Homem é preso por agredir a esposa, é solto por decisão da justiça volta para casa e mata a mulher


A operadora de caixa Tauane Morais, de 23 anos foi assassinada a facadas por um ex-namorado que se dizia “inconformado com o término” do relacionamento, na última quarta-feira (06).


O acusado, identificado como Vinícius Rodrigues de Sousa já tinha sido preso no domingo (03) após agredir e tentar enforcar Tauane Morais, com quem tinha dois filhos e um relacionamento há quatro anos, mas foi solto por decisão da justiça, voltou para casa três dias depois e assassinou a mulher.

Mesmo com a prisão em flagrante durante a agressão, Vinícius foi liberado no dia seguinte – apenas com a restrição de não se aproximar da vítima. Apesar disso, nesta quarta (06), ele foi à casa da ex-namorada e a matou. Em seguida, tentou cometer suicídio.

Nesta quinta-feira (07), durante a segunda audiência de custódia de Vinícius, o juiz Aragonê Nunes Fernandes disse “não ter bola de cristal” para prever ameaças que poderiam se concretizar. Ele é o autor da decisão que mandou soltar o suspeito, três dias antes do crime. Nesta quinta, após a morte de Tauane, a decisão sobre o novo flagrante voltou à mesa do magistrado.

“Por não termos ‘bola de cristal’, não temos como prever aqueles que realmente concretizarão as ameaças que fazem. Prender a todos, indistintamente, não parece ser o melhor caminho a seguir.”

Prisão preventiva

Dessa vez, a decisão de Aragonê Fernandes foi diferente. A prisão em flagrante foi convertida em preventiva – por tempo indeterminado. Após a tentativa de suicídio, Vinicius foi socorrido e internado no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), onde permanecia até as 18h desta quinta.

Como justificativa para conceder a liberdade provisória ao suspeito – o que culminou na morte de Tauane –, o magistrado afirmou que “infelizmente, todos os dias recebe um grande número de autuados envolvidos em crimes relacionados à Lei Maria da Penha”.

Para Fernandes, “são comuns delitos de ameaça, de injúria e de lesões corporais”. Após dizer, na primeira audiência, que a medida protetiva era “suficiente” para preservar a integridade física da vítima, o magistrado voltou atrás e reconheceu a ineficiência da medida.

“Ao contrário! Mesmo ciente da impossibilidade de procurar a vítima, ele retornou à residência e retirou a vida dela, tentando ainda suicídio.”

Em depoimento à Polícia Civil, ainda no domingo (3), Tauane disse que já tinha sido agredida outras vezes pelo namorado, mas nunca denunciou. Ao G1, o delegado que investiga o caso, Eduardo Galvão, afirmou que o suspeito, que é do Piauí, não tinha passagens pela polícia no DF.