Ao comemorar seu aniversário de 263 anos, Camaçari também tem outros motivos para festejar. Apesar de todo o cenário causado pela pandemia, a capacidade de atração de investimentos rendeu ao município o primeiro lugar no ranking das melhores cidades para se investir no setor industrial, e 8º lugar no setor imobiliário, conforme o estudo das Melhores Cidades para Fazer Negócios 2.0, edição de 2020, elaborado pela Urban Systems – empresa especializada em análise de dados demográficos em mapas digitais, para dimensionamento e levantamento de tendências -, e divulgado com exclusividade pela revista Exame, especializada em economia, negócios, política e tecnologia.
Camaçari tem hoje mais de 300 mil habitantes, sendo que 36,4% dos empregos formais na cidade e 10% da arrecadação estadual são gerados pelas indústrias instaladas na cidade. Para estimular ainda mais o desenvolvimento das atividades empresariais e fomentar a geração de novos postos de trabalho, o prefeito Elinaldo Araújo tem buscado alternativas para sistematizar e modernizar o tratamento dos incentivos fiscais.
Como resultado disso foi sancionada a Lei Municipal nº 1.672, que institui o Programa Municipal de Atração, Manutenção e Ampliação de Investimentos para o Desenvolvimento de Camaçari – Invista em Camaçari. A lei propõe medidas de benefício fiscal e econômico, tais como a isenção, total ou parcial de tributos, entre eles: Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) e Imposto sobre a Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis (ITIV), além de taxas incidentes sobre o processo de aprovação e instalação dos projetos econômicos.
“Sempre estivemos atentos e focados em atrair novos empreendedores para o município, e com o encerramento das atividades da montadora Ford em Camaçari, o que nos surpreendeu, estamos ainda mais empenhados em buscar medidas de fomento à atividade empresarial de nossa cidade, que resultará na geração de novos postos de trabalho e no incremento da arrecadação direta e indireta”, explica o prefeito Elinaldo Araújo.
O empenho da gestão levou empresas a firmarem compromisso de operarem em Camaçari, como a Apta Embalagens, com investimentos de R$ 40 milhões para atender o grupo O Boticário; o Atakadão Atakarejo, com sua maior loja e investimentos de R$ 85 milhões; a escola bilíngue Mapple Bear do Grupo ACBEU, com investimentos de R$ 20 milhões; o Senai Cimatec Park, um centro tecnológico industrial com investimentos de R$ 60 milhões; e Assaí Atacadista com R$ 54 milhões, totalizando R$ 259 milhões.
Panorama do desenvolvimento econômico da cidade:
- Com a implantação do Atakadão Atakarejo, em janeiro de 2019, foram gerados 500 empregos diretos. Outros 100 postos de trabalho devem ser gerados quando entrarem em funcionamento as 21 lojas, que compõem a galeria do empreendimento, localizada na parte da frente do estabelecimento.
- A inauguração da rede Assaí Atacadista em Camaçari também foi destaque na geração de vagas, com 600 empregos, entre diretos e indiretos.
- Em 2018 o Centro de Integração e Apoio ao Trabalhador (CIAT) foi totalmente requalificado. Todos os dias, o CIAT recebe cerca de 1.000 trabalhadores para atendimento sobre vagas de empregos e cursos de qualificação profissional gratuitos, ofertados na unidade.
- A economia criativa foi outra vertente muito trabalhada na Sedec, através da Coordenação de Economia Solidária (Ecosol). Artesãos, bordadeiras e pequenos empresários do ramo gastronômico, participaram da Feira do Pôr do Sol, que movimentou durante os verões, todo o comércio das localidades de Vila de Abrantes, Jauá, Arembepe, Guarajuba, Monte Gordo e Barra do Pojuca.
- Outro passo relevante foi a Carteira Nacional do Artesão, trazida para estes empreendedores, por meio da parceria da Ecosol junto com a Secretaria Estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), e a Coordenação de Fomento ao Artesanato da Bahia, conforme regimento do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB).
- O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), que atua em parceria com a prefeitura há mais de 20 anos, através do Banco de Oportunidades, encaminhou 1.366 alunos ao mercado de trabalho.
- O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), outro grande parceiro da gestão, em 2018, firmou convênio com valor superior a R$ 5,7 milhões, para a criação de cinco eixos de trabalho: a Central do Empreendedor; Programa Sabores e Saberes; Consultoria de Melhoria do Desempenho Empresarial e Consultoria Empresarial; Fortalecimento da Gestão do Turismo e Município Empreendedor. Até o início deste ano, mais de 5 mil atendimentos foram realizados aos contribuintes nas Centrais da sede e de Arembepe; mais de 3.500 viabilidades analisadas; mais de 1.500 alvarás de funcionamentos emitidos; cerca de 200 alvarás sanitários emitidos, e mais de 1.200 Microempreendedores Individuais (MEIs) abertos.
- Em junho de 2021, a cidade celebrou o contínuo investimento e os novos projetos da planta da Bridgestone do Brasil. A fabricante japonesa de pneus anunciou ampliação e modernização da unidade. Com investimento de R$ 700 milhões, dentro do plano de expansão da planta, a área construída da empresa passará de 75.000 metros quadrados (m²) para 104.000 m². A capacidade produtiva diária de pneus de 10.500 passará para 12.900. Atualmente, tem cerca de 900 colaboradores diretos e 400 indiretos. Após a ampliação vai gerar 142 novos postos de trabalho. Serão dois anos de obras e nesse período outras 420 vagas serão geradas.
