Garoto de 15 anos desaparece após sair para cobrar dívida em Simões Filho – “Está doendo muito”, diz mãe


O adolescente Everton Santos da Silva, de 15 anos, desapareceu por volta do meio-dia do último sábado (29/4), em Simões Filho, região metropolitana de Salvador (RMS), e, desde então, os familiares lutam para saber do paradeiro do adolescente. Há quatro dias, a família vive uma espera angustiante.

A mãe do garoto, a vendedora Edvânia da Silva Salvador, 34 anos, conta que a última vez que viu o adolescente foi quando pediu para Everton ir cobrar um dinheiro de produtos de cama, mesa e banho que ela havia vendido para uma amiga. “Eu mandei ele cobrar um dinheiro na mão de minha amiga”, contou ao Simões Filho Online.

Ao perceber o desaparecimento do adolescente, Edvânia disse que foi até a casa da amiga e perguntou sobre o filho. “Ela me confirmou que ele esteve lá, mas não deu dinheiro nenhum ao meu filho, porque ela não tinha“, acrescentou.

Antes de desaparecer, o adolescente foi visto pegando carona na moto de um suposto amigo. Ele estava com uma camisa verde da marca Lacoste e uma bermuda azul da Nike. “Algumas pessoas me disseram que ele foi visto subindo em uma moto, pegando carona com um amigo”, revelou Edvânia.

A mãe do adolescente está em estado de choque. Edvânia tem dois filhos, Everton é o mais velho. Eles moram no Conjunto Habitacional B13, no Bairro Vida Nova. “Está doendo muito em mim. Estou muito triste, sentindo muita dor no peito. É um filho muito amado, dei muito amor, muito carinho, não tem porque ter acontecido isso — então, eu quero saber onde ele está e qual motivo pelo qual sumiu. Eu não estou mais suportando a dor”, lamenta.

Edvânia ainda contou que ele não tinha problemas com a família, nem com a namorada, que também está muito preocupada. As pessoas que puderem ajudar com informações sobre Everton podem entrar em contato com a Polícia Civil através do número 3396-8646, ou com a Polícia Militar no 190. A família também disponibilizou um numero para contato: (71) 9225-8915. “Está todo mundo aflito sem saber o que pode ter acontecido. Até agora não temos nenhuma pista”, finalizou.

A mãe de Everton, fez um registro sobre o desaparecimento na 22° Delegacia Territorial (DT/Simões Filho).

Da Redação Simões Filho Online

Manifestação contra lixão vai mobilizar sociedade civil e apoiadores do Movimento Nossa Água, Nossa Terra, Nossa Gente


Manifestantes do movimento chamado Nossa Água, Nossa Terra Nossa Gente que reivindica a suspensão das obras de implantação da empresa Naturalle Tratamento de Resíduos Sólidos, em Simões Filho, juntamente com a sociedade civil e demais apoiadores do movimento, se reunirão na manhã da próxima quarta-feira (03), na Câmara de Vereadores, para protestar contra a instalação do aterro sanitário.

Os manifestantes alegam que o “lixão” depositará cerca de 500 toneladas de lixo por dia no quinto manancial de águas do Brasil, o Aquífero São Sebastião, Mata Atlântica, localizado às margens da BA 093, comprometendo as águas de Salvador, Camaçari, Dias D’ávilla, Pojuca, Mata de São João, Alagoinhas e toda região metropolitana. Além disso, populações tradicionais do entorno terão de conviver com o mau cheiro e terão sua saúde comprometida.

Para discutir sobre a vinda do aterro sanitário, ocorreu uma Reunião Extraordinária do Conselho Gestor da APA Joanes-Ipitanga, no último dia 19 de abril, em Lauro de Freitas, onde estiveram presentes representantes das comunidades diretamente atingidas de Terra Mirim, Dandá, Pitanga de Palmares, Oiteiro, Fazenda do Natal e Palmares, além do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), a empresa Naturalle, a Embasa, Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Governo do Estado da Bahia (Sepromi) e outros.

Na oportunidade, alguns pontos que estavam às escondidas foram expostos e posicionamentos afirmados.
Entenda o caso

Desde 22 de dezembro do ano passado as águas do Rio Itamboatá (afluente do rio Joanes, responsável por cerca de 30% do abastecimento da RMS) em Simões Filho, e todo ecossistema do entorno estão sob ameaça da implantação de um aterro sanitário, chamado pela empresa Naturalle de “Empreendimento central de tratamento e valorização de resíduos”.

