O vereador Jailson Soares iniciou a sessão desta terça-feira (12) chamando a atenção dos edis eleitos pela base do prefeito Diógenes Tolentino, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).
De acordo com o parlamentar, uma emenda proposta no artigo 03 da Lei Orgânica já aprovada pelo parlamento, que determina a suspensão da votação de diretores para as escolas da rede pública municipal, repercutiu negativamente, especialmente para os vereadores da gestão anterior.
Segundo Jailson, não é justo que ele e alguns colegas que não foram eleitos pela base do governo estejam sendo penalizados por defender e sustentar alguns projetos do Executivo, enquanto outros, que pertencem a base, preferem se abster para não se indispor com a população.
“Eu estou aqui na base do governo defendendo esses projetos, agora muitos da base do governo fogem na hora dos projetos, dos artigos que vão diretamente com a categoria e nós que estamos na base estamos aqui defendendo, tomando nossas porradas. Eu quero que a base também sustente esses projetos do governo. Que não fique só a gente aqui tomando porrada e muita gente da base fugindo dos artigos”.
Ainda segundo Jailson, tem vereadores que preferem sair mais cedo da sessão para não votar projetos que podem causar alguma discussão entre a população, com o intuito de ficarem sempre sendo bem vistos nas comunidades.
“Tem muitos projetos votados nesta casa que muita gente saiu cedo para não votar, então eu não vou ficar aqui sustentando o governo e quem é da base fazendo este papel. Se é base é base, tem que defender e não jogar um contra o outro para poder sair bem na foto”.
E defesa, o vereador e presidente da Câmara. Genivaldo Lima afirmou que, neste projeto da Lei Orgânica especificamente, embora alguns vereadores tenham se colocado contra a emenda, acabaram votando a favor do projeto, o que valida a opção de cada um.
“Aqui não foi votado nenhum momento artigo. Na sessão aqui foi votado esse projeto como um todo, então, para ser votado artigo por artigo algum vereador deveria solicitar que não fosse votado o projeto todo e sim artigo. Aí sim, mediante isso seria votado artigo por artigo. Mas quem se absteve nesse artigo, de certa forma continuou votando, porque estava sendo votado o projeto todo”, disse Lima.
De imediato, o vereador Everton Paim chamou a atenção do presidente dizendo que a emenda teria sido proposta pela mesa diretora e que ele mesmo, quando o projeto foi votado, questionou a votação de maneira separada justamente por não concordar com o artigo.
“Aqui eu me posicionei, defendi a eleição dos diretores, não expus a casa, não disse porque estava votando ou porque não estava votando, não quis ir na tribuna, falei com o presidente desta casa e disse a ele que ia me abster da votação da eleição de diretores, mas hoje estou aqui na tribuna falando. Estou defendendo o que eu defendia”. Everton
Everton salientou que, apesar do apoio declarado ao prefeito e de nunca ter se colado contra projeto algum do Executivo, não significa que ele e os demais tenham que concordar com tudo.
“Muitas vezes nós não podemos discordar, mas nós não estamos aqui para fazer o papel de somente balançar a cabeça não. Nós estamos sim para dar sustentação ao prefeito, como estamos dando, agora, se a gente defende uma tese, nós não podemos inclusive ser contra o que defendemos”, completou Everton.
Um pouco exaltado, o edil ainda disse que alguns estariam tentando colocá-los contra o prefeito, mas que ele na verdade se colocou contra uma proposta da mesa diretora e não do Executivo e que também não tem medo de ninguém.
“Ninguém foi contra o projeto do Executivo aqui porque o projeto foi da mesa diretora. Então, subi a tribuna para jogar a gente contra o Executivo presidente, isso que não se faz, mas a gente não tem medo não, a gente respeita o Executivo e o legislativo, mas não tenho medo não”, concluiu o edil.