Cerca de 9 meses após a morte do garoto Miguel em Simões Filho, os pais ainda esperam por justiça


Quase 9 meses após o garoto Miguel Pereira Santos, de 10 anos morrer vítima de um acidente envolvendo um ônibus escolar em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS) a família ainda não teve as respostas da justiça sobre o que provocou a tragédia.

Miguel morreu no dia 31 de outubro do ano passado, no pátio da Prefeitura Municipal, após sair da escola onde estudava. Testemunhas afirmam que Miguel tinha acabado de subir no veículo pela porta da frente, mas antes mesmo de terminar de entrar, o motorista teria arrancado e o garoto acabou sendo atropelado.

Durante a edição do jornal Bahia Meio Dia desta segunda-feira (23), a morte de Miguel voltou a ser comentada. De acordo com os pais do garoto, o inquérito sobre os verdadeiros culpados do acidente que vitimou a criança está longe de ser concluído.

“Semanalmente eu e meu esposo vamos à delegacia procurando sempre saber como está andando o processo, se eles têm algo para nos dizer até como uma forma de nós vermos que a justiça vai ser feita e não é isso que a gente está vendo, a gente não está constatando isso”, disse a mãe de Miguel.

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Ainda segundo os pais, a Prefeitura de Simões Filho prestou apenas apoio com as despesas funerárias do garoto, mas nenhuma ajuda social ou psicológica tem sido oferecida à família, desde então.

“A gente achava que eles seriam humanos, porque isso é humanidade da pessoa ela vir conversar com os pais que perderam um filho de dez anos, a gente contava com isso. Mas, a gente percebe que o mundo não é como a gente queria”, revelou o pai.

Muitos mistérios ainda rondam a morte do estudante. Embora os pais tenham utilizado as emissoras de TV mais de uma vez para chamar a atenção da justiça e quem sabe receber logo as respostas para todas as perguntas sobre a morte do filho, em Simões Filho parece que a justiça está andando em passos ainda mais curtos do que o normal, ou não existe interesse em de fato apontar os verdadeiros responsáveis pelo acidente.

Fato é que o caos envolvendo o transporte escolar em Simões Filho tem sido pauta de noticiários há algum tempo. Somente na semana passada, a própria TV Bahia esteve por duas vezes acompanhando a situação de irregularidades e superlotação nos ônibus que transportam os estudantes na cidade.

Tragédias como a que resultou na morte de Miguel já haviam sido anunciadas e continuam vulneráveis a acontecer, já que muitas crianças são transportadas em pé ou disputando espaços minúsculos nos ônibus com os adultos, sem qualquer critério de segurança.

Em resposta sobre a situação dos escolares cedidos pela prefeitura que atendem as redes municipal e estadual de ensino, o secretário de Educação, Manoelito Damasceno afirmou que em um prazo de 45 dias estará tudo resolvido. Já os pais de Miguel dizem temer ver outras famílias dilaceradas da mesma maneira que a sua foi, com a perda de um filho.

“Eu não desejo esse sofrimento para outra mãe, para outro pai, por isso que a gente tem ido em busca, a gente está lutando para que tenha essa melhora, porque são crianças gente”, finalizou a mãe.