A partir da data em que a licença foi dada pela Prefeitura de Simões Filho em âmbito municipal, os líderes e órgãos públicos se sentiram provocados para agirem a esse respeito, como também a população começo a se mobilizar através do Movimento Nossas Águas, Nossa Terra, Nossa Gente, criado então com essa finalidade.

A tentativa de implantação do “aterro” está sendo acolhida como situação de conflito envolvendo comunidades tradicionais pela Sepromi e Comissão Estadual de sustentabilidade de povos tradicionais, sendo mais um dos 98 casos atuais existentes na Bahia. De acordo com Ana Placidino, da Coordenação de Políticas para as Comunidades Tradicionais, “a situação é preocupante, os quilombolas de Simões Filho estão enfrentando diversos casos ao mesmo tempo e a situação se configura como mais um exemplo de Racismo Ambiental no Território Metropolitano de Salvador”, disse ela

A APA está localizada na Região Metropolitana de Salvador (RMS), abrangendo os municípios de Camaçari, Simões Filho, Lauro de Freitas, São Francisco do Conde, Candeias, São Sebastião do Passé, Salvador e Dias D’Ávila com uma área total de 64.463 ha.
Logo no início da reunião foi destacado o trabalho da Fundação Terra Mirim, atuante há 25 anos, no Vale do Itamboatá, responsável por mapear não apenas os corpos hídricos da micro bacia, mas também de realizar um cuidadoso diagnóstico socioambiental e construir, juntamente com as comunidades do Vale, uma agenda socioambiental para a região através de projetos financiados pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente.

Este trabalho, contextualizando os conflitos, aspectos socioeconômicos e identitários, que perpassa pelas comunidades de Terra Mirim, Oiteiro, Santa Rosa, Convel, Palmares, Quilombos do Dandá e Pitanga de Palmares, é parte de uma longa e reconhecida trajetória selada pelo reconhecimento internacional da FTM enquanto posto avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.
Durante a reunião, a Naturalle através de seus representantes sustentou-se no discurso de que não estão fazendo um lixão e sim um aterro sanitário. No entanto, conforme colocado pelas instituições ambientalistas, a natureza não ficará imune aos impactos nada neutros do empreendimento que pretende transformar em Depósito de LIXO cerca de 60 hectares de Mata Atlântica, parte de um raro Corredor Ecológico da RMS.

Os moradores e representantes comunitários mostraram-se alertas, conscientes e não dispostos a desistir de derrubar a implantação do Lixão, uma vez que 95% do lixo terá como destinação final o Aterro e apenas 5% direcionado para a “reciclagem”. Vale salientar que parte do abastecimento de água da região metropolitana está intimamente relacionado com a dinâmica desta bacia, portanto, toda a Bahia e planeta (em instâncias ampliadas) serão afetados e precisam se mobilizar.

Thais Amara de Terra Mirim lembrou que nos estudos de apresentação do projeto feitos pela empresa, diversos dados foram omitidos e as comunidades foram, simplesmente desconsideradas. “A participação da população aqui não é só importante, como também confere legalidade/legitimidade ao empreendimento. Nascentes também foram apagadas do mapa apresentado”, relatou ela. Amara também enfatizou a proposta de reciclagem e compostagem desenhada no mapa de submeter apenas 5% das quase 500 toneladas diárias de lixo.

Contradições

Segundo os participantes do evento, durante a apresentação, a empresa disse que pretende oferecer 154 empregos diretos e 450 indiretos, mas em seu projeto consideram um número máximo de apenas 30 trabalhadores permanentes. Também durante as falas o empresário comentou sobre a intenção de proteger as comunidades e os recursos hídricos, entretanto as comunidades não estavam sequer citadas no planejamento apresentado.

De acordo com DahVII de Terra Mirim, o próprio projeto cita muitas vezes em seu texto que tem Grande Potencial Poluidor, no entanto, está sendo considerado como de “médio impacto”,o que parece incoerente e inconstitucional. “Por que está sendo considerado de médio impacto e não de grande impacto?”, questionou ela.
Outra incoerência constatada por DahVII é que a empresa havia dito que os rios que abrangem a região não eram contribuintes do rio Itamboatá (rio que nasce e liga as comunidades do Vale do Itamboatá), o que não procede. “Pegamos o mapeamento da microbacia do rio Itamboatá e vimos que se tratam de afluentes do rio, sim”, afirmou.

