Um caso brutal de violência contra a mulher aconteceu Bangladesh, país localizado no Sul da Ásia. A estudante Nusrat Jahan Rafi, de 19 anos, foi queimada viva na escola em que estudava, após denunciar o diretor da instituição por assédio sexual.
Rafi morreu no dia 10 de abril, após ter mais de 80% de seu corpo queimado. Manifestantes se reuniram na capital de Bangladesh neste sábado (20), pelo décimo dia seguido, para protestar contra o assassinato da estudante.
A vítima era de uma cidade pequena, de uma família conservadora e frequentava uma escola religiosa (islâmica). O fato de ter relatado o assédio sexual em um país extremamente conservador a colocaram na posição de culpada, ao invés de ser reconhecida como vítima. Por isso que muitas mulheres preferem manter os abusos em segredo.
Rafi enfrentou o julgamento de sua comunidade, foi perseguida pessoalmente e online, e, por fim, foi assassinada de forma extremamente cruel. Nem os policiais a ajudaram ou a acolheram. Antes de ser morta, quando prestou depoimento, ela chegou a ser filmada pelos oficiais. No vídeo, ela tenta esconder o rosto com as mãos, mas o policial afirma que a reclamação dela “não é grande coisa” e a manda tirar as mãos do rosto. As imagens foram vazadas para a mídia local.
O diretor foi preso, mas foi aí que as coisas pioraram para Rafi. Quando foi para a escola fazer as provas finais do semestre, em 6 de abril, uma estudante disse que uma das amigas da jovem havia apanhado e a levou para o último andar da escola. Quando chegou lá, cerca de cinco pessoas usando burcas a cercaram e a mandaram tirar as acusações contra o diretor. Como ela se recusou, eles atearam fogo no corpo de Rafi.
Ela chegou a ser resgatada após fugir do local e conseguiu dar um depoimento antes de morrer. “O professor me tocou, eu vou lutar contra esse crime até meu último suspiro”, contou Rafi. Ela ainda identificou algumas das pessoas que a atacaram.
Milhares de pessoas compareceram ao seu funeral. A polícia prendeu 15 pessoas. Sete delas estariam envolvidas no assassinato. Entre os presos estão os dois alunos que organizaram o protesto em apoio ao diretor, que também continua preso.
Bnews
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