Complexo Industrial de Camaçari
Instalado na cidade há 43 anos, o Polo Industrial de Camaçari, maior complexo industrial do Hemisfério Sul, é um capítulo de sucesso na história do município. Lá operam 90 indústrias, que são representadas pelo Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic), e geram 15 mil empregos diretos e 30 mil indiretos, com faturamento de US$ 15 bilhões por ano. Essas empresas são responsáveis por mais de 30% das exportações da Bahia.
Inicialmente, o Polo atuava nos segmentos químico e petroquímico, mas ao longo dos anos expandiu suas atividades e hoje a produção inclui pneus, metalurgia do cobre, têxtil, bebidas, celulose, fertilizantes, fármacos, energia eólica, bebidas e serviços (incluindo logística). A localização estratégica do Polo permite fácil acesso às indústrias através das rodovias BA-093, BA-535 (Via Parafuso), Canal de Tráfego, ferrovias, portos e aeroportos.
O Polo Industrial de Camaçari não tem destaque somente pelas suas dimensões e presença de grandes empresas, mas também por ser ambientalmente correto e contar com a mão de obra altamente qualificada e com altos salários. Este complexo coloca Camaçari como a cidade mais industrializada da Bahia e uma das maiores do Brasil. Além disso é o segundo maior PIB do estado, ficado atrás somente de Salvador, e também o segundo maior gerador de impostos.
De olho no futuro
Muito se fala sobre todos os avanços e desenvolvimento do Polo ao longo dos anos, mas, de acordo com o especialista Danilo Peres, que integra a Gerência de Estudos Técnicos da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), é preciso destacar as possibilidades futuras que o complexo oferece para a indústria.
Inaugurado em novembro de 2019, o Cimatec Park é considerado um marco para o desenvolvimento do município (Foto: Valter Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB) |
Prova disso é a implantação do Cimatec Park, inaugurado em novembro de 2019, considerado um marco para o desenvolvimento do município e fator de atração de mais investimentos, que já gerou cerca de 300 empregos, entre diretos e terceirizados. O Cimatec Park é um grande laboratório que aponta para o futuro. Antes da expansão, as empresas podem fazer simulações de suas atividades em menor escala de produção para testar seus planejamentos, fazer treinamentos de mão de obra e corrigir o que precisar antes de novos e mais altos investimentos.
“O Climatec Park está instalado em uma área de quatro mil metros quadrados. São 20 galpões, mini fábricas para simulação de negócios. Isso mostra que o Polo de Camaçari tem vários caminhos para ajudar a indústria, é o ambiente de negócios perfeito, com inovação, tecnologia, mão de obra, insumos…”, destaca Danilo Peres.
Desenvolvimento em cadeia
O crescimento econômico gerado pelas indústrias do Polo de Camaçari garante benefícios não só para as empresas instaladas no complexo, mas também para terceirizados e prestadores de serviço. Um bom exemplo é o grupo LemosPassos, quarta maior produtora de refeições coletivas do país – de acordo com o ranking da Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas (ABERC) – que em Camaçari atende a indústria Carbonor, há 4 anos. Além da Bahia, a empresa também está presente em mais oito estados, gerando dois mil empregos diretos e indiretos.
“A produção de refeição coletiva exige um trabalho elaborado, personalizado para cada público, de modo a atender às necessidades específicas de cada um. É feito um trabalho conjunto entre nossas nutricionistas e a gestão das empresas para chegarmos a um cardápio que seja variado, nutritivo e com sabor”, explica Ademar Lemos Jr., presidente do Grupo LemosPassos.
Para atender a demanda de uma indústria, a empresa garante treinamentos constantes voltados para segurança alimentar, qualidade e realização de processos de produção que sejam eficientes para o melhor aproveitamento dos alimentos na linha de produção.
Indústria Sustentável
A maior parte das empresas que hoje estão no Polo de Camaçari é de grande porte e todas já têm em seus planejamentos estratégicos uma política de meio ambiente e produção sustentável. Nesta seara, contam ainda com a parceria e colaboração da Gerência de Meio Ambiente e Responsabilidade Social da Fieb, que atua junto às indústrias mapeando tendências de gestão e protocolos que devem atender e alertando sobre os impactos caso essas diretrizes não sejam implementadas.
“Hoje as empresas são de grande porte e já seguem as diretrizes da ONU e requisitos ambientais, de sustentabilidade, segurança, qualidade , desenvolvimento econômico e mercadológico com certificações internacionais” , salienta Arlinda Negreiros, gerente de Meio Ambiente e Responsabilidade Social da Fieb.
Além disso, as indústrias também contemplam as diretrizes do Environmental, Social, and Governance (ESG) Criteria. Assim, além de ações importantes, por exemplo, como tratamentos de seus resíduos e implementação de logística reversa, as empresas precisam considerar sua relação com os clientes e colaboradores; respeitar os direitos humanos, manter uma relação sustentável com a comunidade do entorno, bem como desenvolver um programa de Compliance, de compartilhamento transparente de informação. “As indústrias do Polo já têm toda essa concepção, o grande desafio é fazer isso com a cadeia produtiva. Hoje as empresas priorizam a produção e terceirizam muitos serviços e é preciso ter esse comprometimento de toda a cadeia”, afirma Arlinda.
O Projeto Aniversário de Camaçari é uma realização do Correio com apoio institucional da Prefeitura de Camaçari.
Correio24
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