Ciclos

Ellder, da comunidade Tupinambá, lembrou que a região tem muita chuva durante todo o ano, “como vai ficar a situação de todo o lixão com água?”. Ele resgatou uma fala dos representantes da Naturalle que dizia que o solo do lixão será impermeável. Todo o ciclo de água natural será interrompido e as gerações futuras estarão condenadas a colher esses fruto podre, ou melhor, infértil? Respondendo a colocação de Helder, o representante da Naturalle respondeu que “a empresa respeita o meio ambiente, apesar de ser um empreendimento impactante”.

Com posicionamento contrário ao lixão, Piasala, em nome da Sepromi, rechaçou a atitude da empresa de sequer considerar as comunidades tradicionais do local. “Acreditamos que essa terra é sagrada, o que a gente come, onde a gente se banha e onde despejamos nossas águas, tudo isso é sagrado e não está em nenhum desses anais. O conceito racismo ambiental se encaixa perfeitamente”, finalizou.

A comunidade do entorno do vale mostrou que já sabe que quando as grandes empresas escolhem a região para fazer construções, não medem esforços para criar dinâmicas de persuasão e convencimento. “Foi o que ocorreu há alguns anos quando Paulo Souto chegou na região com a proposta de que iria implantar uma fábrica de sapatos, hoje o que se tem lá é um presídio e um esgoto a céu aberto”, como contou uma das moradoras de Pitanga de Palmares.

Feriadão contabiliza 27 homicídios e 38 roubos e furtos de veículos em Salvador e RMS


Foram contabilizados entre a capital baiana e os municípios da Região Metropolitana de Salvador (RMS), 27 homicídios entre os dias 29 de abril e 1º de maio, caracterizando mais um feriadão violento no Estado, de acordo com os dados no site da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).

Conforme as informações da SSP-BA, do total de casos, nove foram registrados fora de Salvador. Entre as vítimas, dois adolescentes, sendo um de 16 anos, morto em Lauro de Freitas, no bairro de Itinga, e outro de 17 anos, assassinado no bairro de Castelo Branco, na capital baiana.

Ainda de acordo com os números do site, que não são considerados oficiais pelo órgão, dos 27 crimes, apenas uma vítima do sexo feminino foi fatalmente atingida, a jovem identificada como Itamara de Jesus, de 27 anos.

Os motoristas também continuam vivendo dias de pânico em Salvador e cidades vizinhas por causa da violência. Também segundo o site da SSP, 38 veículos foram roubados ou furtados nesse feriadão, entre os dias 29 de abril e 1º de maio.

Segundo as informações, do total de casos, apenas sete tiveram registro fora da capital baiana, em Lauro de Freitas e Camaçari. Ainda de acordo com os dados, a maioria dos veículos roubados e furtados são carros, tendo apenas seis motos entre as ocorrências.

Por outro lado, em operação conjunta, as polícias Civil e Militar recuperaram em apenas um dia, no último sábado (29), seis veículos, sendo cinco em Salvador e um na cidade de Simões Filho.

Quem não votou nas últimas eleições tem até o final desta terça-feira (2) para regularizar situação


O eleitor que não votou e não justificou a ausência nas últimas três eleições ou não pagou as multas correspondentes a irregularidade, tem até esta terça-feira (02) para regularizar sua situação perante a Justiça Eleitoral. Quem não o fizer, pode ter seu título cancelado, lembrando que a legislação considera cada turno um pleito diferente para efeito de cancelamento.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em todo o país, mais de 1,8 milhão de eleitores estão com seus títulos irregulares por ausência nas três últimas eleições. Em São Paulo (SP), esse número chega a 118.837 eleitores; no Rio de Janeiro (RJ) o total é de 119.734; em Belo Horizonte (MG) são 26.570; em Salvador (BA), 31.263; e em Porto Alegre (RS), 18.782.

Os eleitores com voto facultativo (analfabetos, eleitores de 16 a 18 anos incompletos e maiores de 70 anos) ou com deficiência previamente informada à Justiça Eleitoral não necessitam comparecer ao cartório para regularizar a situação.

