Comerciante é morto em assalto após receber R$ 15 mil na Ceasa de Simões Filho


A recomendação em um assalto é nunca reagir e foi o que fez o comerciante Euclides da Silva Moura, 34 anos, na tarde de sexta-feira (21), na Ceasa de Simões Filho, local de trabalho. Euclides foi surpreendido por um homem armado. Sem titubear, a vítima entregou ao assaltante um pacote contendo pelo menos R$ 15 mil em espécie. Ainda assim, mesmo sem esboçar qualquer reação, o comerciante foi baleado no tórax e acabou morrendo instantes depois.

Segundo testemunhas, o criminoso chegou ao local do crime sozinho, em uma moto. O corpo de Euclides foi levado para o Instituto Médico Legal Ninal Rodriguel, mas já foi liberado para ser enterrado em Petrolina, em Pernambuco, onde a vítima nasceu.

Euclides trazia de Petrolina num caminhão  frutas diversas para serem vendidas a outros comerciantes da Ceasa e também aos seus clientes, em um boxe no galpão II,  que herdou de um irmão. Nesta sexta, descarregou do caminhão mais de 700 caixas com acerolas, mangas, cajás e outras frutas.

No início da tarde, por volta das 13h, o irmão de Euclides tinha acabado de recolher o que faltava referente ao pagamemto  das mercadorias – aproximadamente R$ 15 mil, segundo os próprios permissionários do local.

Comerciante tinha acabado de receber o dinheiro das frutas que vendeu na sexta-feira, quando foi abordado
(Foto: Bruno Wendel)

Ao mesmo tempo que caminhava em direção a Euclides, o irmão dele era seguido pelo ladrão, a passos largos. ” Ele (ladrão) já estava parado a uns dez metros numa moto, esperando o irmão dele chegar com o pacote da coleta. Foi canal dado, com certeza”, contou um feirante, que não revelou o nome por questão se segurança.

O irmão de Euclides tinha  acabado de entregar o dinheiro a ele, quando o ladrão apontou a arma para o comerciante e gritou: ” perdeu, perdeu!”. Testemunhas relataram ao CORREIO que Euclides não esboçou nenhuma reação contrária, que calmamente entregou o pacote com a coleta. “Mesmo já com o pacote na mão, o ladrão atirou nele à curta distância e saiu correndo, fugindo na  moto”, contou outro feirante.

Euclides foi socorrido pelos próprios feirantes para a Unidade de Pronto Atendimento do Centro Industrial de Aratu (CIA), mas não resistiu. Ele trabalhava na Ceasa há mais de dez anos, era casado e deixou filhos.

Insegurança

A morte do comerciante trouxe à tona a insegurança na Ceasa. Os relatos dão conta de que os assaltos são constantes. “Não tem dia, nem horas, a vagabundagem age aqui de moto, carro, até a pé, e a polícia aqui sequer vem”, declarou um comerciante.

As vítimas não são  só quem trabalha no centro de distribuição. Quem compra também sofre com os assaltos. “Outro dia, um cliente meu teve R$ 12 mil levado quando chegava aqui. Ele foi abordado por dois homens numa moto. Esse meu cliente compra aqui para revender em Cajazeiras. Depois disso, nunca mais  veio”, contou outro feirante.

Fonte:correio24