Em discurso nesta quarta-feira, 05, o presidente Jair Bolsonaro fez um novo ataque a China e insinuou que a Covid-19 pode ter sido criado pelo país asiático como parte de uma bacteriológica. No episódio, que tem potencial de gerar atrito com o principal fornecedor de insumos para vacinas do Brasil, Bolsonaro afirmou que a Covid pode ter sido criada em laboratório — ecoando tese que não encontra respaldo em investigação da OMS sobre as possíveis origens do vírus.
“É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em um laboratório ou nasceu por algum ser humano ingerir um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem que é uma guerra química bacteriológica e radiológica. Será que estamos enfrentando uma nova guerra? Qual país que mais cresceu seu PIB? Não vou dizer para vocês.”, afirmou.
Apesar de Bolsonaro não ter citado diretamente o país asiático, a China foi o único país que teve um aumento do Produto Interno Bruto em 2020, de 2,3%. O novo coronavírus foi detectado primeiro na província chinesa de Wuhan, ainda em dezembro de 2019, mas o país também foi o primeiro a controlá-la com medidas muito duras de lockdown.
Bolsonaro fez as afirmações justamente no momento em que vários Estados enfrentam dificuldades para aplicar a segunda dose da Coronavac, vacina produzida na China. No último dia 27, o ministro da Economia, Paulo Guedes, também disse que “o chinês inventou o vírus”.
Sem saber que estava sendo gravado em uma reunião do Conselho de Saúde Suplementar, Guedes afirmou, ainda, que a vacina produzida pela China era “menos efetiva que a do americano”. Horas depois, quando novo embaraço diplomático se desenhava, o chefe da equipe econômica disse ter usado “uma imagem infeliz”.
Ben Embarek, que lidera uma equipe de investigação da OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre as origens do coronavírus, já afirmou que a hipótese de que o vírus “vazou” de um laboratório é “extremamente improvável”. A versão também é refutada por autoridades chinesas.
Conteúdo A tarde
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