Bastante chateados com o projeto de lei enviado pela administração municipal, os vereadores de Simões Filho, Everaldo da Silva, Vel, Elimário Lima e Bolly Bolly, todos da base do governo Dinha, utilizaram a tribuna da Câmara, nesta terça-feira (11), para detonar de maneira veemente a aprovação do projeto de lei 031/2018, que cria a Secretaria de Urbanismo e que será comandada pelo vereador Genivaldo Lima (DEM), em 2019.
Neste sentido, o vereador Vel, não amenizou nas críticas e acusações nem mediu esforços para detonar o vereador da base oposicionista, Sandro Moreira, que segundo ele, está fazendo as coisas por debaixo do pano.
“Para esse projeto de lei, eu quero que vocês entendam que sou da base governista e tudo que chega nessa casa dizemos amém e nós como vereador, temos o direito de votar sim ou não, então, eu quero dizer que algumas secretarias vão ficar a mesma coisa, não vai mudar nada.
O vereador Orlando de Amadeu, há 2 anos fica dizendo aqui que a folha está alta, que devia 300 milhões agora é 400 milhões, então nós começamos a analisar, pra que essa secretaria agora? Com a crise que estamos passando na nossa cidade, mas se eu votar não, isso não quer dizer que eu estou contra o prefeito, porque sempre dizemos amém, sempre aprovamos os projetos. Com isso, quero pedir ao presidente, a vista do projeto, porque para mim, está no escuro”, disse Vel.
Ainda muito irritado, o vereador criticou redondamente Sandro, questionando o porquê ele se diz oposição e assinou o projeto.
“Quero perguntar ao vereador Sandro que se diz oposição, por que ele assinou se não veio na quinta-feira e nem hoje? O que está acontecendo, não tem oposição na cidade? Tem alguma coisa errada, por isso presidente quero pedir a vista do projeto”, complementou Everaldo.
Vel continuo seu desabafo dizendo que alguém pergunte a Sandro se ele é oposição ou não e porquê ele votou a favor. Questionou também o que está acontecendo na casa, que ele não é oposição, é do lado do prefeito e não fica em cima do muro. Acrescentou ainda dizendo que é melhor cancelar a indicação. Pediu a vista do projeto porque segundo ele está de goela a baixo e que as coisas não são assim não. Indagou o presidente perguntando se ele mudou o regime da câmara.
“O que está acontecendo nessa cidade? Sandro é oposição ou não? Eu sou do lado do prefeito mas tem alguma coisa errada, vocês vão me entender. Sandro é oposição, não participa e eu que tenho que dizer amém? Tem que respeitar as teses dos outros, ninguém aqui é absoluto não. Será que só tem obras no Cia e na Via Universitária? Se continuar como estar, é melhor estar com Eduardo Alencar”, enfatizou Vel.
O vereador Elimário disse que dificilmente Sandro Moreira participa das sessões.
“Sandro bem pouco participa das reuniões das comissões, ontem ele veio e assinou o projeto. O presidente disse nesse instante que era pra você sair da tribuna porque não tinha condições de discutir, porque não estava na sessão passada. Agora Sandro nao vem para as comissões não está presente e aprova o projeto. Eu acho que esse projeto tem que ser retirado de pauta para ser discutido e como eu falei nas comissões que a coisa está muito escura mesmo. Precisamos de mais clareza e transparência. Diversos vereadores já questionaram a ausência de Sandro, tantos nas comissões quanto nas sessões e ninguém apresentou nada. O estado de direito, me dar o direito de defender minha tese e nossa opinião aqui não está sendo válida, a opinião de todos tem que ser ouvida. Respeitem a opinião do outro”, enfatizou Elimário.
Já o vereador Bolly Bolly, revelou que sua opinião teria que ser respeitada.
“Nós trabalhamos em um regime democrático, o tempo da escravidão já passou há muitos anos e estamos fazendo nosso papel, ainda que muitos não se agradem, por diversas vezes os projetos que vieram aqui nessa casa foram aprovados, mas existem momentos que iremos divergir e não é porque temos divergências que pessoas queiram que façamos o que elas querem, cada um tem seu posicionamento, o voto é democrático.
