Em sessão ordinária, realizada na noite desta terça-feira (21), na Câmara de Simões Filho, o líder do atual governo e vereador eleito, Orlando Carvalho de Souza (PSDB), foi à tribuna fazer uma grave denúncia sobre a distribuição do peixe no município durante os festejos da Semana Santa, na administração do ex-prefeito Eduardo Alencar.
O Projeto de Lei de nº 007/20017, enviado pelo prefeito Diógenes Tolentino, que dispõe sobre a doação do peixe às famílias carentes de Simões Filho gerou uma grande discussão entre os parlamentares, levando Orlando de Amadeu a declarar publicamente ter conhecimento de irregularidades no processo de distribuição da carga, que de acordo com o edil era desviada para outras cidades baianas.
“O peixe era desviado para outros lugares. Caminhões de peixe não chegavam na assistência social porque iam direto para o endereço determinado”, declarou o vereador que logo em seguida retificou a informação. “Não tenho foto, nem filmagem, mas eu digo por que o peixe faltava para o povo e tinha bairros que não recebia o peixe”, revelou.
Após ser questionado pelo vereador eleito e líder de governo na gestão anterior Jailson Soares (PP) que propôs a abertura de uma comissão de investigação, Orlando preferiu recuar das acusações dizendo que não poderia trazer o passado à tona. “Não podemos formar mais uma Comissão porque já passou e não tem como mais trazer de volta”, disse ele.
Outro vereador da base governista no pleito anterior que também ficou bastante chocado com a informação, Deni da Metalúrgica (PSD), rebateu as afirmações do nobre colega e garantiu que a denuncia não tem fundamento. “Eu aqui com esse tempo de mandato eu nunca fiquei sabendo disso e não procede. Uma denúncia tem que está fundamentada”. Afirmou Deni.
Em entrevista ao vivo concedida na manhã desta quarta-feira (22) ao radialista Jairo Mascarenhas, na Simões Filho FM 87.9, o ex-prefeito Eduardo Alencar revelou que a informação não tem nenhuma procedência e que o vereador foi extremamente irresponsável em utilizar um espaço democrático para fazer acusações sem provas.
“Isso aí é uma grande mentira do vereador. Eu só posso analisar da seguinte forma, o vereador Orlando irresponsavelmente, sem nenhuma prova, vai na tribuna da Câmara e faz uma denuncia desta natureza. Para distribuir o peixe, nós tínhamos mais de cem pessoas envolvidas no processo desde as licitações até o ponto final que é a distribuição do peixe para as pessoas carentes”, salientou.
Eduardo conta que a fiscalização em torno do processo sempre foi intensa e que inclusive os vereadores precisavam interferir nos tramites da distribuição. “Nós cadastrávamos as pessoas carentes, ia pro conselho de assistência social, o conselho aprovava, os administradores distritais, os vereadores participavam, fiscalizavam e a população em si era quem mais fiscalizava”, explicou Eduardo.
O ex mandatário também fez questão de citar a então secretária Lúcia Abreu, responsável pela pasta na época, que de acordo com prefeito é uma pessoa idônea e de sua inteira confiança.
“Quem conhece Lucia Abreu sabe que ela é uma pessoa íntegra, então quem é Orlando pra falar da conduta dela. Eu só posso entender como uma infelicidade dele, num momento de angústia da administração dele falar um absurdo desses”, revelou Alencar.
Bastante indignado Alencar disse que não vai deixar barato as acusações, e que o vereador possivelmente responderá na justiça pela suposta denuncia envolvendo a gestão municipal dos últimos 8 anos.
“É uma coisa infundada, Improcedente, que não merece crédito, merece sim que ele seja acionando pela justiça para ele provar se houve realmente isso aí. Eu e dona Lucia Abreu devemos entrar com o processo porque ele vai ter que provar. Vou pedir a ata da Câmara, dar a um advogado para analisar e saber quais as providencia devem ser tomadas”, afirmou ele.
Eduardo finalizou a entrevista lamentando o ocorrido e atribui a situações que envolvem calunias e difamação por figuras públicas, como uma das razões pelas quais a política brasileira acabou perdendo a credibilidade.
“Nós procuramos dar tudo de nós para atender as pessoas, aí vem um vereador eleito pelo povo, e vai a tribuna sem nenhum documento que justifique uma denuncia grave como esta. É por este e outros motivos que o homem público está perdendo a credibilidade, em decorrência destes processos que acontecem na vida pública”, finalizou.
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