Sem fiscalização, Sistema de transporte em Simões Filho vai de mal a pior; usuários reclamam de irregularidades


O sistema de transporte municipal de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS) sem dúvidas tem sido um dos principais motivos de reclamações, queixas e descontentamento da população local.

Não é difícil encontrar pessoas diariamente se reportando a uma situação negativa que vivenciou dentro ou fora do transporte classificado como regular ou até mesmo do dito clandestino, que naturalmente tem dominado em todo o território municipal.

Na manhã deste sábado (19), um grupo de moradores procurou a reportagem do Mapele News para denunciar possíveis irregularidades. Segundo eles, desde que foi “liberada” a livre circulação das vans na cidade, os usuários que utilizam o cartão de passagem se sentem prejudicados.

Isso porque os proprietários dos carros de menor porte não são obrigados a instalar o equipamento que faz a leitura do cartão de passagem, como é o caso dos micro-ônibus. Como nos micro-ônibus, além de instalar os aparelhos, os permissionários são obrigados a pagar uma taxa para a cooperativa referente à manutenção do equipamento, os proprietários estão, em sua maioria trocando os veículos maiores pelas vans. Neste caso, somente o usuário é quem sai prejudicado.

Um morador contou que costuma fazer mensalmente a recarga do cartão para economizar um pouco no transporte, mas, na manhã de hoje, ficou impedido de transitar para o seu bairro, porque a van que estava rodando para o destino, não disponibilizava a máquina.

“Isso chega a ser um abuso. Eles anunciam que quem tem o cartão poderia pagar a passagem mais em conta e ainda fazer a integração. Agora, a gente adquiriu o cartão e eles colocam as vans para circular sem a maquineta. Somente em Simões Filho que se vê essa bagunça no transporte, é inadmissível”, disse o morador Carlos Santos.

E essa não é a única reclamação de Sr. Carlos e da maioria dos usuários do transporte simõesfilhense. A falta de cortesia de motoristas e cobradores que frequentemente destratam os idosos, o descumprimento do horário de saída nos pontos de ônibus e a precariedade das condições dos veículos estão entre as queixas mais frequentes.

Desde junho do ano passado, quando o Ministério Público determinou que a prefeitura, através da Secretaria de Mobilidade Urbana (SEMOB) cumprisse o prazo estabelecido no TAC (Termo de Ajuste de Conduta) para regularizar o sistema de transporte, a população tem vivido a expectativa de dias melhores, mas parece que nem mesmo a justiça conseguiu impedir que a desordem continuasse fazendo parte da rotina de quem depende do sistema.

Desde que assumiu a administração, em janeiro de 2017, a SEMOB nada tem feito para minimizar os transtornos causados pela insuficiência dos veículos que atendem as comunidades, nem tem se preocupado em proporcionar o mínimo de conforto aos usuários do transporte.

A população também se queixa da conduta do secretário Jackson Bonfim, chefe da pasta, que parece ter fechado os olhos para a situação decadente que a cidade vive com relação ao transporte e ao trânsito, que vai desde a inoperância na fiscalização até a falta de ordenamento.