Assustador: Em menos de 24horas, quatro pessoas morreram aguardando a Regulação do Estado em Simões Filho


Despontando como um dos maiores problemas do setor da Saúde na Bahia, o ineficiente Sistema de Regulação é uma pauta constante nos veículos de comunicação da Bahia.  As reclamações se multiplicam por todo o estado e, na maioria dos casos, as queixas com relação ao funcionamento da Regulação têm sido mais contundentes. Por onde se passa é possível ouvir das pessoas relatos de casos de pacientes que esperaram meses por uma vaga, um leito, ou que perecem na fila.

De acordo com informações, somente neste final de semana, três pacientes que aguardavam por regulação em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RSM) vieram a óbito e na manhã desta segunda-feira (10), outra paciente veio a falecer.

Em relato, um conhecido funcionário da prefeitura, o popular “Ceará do Povo” que também teve um amigo vítima da regulação no último domingo (09), contou o desespero dos familiares que perderam seus ente queridos.

“Amanhã ia fazer oito dias que um irmão meu de coração, porque me acolheu desde quando eu cheguei aqui na Bahia, ficou internado aqui no hospital. Cada dia a situação dele ia piorando e o médico dizendo que tinha que fazer uma transferência urgente. Colocaram ele na regulação e eu lá e a família acompanhando todo o sofrimento. Imagine essa situação”, contou Ceará.

O paciente em questão é o senhor Crispim Fernandes de Carvalho, de 59 anos. Ele deu entrada no Hospital Municipal na última terça-feira (04), com problemas no rim e na próstata, mas não conseguiu ser transferido a tempo de realizar uma cirurgia.

Segundo Ceará, o prefeito Diógenes Tolentino por diversas vezes tentou intermediar a transferência dos pacientes, inclusive a secretária de Saúde, Maria Betânia esteve pessoalmente na regulação na tentativa de agilizar a transferência, mas não obteve êxitos.

“Eu estive falando pessoalmente com o prefeito, ele ligou para Dr. Betânia e pediu que ela fosse lá pessoalmente, ela foi lá na sexta-feira, ligou para o hospital mandar um novo relatório com o estado de saúde, mas não deu tempo. Crispim faleceu. Governador, o senhor fala na televisão que é correria. É correria para a morte”, desabafou Ceará.

Além do Sr. Crispim, uma paciente identificada como Valdelice e mais dois senhores vieram a óbito sem tempo hábil de serem transferidas pela Central de Regulação, que em Simões Filho já foi classificada como a “Central do Extermínio”.