África: Ruandeses condenados à prisão perpétua por genocídio


Dois ex-responsáveis camarários ruandeses foram hoje condenados a prisão perpétua por um tribunal francês pela sua participação no genocídio dos tutsi. Eles viviam na povoação de Kabarondo, leste do Ruanda, em abril de 1994.

Após dois meses de um processo considerado “histórico” pelas partes e que decorreu no tribunal penal de Paris, Octavien Ngenzi, 58 anos, e Tito Barahira, 65 anos, foram considerados culpados de “crimes contra a humanidade” e “genocídio”, por “uma prática massiva e sistemática de execuções sumárias” em aplicação de um “plano destinado à destruição” do grupo étnico.Esta foi a segunda e a pena mais pesada em França relacionada com os massacres de 1994 no Ruanda, após a aplicada em 2014 ao ex-capitão do exército Pascal Simbikangwa, condenado a 25 anos de prisão por genocídio e cumplicidade de crime contra a humanidade.

Pelo menos 800.000 pessoas, na maioria pertencentes à minoria tutsi, foram mortas por todo o território do Ruanda após a morte do chefe de Estado hutu, Juvenal Habyarimana em 06 de abril de 1994, quando o seu avião privado foi abatido perto do aeroporto internacional de Kigali.

Mais de 2.000 pessoas foram mortas num único dia em Kabarondo, centenas delas na igreja desta cidade onde tinham procurado refúgio.