Moradores do Condomínio Ipitanga em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS) estão passando por um verdadeiro sufoco. Em todos os condomínios do Minha Casa Minha Vida (MCMV) as queixas dos moradores são frequentes ao que se refere à limpeza urbana e iluminação pública, que é dever da prefeitura.
Em entrevista ao programa “Panorama de Notícias”, transmitido pela rádio Simões Filho FM 87.9, na manhã desta segunda-feira (06), o síndico do Conjunto Habitacional Ipitanga, Sr. Flávio comentou sobre o descaso com o qual a atual administração municipal tem tratado os condôminos.
“Eu já entrei em contato com todas as secretarias mandando ofícios, cobrando iluminação e limpeza do condomínio que se encontra abandonado. Aliás, o prefeito tem um acordo com todos os síndicos, que seriam limpos os condomínios, que seriam iluminados, mas até agora nada foi feito. Inclusive o ex-secretário Alan Lima recebeu de minha mão um ofício com a numeração de todos os postos dizendo quais estão apagados para que eles viessem trocar, mas até agora nós estamos esperando. Por enquanto é só promessa”.
Outra queixa do síndico é com relação à construções irregulares dos moradores que insistem em ampliar os seus apartamentos batendo lajes, fazendo garagens e puxadinhos. Segundo Flávio, isso só acontece porque não tem nenhum tipo de fiscalização por parte da prefeitura.
“A gente tem a secretaria de Meio Ambiente, de Ordem Pública e de Habitação que é para fazer esta fiscalização, mas nem aqui eles vêm. O nosso condomínio está se acabando porque as pessoas tem que ter consciência e a prefeitura tem que fazer a parte delas”.
O síndico apresentou um orçamento divulgado pelo Ministério das Cidades, onde o município teria um montante significativo de recursos para serem aplicados em ação social para as famílias beneficiárias do programa, mas que não pode ser usado por falta de empenho da gestão em realizar uma licitação.
“Todos os condomínios tem do Ministério das Cidades 6 milhões e meio liberados para fazer serviço social e precisa que o prefeito faça licitação para contratar a empresa. A gente cobra, mas o prefeito está lá sentado e não faz nada. O dinheiro está lá, só para os Ipitanga é R$ 574 mil e não vem porque não é feita a licitação”.
Sobre o secretário de Habitação, João Contador, Flávio disse que tem sido um parceiro dos síndicos, mas infelizmente ele não pode fazer nada sozinho. Já no que se refere à Secretaria de ação social, só restaram queixas.
“Da Secretaria de Ação Social até agora não foi feito nada dentro do condomínio Ipitanga. Eu tenho pessoas aqui carentes e as vezes sou eu mesmo que corro atrás e faço a cesta básica para dar a essas pessoas, porque a Secretaria não faz nada”.
Sobre a vereadora e primeira-dama Kátia, que também está inserida no contexto da ação social, o morador informou que não conseguiu se quer marcar uma reunião com a mesma.
“Eu já tentei marcar quatro reuniões com a vereadora Katia e simplesmente ela não me atende. A gente precisa ter um diálogo aberto para que a gente possa discutir as coisas do condomínio”.
Flávio atualmente trabalha como vigilante em uma escola da rede municipal e disse que teme retaliações, inclusive exoneração, por causa dos relatos feitos durante a entrevista ao repórter Romário dos Santos.
“A retaliação já é grande em cima da minha pessoa e eu sei que de amanhã em diante eu posso estar fora da folha, mas eu não me incomodo, eu luto pelo meu condomínio e vou continuar lutando”.
Flávio conta inclusive que já sofreu ameaças de vereadores e da própria assessoria de comunicação da prefeitura por causa das críticas que costuma fazer a gestão, mas segundo ele, sempre continuará a dizer a verdade.
Para finalizar, o representante da comunidade resolveu fazer um apelo direto ao prefeito Diógenes Tolentino e voltou a dizer que teme em perder o emprego porque está revelando a verdade.
“Quero pedir ao prefeito que olhe para os nossos condomínios. Nós estamos sofrendo e precisamos que o senhor olhe por nós. Nós somos 36 mil votos em Simões Filho em todos os condomínios, onde se elege um prefeito e o senhor se comprometeu com a gente e nós estamos ainda nessa fé que o senhor como homem de Deus vai resolver. Estamos aguardando a sua boa vontade de resolver o nosso problema. Espero que por causa dessa entrevista não me seja tirado o meu pão de cada dia, que é o meu trabalho, porque é dele que eu vivo”, finalizou.
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