três brasileiros (66%) presenciaram uma mulher sendo agredida física ou verbalmente no mesmo período.

Por outro lado, mulheres negras (32%) e paradas (31%) sofreram mais violência no ano passado em relação às brancas (25%). A diferença aparece também quanto ao assédio: 89% das mulheres negram relataram terem sido alvo de comentários desrespeitosos ou contatos físicos, ante 35% das mulheres brancas. “Esse dado traz as marcas estruturais do racismo ainda presentes na sociedade brasileira. O corpo da mulher negra é mais facilmente sexualizado, deixando-a mais vulnerável à violência”, ressaltou Juliana Gonçalves, organizadora da Marcha das Mulheres Negras.

 “A mulher mais jovem tem tido mais acesso a informação e já reconhece determinados gestos, como beijo forçado ou assédio no transporte público, como formas de violência que vão além do bater ou agredir fisicamente”, explicou a socióloga especializada em violência contra a mulher, Wânia Pasinato.

Apesar do acesso e até mesmo do debate público intenso após aprovação da Lei Maria da Penha em 2006, 52% das mulheres entrevistadas que relataram agressões não fizeram nada a respeito da violência sofrida. Entre as demais que tomaram alguma medida, a maioria procurou ajuda da família (13%) e apoios dos amigos (12%), 11% buscaram uma delegacia da mulher, enquanto 10% registraram o caso em uma delegacia comum.  Outras 5% das vítimas recorreram à igreja que frequentam.

Ministério encaminha proposta de plano de saúde popular à ANS


O Ministério da Saúde encaminhou à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) as propostas do grupo de trabalho formado para criar um novo formato de plano de saúde, com cobertura mais restrita e preços mais baixos. As sugestões permitem regras mais flexíveis para aumento de mensalidades, restringem o acesso a procedimentos mais caros e ampliam o prazo para que operadores providenciem o atendimento a seus consumidores.

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A proposta foi encaminhada pelo Ministério da Saúde à ANS no último mês de janeiro. No documento de três páginas, o grupo de trabalho lista uma série de princípios gerais, como a obrigatoriedade de uma segunda opinião médica para que o usuário tenha acesso a procedimentos considerados de alta complexidade.  De acordo com o grupo a medida pode evitar desperdícios.

A mudança, porém, vai aumentar o tempo de espera para que o usuário do plano de saúde tenha acesso ao procedimento, principalmente se combinada com uma outra sugestão do grupo, que amplia as regras dos prazos de atendimento. A sugestão é a de que consultas de especialidades que não sejam pediatria, cirurgia geral, clínica médica, ginecologia e obstetrícia possam ser marcadas em até 30 dias depois da procura do paciente.

O limite para acesso a cirurgias programadas também será dobrado. Em vez dos 21 dias da regra atual, operadoras teriam até 45 dias para providenciar um profissional. Além da maior dificuldade para o acesso, as regras restringem a lista de terapias e métodos de diagnóstico a que o usuário teria direito.

Em vez do rol de procedimentos obrigatórios, formulado pela ANS, os usuários de planos de saúde teriam direito a tratamentos e terapias descritos em protocolos idênticos aos adotados no Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, a sugestão prevê  que o usuário arque com, pelo menos, 50% do valor do procedimento, seja ele terapia ou exame de diagnóstico.

Haveria ainda planos regionalizados, com cobertura adaptada à disponibilidade de infraestrutura no município. Pela proposta haveria três tipos de planos: o simplificado, com cobertura específica para atenção primária e serviços de baixa e média complexidade. Usuários que fizerem a adesão a esse tipo de plano não teriam direito a internação, terapias, exames de alta complexidade, atendimento de urgência e emergência. A segunda modalidade prevista é de plano ambulatorial combinado com plano hospitalar. Nesse formato, usuário teria acesso a atenção primária, especializada, de média e alta complexidade. Antes de ter acesso a um atendimento especializado, no entanto, o paciente teria de passar obrigatoriamente por uma avaliação de um médico de família ou de atenção primária.

 O acesso aos serviços especializados, no entanto, seria feito de acordo com a disponibilidade da infraestrutura do município. No plano misto de pagamento, o terceiro formato, o serviço seria feito de uma contraprestação do usuário. O consumidor ficaria responsável pelo pagamento de valores previstos em contrato. O Ministério da Saúde afirmou, por meio de nota, não defender as medidas. A iniciativa da criação do grupo, no entanto, foi feita pela pasta, logo depois de Ricardo Barros assumir o posto de ministro. Por diversas ocasiões, Barros afirmou ser favorável à ampliação do setor de saúde suplementar. Um fenômeno que, indiretamente, poderia ajudar a reduzir a demanda do Sistema Único de Saúde.