“Daremos a resposta a quem ferir a lei”, diz Major Fábio Dias sobre índice de violência em Simões Filho


Os índices de violência cresceram assustadoramente no mês de fevereiro em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Nos últimos 23 dias foram contabilizados 14 homicídios, incluindo a morte do mototaxista Jadson Lubarino, na noite de quinta-feira (22) e da gestante Dhennyfer Nocato Soares Secundo, no inicio da tarde desta sexta (23).  Também foram registrados pelo menos 3 desaparecimentos e diversas ocorrências de furtos/roubos.

Durante a semana do Carnaval, somente em 48horas, 8 pessoas foram mortas e 3 atentados contra a vida foram registrados no município, trazendo a sensação de insegurança e medo aos moradores que deixaram de circular pela cidade, especialmente a noite.

Na última terça-feira (19), o comandante da 22ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) concedeu uma entrevista ao Mapele News e comentou sobre a visão da PM com relação aos fatos.

De acordo com o major, em janeiro de 2018 houve uma redução de em média 70% do número de homicídios com relação ao mesmo período do ano passado, mas com a chegada do Carnaval, a violência acabou se instaurando novamente. “Em janeiro tivemos a maior redução da RMS e no início de fevereiro nós vínhamos zerados, mas no período do Carnaval especificamente nós tivemos este pico de homicídios”, explicou ele.

Embora demonstre otimismo com relação ao restabelecimento da sensação de segurança na cidade com o início de um ciclo de operações ostensivas, durante os finais de semana, o comandante revelou que a marginalidade não dá tréguas e isso só aumenta o empenho da PM em combater a criminalidade.

“A partir desta semana, nós vamos continuar intensificando nossas ações para manter a tranquilidade que esse povo merece. A marginalidade estuda o sistema de segurança como um todo. Eles percebem quando há uma presença mais intensiva, quando há um declínio da nossa extensividade, mas enfim, o trabalho de inteligência vai ser feito, a Polícia Civil tem tomado conhecimento dos fatos e vai investigar pra dar uma resposta principalmente na busca dos autores desses crimes”, disse ele.

O major ainda comentou sobre os crimes que mais chocaram a população, como o triplo homicídio ocorrido no distrito de Pitanga de Palmares no último dia 13, onde marido, mulher e cunhado foram mortos e uma criança de 6 anos ficou ferida.

Nestes casos, o comando explica que a PM fica impossibilitada de evitar. “São crimes que praticamente não tem como a polícia evitar. Marginais adentrando a porta, como se evitar um crime desses?”, indagou ele.

Já sobre a morte do borracheiro Josemar Ferreira de Almeida, assassinado durante um assalto, na noite do sábado (10) próximo de sua residência, Dias revelou que “houve um grande clamor popular por justiça”.

Ainda segundo Dias, em geral, até 85% das vítimas de ocorrências violentas têm algum tipo de envolvimento com modalidade criminosa. “Muitos tinham passagem pela polícia e respondiam a inquérito por roubo, por extorsão ou por envolvimento com o tráfico também”, disse ele.

No entanto, o chefe de polícia afirma que acredita nas pessoas de bem que residem no município e essas podem, sempre que necessário, contar com o apoio da PM, mas completou dizendo: “quem ferir a lei nós daremos a resposta”.