A vinda da Empresa de Tratamento de Resíduos Sólidos, Naturalle para Simões Filho, que promete a instalação de um aterro sanitário, tem abalado as estruturas da população local e causado grandes discussões entre populares, políticos, ativistas e outros grupos sociais.
Em entrevista concedida na manhã desta segunda-feira (17), à rádio Simões Filho FM 87.9, o ex-secretário de Meio Ambiente Ricardo Figueiredo que atuou junto à pasta no final da gestão do ex-prefeito Eduardo Alencar esclareceu algumas questões, até então ocultas sobre a liberação do alvará de construção do aterro sanitário.
De acordo com Ricardo, que assumiu a pasta dia 25 de abril de 2016, em sua primeira semana de gestão se deparou com inúmeros processos de liberação ambiental de várias empresas com a mesma intenção de construir aterro sanitário, porém, Ricardo afirma que da parte dele somente foi liberado um licenciamento para Usina de Tratamento de Resíduos de Construção Civil, o que não se refere ao popular “Lixão”.
Ainda conforme Ricardo o município não tem competência para liberar implantação de empresas desta natureza, que dá destinação a todo o tipo de resíduo. “Outro detalhe maior é que o município não tem competência de licenciar Lixão, se eu tivesse feito isso seria crime ambiental. Quem libera isso é o Inema”, disse ele.
O ex-secretário relata que se a empresa não tiver providenciado junto ao Inema a liberação do alvará para aterro sanitário, a obra estará irregular e caberá intervenção da prefeitura para embargar a construção.
Segundo Ricardo, ao dar entrada no processo de licenciamento, a empresa prometeu disponibilizar 30% do material coletado pra fazer asfalto em ruas do município e que isso para ele foi considerado um ponto positivo, crucial para a liberação do alvará, tendo em vista que o resíduo produzido não traria danos ambientais.
“O tratamento de construção civil só vai gerar poeira. Não existe licença para lixão hoje em Simões Filho, o que existe ali é para tratamento de construção civil”, Revelou ele.
Após a entrevista, o ex-prefeito Eduardo Alencar que também se posicionou sobre o caso, aproveitou a oportunidade e entrou em contato com a reportagem do Mapele News para denunciar outro fato relevante acerca da vinda do lixão para Simões Filho.
Segundo Eduardo, o grupo que está fazendo a obra participou diretamente da campanha do atual prefeito de Simões Filho, Diógenes Tolentino. “O alvará de construção foi dado no primeiro mês de janeiro”.
“Eles me mandaram insistentemente o preposto para liberar o alvará de construção, Na minha gestão orientei o ex secretário de obras Mozart Cabral para não conceder, mas no primeiro mês de janeiro o atual secretário Elias Melo deu a autorização”. Afirmou Eduardo.
Ainda segundo Alencar, a empresa Naturalle é do ex- governador da Bahia Paulo Souto, que participou diretamente da campanha de Dinha. “Não estou afirmando nada, mas o que está causando estranheza em mim e na população é o porquê essa autorização foi assinada no primeiro mês de janeiro”, pontuou Eduardo.
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