O cancelamento automático dos títulos de eleitores ocorrerá entre 17 e 19 de maio de 2017.Para regularizar o título no cartório eleitoral, o eleitor deverá apresentar documento oficial com foto, comprovante de residência e, se possuir, título eleitoral e os comprovantes de votação, de justificativa ou de quitação de multa.

Rui anuncia 3 mil bolsas para professores: “valorização do trabalho”


O governador Rui Costa anunciou nesta segunda-feira (1º), Dia do Trabalhador, que os professores interessados na ‘Bolsa de Estímulo à Permanência em Atividade de Classe’ já podem procurar a unidade de ensino onde atuam para formalizar o pedido.

A solicitação também pode ser feita no SAC Educação ou nas sedes dos Núcleos Territoriais de Educação (NTE). São oferecidas três mil bolsas para professores efetivos da rede estadual que exercem atividades nos ensinos fundamental e médio e que já completaram as exigências para a aposentadoria voluntária.

“É uma ação de valorização a esse importante trabalho desempenhado pelos professores em sala de aula. Esperamos que a experiência desses professores impulsione ainda mais a transformação das nossas escolas, contribuindo para a construção de futuro promissor dos jovens baianos”, comentou Rui em seu perfil oficial no Twitter (@costa_rui).

As bolsas são de R$ 800 e R$ 1.600 para os professores com carga horária de 20 e 40 horas, respectivamente. Além de ter completado as exigências para a aposentadoria, é necessário estar lotado em uma unidade escolar e ter optado por permanecer em efetiva regência de classe.

O benefício será pago por dois anos, prorrogáveis por mais dois, e sobre ele não incidirá contribuição previdenciária. Também não será utilizado para cálculo de aposentadoria e pensão. Poderão ser contemplados servidores que obtiverem desempenho individual satisfatório e que não possuem em seus registros funcionais mais de seis faltas injustificadas no ano letivo imediatamente anterior ao do início da percepção da vantagem.

O setor de Recursos Humanos da Secretaria da Educação apreciará os pedidos e fará a publicação da lista de contemplados no Diário Oficial do Estado (DOE).

Salvador, Simões Filho e cidades vizinhas registram 18 homicídios no final de semana


Salvador e as cidades que compõem a região metropolitana registraram 18 homicídios neste final de semana, conforme dados do boletim de ocorrências da Secretaria de Segurança Pública da Bahia.
O número é maior que o registrado no mesmo período da semana anterior, quando dez casos foram assinalados pela polícia.
Dentre as vítimas, apenas uma é do sexo feminino. Itamara de Jesus, de 27 anos, morreu neste domingo (30) após permanecer internada no HGE desde o dia 28, procedente da Rua Cônego Pereira, Macaúbas.
Os demais crimes ocorreram nos seguintes bairros da capital: São Cristovão, Cajazeiras, Itapuã, Pernambués (2), Castelo Branco, Cosme de Farias, Tancredo Neves, Plataforma, Sussurarana, Arenoso, Periperi e Paripe. Na RMS, os locais onde ocorreram crimes foram Vilas de Abrantes, Camaçari (2) e Simões Filho.
De acordo com a SSP, o número está sujeito alteração a depender do curso de investigação dos crimes.
BNews

Cantor Belchior morre aos 70 anos, no Rio Grande do Sul; corpo será levado para o Ceará


O cantor e compositor Belchior morreu na noite deste sábado (29), em Santa Cruz do Rio Grande do Sul, aos 70 anos. A morte foi confirmada por familiares. A causa ainda é desconhecida.

Segundo o jornal O Povo, o corpo será levado para o Ceará ainda neste domingo (30), e o sepultamento deve ocorrer na cidade de Sobral. Belchior era um ícone da MPB, com mais de 20 discos gravados.

O governador do Ceará, Camilo Santana, decretou luto oficial de três dias. Em nota, o governador lamentou a morte do cantor e disse que “o povo cearense enaltece sua história, agradece imensamente por tudo que fez e pelo legado que deixa para a arte do nosso Ceará. Que Deus conforte a família, amigos e fãs de Belchior”. O Governo do Estado decretou luto oficial de três dias.

