Atualmente Salvador contempla uma frota de aproximadamente 2.600 ônibus urbanos convencionais e 300 da frota complementar. Os veículos com mais de 10 anos de uso começaram a ser substituídos no final de 2013, após a prefeitura ter estabelecido um prazo através de portaria.
Diante da determinação da gestão municipal, cerca de dois mil ônibus da frota convencional foram renovados e circulam com a identidade visual dos consórcios Integra Plataforma, Integra OT Trans e Integra Salvador Norte.
A Integra é a associação que congrega as atividades comuns das concessionárias do transporte coletivo por ônibus de Salvador vencedoras do Certame Licitatório 001/2014 promovido pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana de Salvador (Semob).
O grande problema é que a referida licitação não previa que as empresas interessadas tivessem a obrigatoriedade da aquisição dos veículos com ar-condicionado, ao contrário do que, à época, o então secretário municipal de Urbanismo e Transporte (Semut), José Carlos Aleluia (DEM), afirmou à imprensa em março de 2013.
Aleluia deu declarações empolgadas sobre a licitação prestes a ser lançada: “depois de 40 anos, a gestão do prefeito ACM Neto resgata o direito do cidadão de ter transporte coletivo digno e de qualidade, que o estimule a deixar o carro em casa para os seus deslocamentos pela cidade”. Esqueceu-se, porém, da promessa feita alguns meses antes.
Alguns dias após o aviso da licitação, eis que Fábio Mota, que havia sido secretário dos Serviços Públicos na gestão de João Henrique, substitui Aleluia, que cedeu o lugar para participar das eleições.
Mota, então, deu prosseguimento à licitação, que originou o sistema que vigora atualmente em Salvador e, de acordo com sua assessoria de imprensa “no contrato de concessão do sistema há a previsão de instalação de ar-condicionado apenas nos ônibus BRT”, ou seja, não há previsão de aquisição de novos veículos com ar-condicionado, muito menos de instalação de aparelhos de ar-condicionado nos ônibus que já circulam nas ruas da capital.
Apesar de Salvador contar com 96 veículos, entre ônibus executivos e micro-ônibus, que possuem ar-condicionado, em valores superiores aos R$3,60 cobrados nos ônibus convencionais, isso não reflete em benefício direto à grande parte da população que usa os ônibus convencionais. Vale lembrar que capitais como São Paulo e Rio de Janeiro possuem parte dos ônibus convencionais equipados com ar-condicionado.
Em 2016, Fábio Mota declarou em entrevista que “não tem como fazer” com que os ônibus regulares tenham ar-condicionado, pois além de não haver previsão no contrato, haveria problema do ponto de vista de mobilidade, uma vez que os veículos equipados com ar rodam menos.
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