Comunidade do Riacho Doce pede socorro: “Nós somos seres humanos e merecemos respeito; veja o abandono


Que muitas comunidades do município de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS) ainda carecem de infraestrutura, saúde, educação, saneamento básico e segurança não é novidade. No entanto, tem localidades em que realmente os munícipes estão vivendo em condições subumanas, a exemplo do Riacho Doce.

 O Riacho Doce é um bairro que está localizado entre o CIA 2 e o Centro da cidade. Por sua localização privilegiada, a comunidade carrega a expectativa de ser vista pelos poderes públicos e ter seus anseios atendidos, mas a realidade é bem o oposto disso.

A população não dispõe dos serviços básicos inerentes aos cidadãos e até mesmo as ações comuns que corriqueiramente acontecem em outros bairros, como roçagem e limpeza das escadarias, lá há muito tempo não acontece.

Todas as escadas que dão acesso ao bairro estão cobertas pelo mato. Algumas ainda apresentariam condições de uso se ao menos tivessem algum mutirão de manutenção, outras precisariam realmente de reconstrução, mas fato é que nada acontece.

Ratos, cobras e escorpiões transitam pelo mesmo local onde passam crianças e idosos, colocando a vida de todos em risco. As condições de higiene são inadequadas, a coleta de lixo é feita irregularmente, e somente o lixo doméstico é recolhido, sem a devida limpeza do local. O esgoto a céu aberto corre livremente pelas ruas e o mau cheiro toma conta do ambiente.

Por esse e outros motivos a comunidade se revolta e dispara contra a atual gestão municipal. “O Riacho Doce está abandonado. Nós não temos nenhum vereador que realmente lute pelo bairro e o prefeito simplesmente fecha os olhos para nossa comunidade. Diz que vai fazer, que vai fazer, agora quando, só Deus sabe. Tem coisas que realmente dependem de  investimentos e outras burocracias, mas não tem desculpa para a falta de limpeza do bairro, porque a prefeitura tem um contrato milionário com a empresa Jotagê”, disse a moradora Rafaela Matos.

 Ainda segundo a moradora, a revolta da comunidade é grande, tendo em vista que outros serviços que não são prioridade acontecem na cidade, enquanto no bairro o que é essencial ainda falta.

“Enquanto ele está construindo praça e asfaltando o Centro, nossas crianças estão pisando em esgoto e se arriscando no meio do mato. Isso é um absurdo gente, nós somos seres humanos e merecemos respeito”, concluiu.

Veja o abandono

 

Foto: Romário dos Santos