Após declarações a favor de Bolsonaro, ACM Neto abandona campanha de Zé Ronaldo


A quatro dias das eleições, o prefeito ACM Neto (DEM) ‘jogou a toalha’ e abandonou a campanha do candidato ao governo, José Ronaldo (DEM). O clima de guerra teve início durante o debate na TV Bahia, na noite desta terça-feira (2), após as declarações do ex-prefeito de Feira de Santana com acenos ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).

“O povo está dizendo que o desejo de mudança é Bolsonaro”, disse o democrata nas considerações finais do programa. A declaração “surpreendeu” o prefeito de Salvador, que deixou o local antes do encerramento do debate.

Em nota à imprensa, Neto afirmou que a defesa de Zé Ronaldo a Bolsonaro não era sua e tampouco do Democratas. “Quero deixar registrado que esta não é a minha posição e nem a do Democratas. Seguimos trabalhando firme, como acontece desde o início da campanha, para eleger Geraldo Alckmin presidente do Brasil”, concluiu Neto.

O clima tenso repercutiu na manhã desta quarta-feira (3) e o prefeito cancelou toda a agenda que tinha pela frente com o candidato. Hoje pela manhã, o grupo estaria na carreata nos municípios de Irecê e Lapão, mas apenas o candidato ao Senado Jutahy Junior (PSDB) acompanhou o demista.

Outra demonstração do clima tenso está no comitê central de Zé Ronaldo, localizado na Avenida Bonocô, em Salvador. Quem esteve no local nesta quarta viu apenas o segurança sentado na porta do imóvel. “Entregue às moscas”, não há material de campanha para distribuição no comitê.

Repercussão

Jutahy se disse surpreso com o apoio de Zé Ronaldo a Bolsonaro, já que todo o grupo estava centrado na campanha do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB). “Fui surpreendido. Todos nós fomos surpreendidos. Eu fui surpreendido [com a declaração de Ronaldo]. Todos nós fomos. Eu vou votar em Geraldo Alckmin. É o candidato do meu partido, fui para a convenção, defendi ele”, assegurou em conversa com o BNews.

Vale ressaltar que Zé Ronaldo fez acenos durante toda a campanha e não declarava oficialmente o apoio a Bolsonaro.

A crise está instalada no grupo político de oposição do estado.