A empresa Bahia Pesquisa e Estatística (Babesp), que segundo o Ministério Público Eleitoral (MPE) seria controlada pelo deputado Marcelo Nilo (PSL) e utilizada por ele para contabilização fraudulenta de recursos utilizados de maneira ilegal em campanhas políticas, não opera no endereço indicado na Junta Comercial do Estado (Juceb).
Na página do órgão na internet, consta que a empresa, com capital social de R$ 10 mil, funciona na Avenida Altamirando de Araújo Ramos, na sala 206 do Centro Empresarial Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador (RMS).
De acordo com o portal G1, uma equipe de reportagem foi até o local na última quarta-feira (13), após operação deflagrada pela Polícia Federal e pelo MPE que teve Nilo como alvo, e ninguém da empresa foi localizado.
No endereço funciona uma outra empresa, chamada de Espaço Virtual Centro de Negócios, como mostra um cartaz encontrado no local. A reportagem ligou para o número da Espaço Virtual Centro de Negócios, que constava no cartaz, e um funcionário informou que no local não funcionava a Babesp e que a Espaço Virtual não trabalha com pesquisas.
Marcelo Nilo negou, em declaração feita no plenário da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), na tarde da última quarta, que seja dono da Bahia Pesquisa e Estatística (Babesp), apontada pela investigação como empresa de propriedade do parlamentar.
O deputado afirmou que foi surpreendido pela equipe da PF, que cumpriu mandado de busca e apreensão na casa dele, no Horto Florestal, área nobre da capital baiana, e ainda criticou a ação. As equipes da Polícia Federal estiveram, ainda, no gabinete de Nilo na Assembleia, na sede da Babesp e na Leiaute, empresa suspeita de estar envolvida no esquema investigado.
Segundo o MPE, há indícios de que o deputado Marcelo Nilo seria o controlador da Babesp e que utilizaria a empresa para contabilização fraudulenta de recursos utilizados de maneira ilegal em campanhas políticas, conhecido como “caixa 2”. Além disso, segundo o órgão, há suspeita de possível manipulação do resultado das pesquisas eleitorais divulgadas pela Bapesb.
Nilo é ex-presidente da Assembleia, cargo que exerceu por dez anos. Esse é o sétimo mandato dele como parlamentar. O deputado classificou como “violência inominável” a ação de busca e apreensão que teve ele como alvo. O deputado afirmou que foram levados pela polícia o celular dele e um laptop, entre outros objetos, como documentos e papéis.
Sobre a denúncia de utilização da Babesp por Nilo para contabilização fraudulenta de “caixa 2”, o advogado de Nilo, Sérgio Habib, disse que o suposto esquema nunca existiu. “As contas foram todas aprovadas. O deputado tem a sua vida pessoal pública. Não tem problema nenhum. Isso é só mais uma insinuação feita sem qualquer respaldo probatório”, afirmou o advogado.
Os mandados da Operação Opinião foram expedidos pelo Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), com base em representação formulada pela Procuradoria Regional Eleitoral na Bahia (PRE-BA), em procedimento que investiga o crime de falsidade eleitoral, previsto no artigo 350 do Código Eleitoral, envolvendo a empresa Bahia Pesquisa e Estatística (Babesp).
O caso é investigado tanto no Ministério Público Eleitoral quanto na Polícia Federal, que buscam apurar se o deputado Marcelo Nilo prestou informação falsa à Justiça Eleitoral. O nome da operação, “Opinião”, é uma referência à empresa investigada, cujo objeto seria a realização de pesquisas de opinião.
As informações são do G1