BN

Governo aprova US$ 1,6 bi em crédito externo a Estados e municípios


O governo deu aprovação a US$ 1,57 bilhão em empréstimos no exterior de Estados, municípios e de uma agência estatal de inovação.

Paralisadas desde o ano passado, novas recomendações de financiamento externo estavam com os critérios sob reavaliação no Ministério do Planejamento.

Nesta sexta (28), foi aprovado o financiamento a 17 projetos, 16 deles em cidades ou Estados com boa nota de crédito nos critérios do governo (rating A e B).

Assim, os maiores Estados (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais) ficaram de fora dessa leva de autorizações. Rio e Minas decretaram calamidade financeira, São Paulo tem nota D.

Em meio a um racionamento de água, em razão da baixa vazão de seus reservatórios, Brasília recebeu a aprovação para obter um financiamento de R$ 41 milhões do Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata).

No Estado de São Paulo, apenas Atibaia foi contemplada com a autorização de tomar emprestado R$ 34 milhões para um programa de desenvolvimento urbano.

A maior parte dos recursos, porém, é para a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), do governo federal, que obteve autorização para captar US$ 600 milhões com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

Os empréstimos são com organismos internacionais, como o BID, Fonplata e CAF (financiadora de projetos na América Latina).

Além da nota de crédito dada pelo Tesouro Nacional, as novas autorizações levam em consideração a capacidade de pagamento e a trajetória de endividamento do Estado e do município no longo prazo.

Esses empréstimos têm o governo federal como fiador. Em caso de não pagamento, como ocorre com o Rio atualmente, os compromissos são honrados pela União.

Além da análise de crédito, o Ministério do Planejamento dará vantagem a projetos de setores considerados “prioritários”. O que receberá maior pontuação é saneamento, seguido de pesquisa e desenvolvimento, meio ambiente, energia sustentável e mobilidade urbana.

Regiões com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) também passam à frente na fila de pedidos.

A aprovação no Ministério do Planejamento é a primeira etapa do financiamento, que ainda passa pelo Ministério da Fazenda e pelo Senado.

A expectativa é que, com os novos critérios, o trâmite ganhe velocidade e o empréstimo possa sair em até 15 meses. Hoje, leva até dois anos.

Com informações da Folhapress.

Povos tradicionais e entidades ambientalistas de Simões Filho voltam a se posicionar contra aterro sanitário


Para discutir sobre a vinda do aterro sanitário para Simões Filho pela empresa Naturalle, ocorreu uma Reunião Extraordinária do Conselho Gestor da APA Joanes-Ipitanga, no último dia 19 de abril, em Lauro de Freitas, onde estiveram presentes representantes das comunidades diretamente atingidas de Terra Mirim, Dandá, Pitanga de Palmares, Oiteiro, Fazenda do Natal e Palmares, além do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), a empresa Naturalle, a Embasa, Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Governo do Estado da Bahia (Sepromi) e outros.

Na oportunidade, alguns pontos que estavam às escondidas foram expostos e posicionamentos afirmados. Desde 22 de dezembro do ano passado as águas do Rio Itamboatá (afluente do rio Joanes, responsável por cerca de 30% do abastecimento da RMS) em Simões Filho, e todo ecossistema do entorno estão sob ameaça da implantação de um aterro sanitário, chamado pela empresa Naturalle de “Empreendimento central de tratamento e valorização de resíduos”.

Desde esta data em que a licença foi dada pela Prefeitura de Simões Filho em âmbito municipal, os líderes e órgãos públicos se sentiram provocados para agirem a esse respeito, como também a população começo a se mobilizar através do Movimento Nossas Águas, Nossa Terra, Nossa Gente, criado então com essa finalidade.

A tentativa de implantação do “aterro” está sendo acolhida como situação de conflito envolvendo comunidades tradicionais pela Sepromi e Comissão Estadual de sustentabilidade de povos tradicionais, sendo mais um dos 98 casos atuais existentes na Bahia. De acordo com Ana Placidino, da Coordenação de Políticas para as Comunidades Tradicionais, “a situação é preocupante, os quilombolas de Simões Filho estão enfrentando diversos casos ao mesmo tempo e a situação se configura como mais um exemplo de Racismo Ambiental no Território Metropolitano de Salvador”, disse ela

A APA está localizada na Região Metropolitana de Salvador (RMS), abrangendo os municípios de Camaçari, Simões Filho, Lauro de Freitas, São Francisco do Conde, Candeias, São Sebastião do Passé, Salvador e Dias D’Ávila com uma área total de 64.463 ha.

