Casa do Povo: Quilombolas são agredidos na porta da prefeitura pelos seguranças, diz líder comunitária


Durante a manifestação de um grupo de moradores da comunidade quilombola Rio dos Macacos, na manhã da última terça-feira (24), na Prefeitura de Simões Filho, os manifestantes acusam seguranças do prédio de tentar agredi-los.

A manifestação aconteceu depois de diversas reuniões com o Executivo municipal e várias promessas não comprimidas por parte do poder público, que levou a comunidade a tentar acampar no pátio da prefeitura.

Munidos com roupas, colchonetes e sacos de mandioca e de milho, os quilombolas ameaçaram permanecer por tempo indeterminado na sede do órgão, até que o prefeito cumprisse os compromissos firmados com a comunidade no início da gestão.

“A gente veio ocupar a prefeitura porque a gente já apontou várias demandas à prefeitura. O prefeito já esteve na comunidade para ver nossa realidade, mas até agora nada mudou. É uma comunidade que não tem rede de esgoto nem água encanada, a iluminação pública a gente paga e não tem e o escolar nem entra lá para pegar nossas crianças para ir para escola por causa da situação da estrada”, disse a líder comunitária Rosimeire, em entrevista ao repórter Valfredo Silva.

No entanto, ainda de acordo com a líder do movimento, apesar da manifestação ser legítima, haja vista que a comunidade vem há meses tentando resolver suas demandas de forma pacífica, alguns seguranças da prefeitura tentaram impedir a entrada dos moradores, chegando inclusive a agredi-los.

“Essa casa é do povo, essa casa não tem que ser fechada. Alguns seguranças nos agrediram antes do prefeito chegar, mas eles têm que fazer o trabalho deles e não agredir a comunidade. Eles têm que receber bem a comunidade. Eles usam terno e gravata, mas é a gente que paga o terno e a gravata deles, mas não para agredir as comunidades que vêm para a prefeitura”, disse ela.

Segundo Rosimeire, embora mais uma vez tenha havido um entendimento entre o grupo e o prefeito, que os convenceu a deixar a sede do órgão, “se as reivindicações não forem atendidas a comunidade vai voltar e só vai sair quando resolver toda a pauta que foi colocada”.