Nem tudo que nós falamos aqui vai agradar o prefeito, sou amigo pessoal dele independente da política, mas esse projeto que veio aqui para essa casa presidente… Por diversas vezes o líder do governo Orlando de Amadeu falou sobre o débito de 300 milhões agora está em 400, só aumenta, ainda mais que nós assinamos o empréstimo autorizando, para o prefeito fazer as obras na cidade porque sabemos que os governos federal e estadual não liberam recursos”, pontou o vereador.
Em conclusão, o vereador Cleiton disse:
“Eu acho que deveríamos melhorar o que não melhorou e o que está bom, melhorar mais ainda. Por que não espera para o ano que vem para se criar uma nova secretaria já que estamos passando por dificuldades? Então se as secretarias não estão avançando e só temos recursos próprios para trabalhar, nao cria uma nova secretaria, vamos melhorar o que já tem. Então não é dizer amém, é zelar pelo nosso dinheiro público. Portanto presidente, nesse projeto eu voto contra”.
Para finalizar, após pedir a parte, o vereador Vel foi além da imaginação e mandou a primeira dama, vereadora e deputada eleita, Kátia, levar o recado ao prefeito Dinha.
“Orlando de Amadeu e primeira dama podem dizer ao prefeito que o vereador Vel falou indagando ao presidente Genivaldo, exigiu que o vereador respeitasse a casa e pediu desculpas pela colocação feita. Quando nós falamos alguma coisa não soa bem, mas ninguém vai calar a nossa voz. Sou eleito em 2020 em qualquer lado se Deus quiser, agora o vereador Sandro Moreira estará aqui na próxima semana e eu vou falar na cara dele”, desabafou o vereador.
Totalmente triste, Katia respondeu com total serenidade a indagação do colega de parlamento, Vel.
“Eu já falei algumas vezes que o microfone é algo muito sério, nós temos que saber usar, às vezes uma palavra mal dita ou dita de forma irresponsável, impensada, traz um prejuízo muito grande. Elas ficam no ar, ainda mais quando ficam registradas nos canais da casa, por isso que nós vereadores temos um compromisso enorme, uma grande responsabilidade com esse microfone. Somos 19 vereadores e muitos tentaram chegar até aqui e até hoje não chegaram.
Nós conseguimos primeiro, porque Deus nos deu a vitória, portanto nós temos uma responsabilidade com o povo que nos colocou aqui, com os colegas e o público. Queria dizer a meu colega Vel que o conheço e tenho respeito, que hoje é meu último dia aqui nessa câmara, mas o respeito e já demonstrei isso nas minhas atitudes.
Gostaria de receber esse respeito da vossa excelência. Certa vez eu falei ao vereador Laércio que me mandou dar um recado ao prefeito e eu vou dizer ao senhor também que não sou mulher de dar recado, sou uma parlamentar assim como os colegas, mulher, mãe de família e cidadã. Respeito e exijo respeito.
Respeito todos os colegas que fazem parte da base e que não fazem, me relaciono muito bem com todos, graças a Deus. Eu tenho que respeitar essas diferenças porque vivemos em um país democrático de direitos, então vereador Vel e Bolly Bolly não vai beneficiar a população, não vai ser bom para o povo, se votarem contra, eu respeito, e tenho certeza que o prefeito Dinha respeita também.
Portanto vereador Vel, o senhor precisa respeitar aqueles que acreditam que o projeto é bom. Me perdoe se eu fui severa com você, mas precisava desabafar porque quero sair daqui sendo sua amiga”, disparou Katia.
Neto, engenheiro civil, formado pela Universidade Salvador -Unifacs, com especialização em gerenciamento de obras, pela Universidade Federal da Bahia – UFBA, agradeceu pela oportunidade e se comprometeu a trabalhar, em prol da manutenção dos serviços e do bem estar da população, junto aos funcionários da Seinfra.
De acordo com informações da Polícia Militar de Simões Filho, por volta das 11h30, a guarnição do Centro ao realizar rondas no Cia1, foi informados que dois indivíduos haviam assaltado passageiros do ônibus da Expresso Metropolitana.