Logo no início da reunião foi destacado o trabalho da Fundação Terra Mirim, atuante há 25 anos, no Vale do Itamboatá, responsável por mapear não apenas os corpos hídricos da micro bacia, mas também de realizar um cuidadoso diagnóstico socioambiental e construir, juntamente com as comunidades do Vale, uma agenda socioambiental para a região através de projetos financiados pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente.

Este trabalho, contextualizando os conflitos, aspectos socioeconômicos e identitários, que perpassa pelas comunidades de Terra Mirim, Oiteiro, Santa Rosa, Convel, Palmares, Quilombos do Dandá e Pitanga de Palmares, é parte de uma longa e reconhecida trajetória selada pelo reconhecimento internacional da FTM enquanto posto avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.

Durante a reunião, a Naturalle através de seus representantes sustentou-se no discurso de que não estão fazendo um lixão e sim um aterro sanitário. No entanto, conforme colocado pelas instituições ambientalistas, a natureza não ficará imune aos impactos nada neutros do empreendimento que pretende transformar em Depósito de LIXO cerca de 60 hectares de Mata Atlântica, parte de um raro Corredor Ecológico da RMS.

Os moradores e representantes comunitários mostraram-se alertas, conscientes e não dispostos a desistir de derrubar a implantação do Lixão, uma vez que 95% do lixo terá como destinação final o Aterro e apenas 5% direcionado para a “reciclagem”. Vale salientar que parte do abastecimento de água da região metropolitana está intimamente relacionado com a dinâmica desta bacia, portanto, toda a Bahia e planeta (em instâncias ampliadas) serão afetados e precisam se mobilizar.

Thais Amara de Terra Mirim lembrou que nos estudos de apresentação do projeto feitos pela empresa, diversos dados foram omitidos e as comunidades foram, simplesmente desconsideradas. “A participação da população aqui não é só importante, como também confere legalidade/legitimidade ao empreendimento. Nascentes também foram apagadas do mapa apresentado”, relatou ela. Amara também enfatizou a proposta de reciclagem e compostagem desenhada no mapa de submeter apenas 5% das quase 500 toneladas diárias de lixo.

Contradições

Segundo os participantes do evento, durante a apresentação, a empresa disse que pretende oferecer 154 empregos diretos e 450 indiretos, mas em seu projeto consideram um número máximo de apenas 30 trabalhadores permanentes. Também durante as falas o empresario comentou sobre a intenção de proteger as comunidades e os recursos hídricos, entretanto as comunidades não estavam sequer citadas no planejamento apresentado.

As características maiores da bacia é que está localizada em zona urbano-rural, próxima às cidades, situadas na Área de Proteção Ambiental Joanes Ipitanga e é um ambiente com muitas reservas particulares, que formam um verdadeiro corredor ecológico que protege um dos últimos remanescentes florestais da RMS, uma fauna riquíssima e endêmica, além das últimas fontes, rios e riachos de água pura.

De acordo com DahVII de Terra Mirim, o próprio projeto cita muitas vezes em seu texto que tem Grande Potencial Poluidor, no entanto, está sendo considerado como de “médio impacto”,o que parece incoerente e inconstitucional. “Por que está sendo considerado de médio impacto e não de grande impacto?”, questionou ela.

Outra incoerência constatada por DahVII é que a empresa havia dito que os rios que abrangem a região não eram contribuintes do rio Itamboatá (rio que nasce e liga as comunidades do Vale do Itamboatá), o que não procede. “Pegamos o mapeamento da microbacia do rio Itamboatá e vimos que se tratam de afluentes do rio, sim”, afirmou.

Crise Hídrica

A crise hídrica por qual a Bahia está passando foi lembrada durante a reunião. Uma dessas informações às escuras é que a Embasa tomou como medida de “salvamento da crise” a perfuração de poços artesianos no Aquifero de São Sebastião para bombear água para o Rio e Represa Joanes para abastecimento da RMS, conta DahVII. “Este poços estão sendo perfurados nesta região do Vale, próximo à comunidade quilombola Pitanga de Palmares, que não foi devidamente comunicada e tudo está sendo feito com urgência e sem licença ambiental. Ou seja, a medida, longe de ser eco-consciente-sustentável (como eles cobram que sejamos) compromete drasticamente o equilíbrio do meio ambiente local e busca apenas remediar a situação de “crise hidrica” no fim do tubo e não lidando com as suas causas, disse ela.

