Criança e familiares contam detalhes do triplo homicídio em Simões Filho; confira


Um criança de apenas 6 anos de idade presenciou uma das cenas mais cruéis que um ser humano pode viver, além de também ter saído machucada, na noite da última terça-feira (13) em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).

Seus pais, Erivaldo dos Santos, 41 anos e Jozilene dos Santos Ferreira, 25, e o tio Jair Cardoso dos Santos, 46, foram executados por volta das 23h, dentro de casa, na 1ª Travessa da rua J. Simões, no distrito de Pitanga de Palmares.

Em entrevista ao jornal A Tarde, a menina, que foi baleada na mão direita contou com detalhes como conseguiu sair de casa e pedir ajuda. Ela diz que subiu em uma cadeira, abriu a porta e os cadeados da grade do imóvel e saiu para pedir socorro.

“Minha avó! Minha avó! Socorro! Mataram minha mãe, meu pai e meu tio Jair. Foi um homem que entrou lá e matou eles”, dizia a menina ao chegar à casa da avó paterna – próxima ao local do crime.

Parentes das vítimas contaram que os suspeitos pularam o muro que dá acesso à área externa da propriedade e arrombaram a porta da cozinha, nos fundos, por onde entraram no imóvel de quatro cômodos.

O casal e a menina foram baleados no quarto. Jair foi encontrado ajoelhado e com a cabeça sobre uma cama próximo à entrada do banheiro. As pegadas de sangue de uma criança, no chão da residência, indicam que a menina saiu do quarto e foi até o tio antes de sair para pedir socorro na casa da avó.

Foto: Fala Simões Filho

“Quando a gente chegou na casa, apenas Erivaldo estava vivo”, contou Nanci Jesus Nascimento, 37, cunhada dos irmãos.

 “No caminho para o hospital, Erivaldo estava desesperado e dizia a todo instante  ‘Me ajude. Não deixe eu morrer’. Depois, ele disse que não estava aguentando mais, deu um suspiro e morreu, antes mesmo de chegar ao hospital”, revelou a cunhada que levou Erivaldo para o Hospital Geral de Camaçari (HGC).

Ainda segundo a cunhada, a caminho do hospital, Erivaldo disse que não deu para reconhecer os assassinos porque eles estavam encapuzados. Mas, também não disse quantos eram.

A aposentada Dinalva Cardoso dos Santos, 66 anos, mãe de Erivaldo e Jair contou que se preparava para dormir quando ouviu  tiros disparados em sequência. Instantes depois, a neta chegou à sua casa. A criança contou que viu apenas um homem encapuzado.

“Espero justiça… Não poderia ser assim.  É Jesus quem está me sustentando”, desabafou a idosa. Ela contou ainda que os filhos trabalhavam com conserto de lona, mas estavam desempregados e atualmente viviam de bicos. A nora vendia amendoim.

Outros parentes contaram que Erivaldo já cumprira pena por roubo no Complexo Penitenciário da Mata Escura. Ele saiu da prisão em novembro do ano passado. Ainda não se sabe se os antecedentes criminais do rapaz têm qualquer relação com o triplo homicídio.