Revoltados com a situação da violência em Simões Filho, vereadores detonam descaso do governador e conclamam a população


Os vereadores de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador se uniram durante a sessão desta terça-feira (27), para repudiar a questão da inoperância do Governo do Estado com relação a falta de segurança na cidade e conclamar a população a responder ao governador nas urnas, durante as próximas eleições, quando Rui Costa possivelmente se candidatará a reeleição.

De acordo com os edis, embora a segurança pública seja responsabilidade de todos, o dever de gerenciá-la é do Estado, conforme determina a Constituição Federal. Neste sentido, os parlamentares se mobilizaram e além de se comprometerem em buscar soluções indo diretamente a Secretaria de Segurança Pública, os edis utilizaram a palavra franqueada para defender seus pontos de vista.

O vereador Del salientou o acréscimo significativo do número de homicídios durante o mês de fevereiro falando que “a polícia da Região Metropolitana foi remanejada para o Carnaval e nós ficamos descobertos, por isso que justamente no período do Carnaval aumentou o número de violência em Simões Filho, por falta de segurança, por falta de guarnição. Sabemos que a segurança é um dever de todos, mas é responsabilidade maior do Governo do Estado”.

Eri lembrou que tinha uma relação de amizade com Rui antes dele se tornar governador, mas disse que, pela situação de Simões Filho, não tem condição nenhuma de defender o governador. “O negócio está grave. É uma discriminação que eu acho que deveria mobilizar toda a população a se atentar para essa situação. Vergonhosamente nós somos 19 vereadores, temos uma imprensa competente e esse governador ainda vem levar votos em Simões Filho. Se há uma discriminação com a gente, vamos discriminá-lo também nas eleições. Esquecê-lo!”

O vereador Orlando de Amadeu disse que o líder da oposição, Sandro Moreira deveria está envergonhado em defender o atual governador e lembrou que já fez parte do mesmo grupo político. “Este governo não respeita a cidade de Simões Filho. Eu me sinto envergonhado porque eu votei nele, nesse grupo e saí porque não aguentava mais ver a nossa cidade abandonada pelo Governo do Estado”.

Canjirana disse que, caso Rui seja candidato a reeleição, não sabe como ele vai se justificar diante de sua indiferença com a população simõesfilhense. “Eu quero saber quando o governador for questionado sobre a regulação, qual é o argumento que ele vai ter? Porque é uma vergonha. Como tratar da questão da segurança? Segurança é principalmente dever do Estado e isso a gente não pode esquecer”.

Embora seja um dos que se mantiveram na situação de oposição, Deni da Metalúrgica disse que concorda com as colocações dos outros edis sobre a violência. “Nós moramos aqui, sabemos que nossas famílias estão aqui e quando a gente vê uma cidade violenta, a gente realmente se lembra do Estado. É preocupante, mas não adiante ficar aqui conversando e não ter ações”.

A vereadora e primeira-dama Kátia, revelou que não tem mais esperanças no que se refere à intervenção do governador. “Vidas estão sendo ceifadas, famílias estão passando por momentos difíceis, perdendo seus entes queridos e nós não podemos simplesmente ficar de braços cruzados esperando que o Governo do Estado venha fazer alguma coisa. Porque ainda tem quem acredite que o governo vai fazer alguma coisa pelo nosso município, infelizmente eu não acredito mais”.

Arnoldo relembrou a votação expressiva que Rui teve em Simões Filho e disse que o gestor trata a cidade como se a população estivesse doente. “Tratando-se da segurança, nós não podemos nos esquivar da nossa responsabilidade. A responsabilidade está sobre a Polícia Militar e sobre a Polícia Civil, que têm que trazer um efetivo maior para dentro de Simões Filho. Mas não posso esquecer que o governador teve aqui no município 29 mil 914 votos. Eu não me esqueço disso e quando a gente vê essa falta de ajuda, parece que Simões Filho está com algum câncer ou deu amnésia no governador”.

O vereador Manoel Carteiro disse que “é preciso ir na Secretaria de Segurança pessoalmente, porque no ano passado já foi pedido uma audiência com o secretário, com o governador e não tiveram resposta”.

Adailton Caçambeiro concluiu fazendo observações sobre a falta de estrutura e apoio do Estado para com as forças policiais. “É realmente lamentável a situação do município com relação a segurança pública. O prédio da 22ª está todo degradado e um agente salientou que quando quebra uma viatura eles fazem uma vaquinha ou pedem a um empresário, amigos ou ao próprio prefeito para poder consertar. Isso porque se a viatura for para revisão, não volta. Eu quero deixar aqui registrado o meu repúdio ao Governo do Estado”.