Secretário fala sobre lixão, chama Tupy de barbeiro e diz que prefeito vai ouvir comunidades


O Secretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente de Simões Filho, Elias Melo explicou algumas questões relacionadas a vinda da Empresa de Tratamento de Resíduos Sólidos Naturalle para o município, que está causando grande insatisfação entre a população e ativistas sociais.


Em entrevista a rádio Sucesso FM, na manhã desta segunda-feira (24), Elias disse que a empresa é reconhecida a nível estadual e que em Simões Filho a principio, a Naturalle teria interesse em implantar apenas um aterro para resíduos oriundos da construção civil e não o famoso “lixão” como se tem discutido.

“É uma empresa reconhecida na Bahia e que tem serviço fora inclusive, a exemplo de Maceió. È uma empresa privada que está solicitando uma licença ambiental pra instalação de um aterro de inertes”, disse ele.

De acordo com Melo, a confusão em torno do tipo de resíduo que pode ser explorado pela empresa surgiu a partir de uma manobra feita pelo ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Paulo Alban, iniciada em fevereiro de 2016.


“Em fevereiro de 2016, diferente do que muita gente pensa, o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico assinou um documento, termo de anuência que seria pra esse empreendimento de resíduos inertes, que são restos de construção que inclusive é uma coisa sustentável. Se trabalha com esse resíduo, isso no mundo todo, quando se faz a política reversa, ou seja, você transforma esses restos de escombros em meio fio, em paralelo, da composição dos asfalto, etc.”, Explicou Elias

Para Elias o grande problema e que Alban inverteu o tipo de licença que deveria ser emitida, possibilitando a empresa a explorar resíduos de característica hospitalar e sanitária que podem causar algum impacto ambiental, classificada pelo secretário como “uma tremenda barbeiragem”.

O ex-secretário de desenvolvimento Econômico cometeu uma tremenda de uma barbeiragem. Quando era pra ele fazer um termo de anuência somente para produtos resíduos classe 2B ele colocou na anuência eu não sei com o que interesse, não sei o que aconteceu, pra classe 1 e, classe 2 B, incluindo resíduos hospitalares, o que nós estamos neste momento assumindo o compromisso em rever essa anuência.

Melo ainda levantou questionamentos sobre a qualificação de Paulo e de sua equipe. “Não sei nem qual é a formação dele, nem da equipe dele, porque pra um secretário de Desenvolvimento Econômico dar uma anuência a um empreendimento que causa impacto ambiental. Isso devia ser visto por um órgão ambiental”, afirmou

Segundo Elias Melo a procuradoria da prefeitura está tentando rever junto ao ministério público uma ação que anule uma parte da anuência e voltou a acusar Paulo da Tupy de barbeiragem.

A procuradoria da prefeitura do município está solicitando uma forma de rever esse documento pra que esse ele seja somente em cima de resíduos de construção civil. O ex secretário cometeu aqui um erro, uma barbeiragem, e claro que o ex-prefeito deve ter visto isso e se não viu então não estava fazendo a gestão junto com o secretário.

O atual secretário ainda disse que a Naturalle prometeu disponibilizar 170 vagas de empregos diretos e 400 indiretos e que neste sentido a empresa seria bem vinda, levando em consideração que o município produz muito resíduo e não tem aterro sanitário próprio.

“A gente tem que entender que nós produzimos resíduos. Simões Filho hoje produz em torno de 70 toneladas de resíduos por dia. Por tanto, será bem vindo qualquer empreendimento que venha pro município gerar emprego e nos ajude a fazer essa política e tratamento de resíduos, mas é preciso ter um estudo aprofundado. A gente não pode aceitar que uma empresa venha causando um impacto maior do que benefícios”, salientou.

Sobre a continuidade do processo, o gestor revelou que a prefeitura deverá ouvir a população e os empresários para que juntos cheguem a um acordo.

“È uma empresa séria e a gente espera que a comunidade junto com a prefeitura descubra o melhor caminho para resolver esse problemão. Eles vão ter que explicar e nós vamos ter que fazer um estudo muito profundo, vamos ouvir toda a sociedade acerca deste empreendimento, se isso traz benefícios, trás malefícios para cidade, nós precisamos discutir isso de forma tranqüila e responsável”, finalizou.