Marcos Elder, cacique Tupinambá, destacou que a implantação do lixão contribui ainda mais como essa crise, junto com os tantos outros desserviços já implantados por outras empresas na região. Neste movimento da crise vendida a água está tornando-se cada vez mais cara e privatizada e a população refém das associações maliciosas do governo e empresas que prestam serviços públicos.

Sobre isso, Binho, da comunidade quilombola de Pitanga de Palmares declarou que não consegue entender o fato da região metropolitana estar passando por uma crise hídrica e empresas como Limpec já estarem executando serviços de resíduos em um município rico hidricamente colocando em risco a bacia. “O que nos mantém vivo é água e não lixo; Não se entra nas comunidades dessa forma. As comunidades precisam ser respeitadas, ali tem casas de padres que também precisam ser respeitadas. Peço ao INEMA, Sepromi e INCRA, que nos ajudem a suspender essa aberração”, desabafa.

Ciclos

Ellder, da comunidade Tupinambá, lembrou que a região tem muita chuva durante todo o ano, “como vai ficar a situação de todo o lixão com água?”. Ele resgatou uma fala dos representantes da Naturalle que dizia que o solo do lixão será impermeável. Todo o ciclo de água natural será interrompido e as gerações futuras estarão condenadas a colher esses fruto podre, ou melhor, infértil? Respondendo a colocação de Helder, o representante da Naturalle respondeu que “a empresa respeita o meio ambiente, apesar de ser um empreendimento impactante”.

Com posicionamento contrário ao lixão, Piasala, em nome da Sepromi, rechaçou a atitude da empresa de sequer considerar as comunidades tradicionais do local. “Acreditamos que essa terra é sagrada, o que a gente come, onde a gente se banha e onde despejamos nossas águas, tudo isso é sagrado e não está em nenhum desses anais. O conceito racismo ambiental se encaixa perfeitamente”, finalizou.

A comunidade do entorno do vale mostrou que já sabe que quando as grandes empresas escolhem a região para fazer construções, não medem esforços para criar dinâmicas de persuasão e convencimento. “Foi o que ocorreu há alguns anos quando Paulo Souto chegou na região com a proposta de que iria implantar uma fábrica de sapatos, hoje o que se tem lá é um presídio e um esgoto a céu aberto”, como contou uma das moradoras de Pitanga de Palmares.

Salvador e Região Metropolitana têm 14 praias impróprias para banho neste fim de semana


O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) alertou nesta sexta-feira (28) que 14 praias de Salvador e Região Metropolitana estão impróprias para banho neste final de semana.

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) estabelece que a praia é considerada imprópria quando mais de 20% das amostras coletadas em cinco semanas consecutivas apresenta resultado superior a 1.000 coliformes fecais ou 800 Escherichia coli, ou quando, na última coleta, o resultado for superior a 2.500 coliformes termotolerantes ou 2.000 Escherichia coli, ou 400 enterococos por 100 mL de água. Além disso, é recomendado que as praias sejam evitadas no período chuvoso, já que podem estar contaminadas por arraste de detritos.

Estão impróprias neste fim de semana as seguintes praias: Tubarão (em frente a antiga fábrica de cimento), São Tomé de Paripe (em frente a casa da Vila Maria), Periperi (na saída do acesso à praia), Penha (em frente a Igreja Nossa Senhora da Penha), Bomfim (ao lado da quadra de esporte), Pedra Furada (atrás do Hospital sagrada família), Canta Galo (rua agrário menezes), Ondina (próximo ao morro da sereia), Armação (em frente ao Hotel Alah Mar e a Rua João Mendes da Costa), Boca do Rio (em frente ao Posto Salva Vidas), Corsário (em frente ao posto salva vidas), Patamares (em frente ao Posto Salva-Vidas Patamares), Bogari (antigo Colégio João Florêncio Gomes) e Buraquinho (a 200 metros do Rio Joanes).

BN