O Partido dos Trabalhadores afirma que, em seis meses de governo, Michel Temer aumentou gastos de cartões corporativos, promoveu jantares e gastou mais de R$ 500 mil com show de samba
Discursos de autoridade fiscal, corte de gastos e utilização de medidas para promover o crescimento econômico são os principais enfoques atuais do governo de Michel Temer. No entanto, o Partido dos Trabalhadores destaca que, embora tenha utilizado o discurso da austeridade fiscal, o peemedebista aumentou os gastos do governo como do planalto, promovendo festas e jantares.
O PT cita um estudo da Consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados divulgado na última semana, que aponta que os gastos totais do governo federal, descontados os repasses para Estados e municípios, terminarão 2016 em R$ 1,2 trilhão, o equivalente a 19,6% do PIB.
O crescimento é de 13,7% em relação a 2015 e 1,3 ponto percentual do PIB do país. O número para 2016 é uma projeção, feita com base nos gastos do governo até o fim de outubro.
Ao mesmo tempo, os investimentos encolherão em 2016. No ano passado, R$ 43,3 bilhões foram investidos até o fim de outubro. Em 2016, o montante foi de R$ 40,7 bilhões até o mesmo período, valor 6% menor.
A consultoria considera como gastos os salários dos servidores, ao custeio da máquina (aluguéis, gasolina, resmas de papel) e ao pagamento de juros da dívida. São considerados investimentos as obras públicas, a compra de maquinário, entre outros.
Despesas
Em setembro, o Partido dos Trabalhadores lembra que Temer promoveu um jantar no Palácio da Alvorada, com todos os 24 ministros de seu governo, os presidentes da Câmara e do Senado e também líderes da base aliada no Congresso Nacional. O objetivo foi pedir apoio à PEC 55 (na época, PEC 241).
Nesta quarta-feira (16), o presidente promove outro jantar, desta vez com senadores, para pedir apoio à aprovação da PEC.
As acusações do PT também referem que, no dia 7 de novembro, Michel Temer desembolsou, sem licitação, quase R$ 600 mil para promover um show para cerca de 600 convidados em homenagem ao centenário do samba.
No Diário Oficial da União foram publicadas duas dispensas de licitação para contratação de artistas que se apresentaram na cerimônia da Ordem do Mérito Cultural, na qual foram premiadas 36 pessoas.
As despesas do governo Temer com cartão corporativo entre junho e novembro deste ano somaram R$ 25,3 milhões, segundo informou o site Contas Abertas. As despesas nos cinco meses de governo Dilma em 2016 foram de R$ 17,8 milhões, quase 30% menores. Nos seis primeiros dias de novembro, R$ 3,8 milhões já foram pagos por meio do cartão.
Além disso, os gastos sigilosos realizados com o cartão corporativo cresceram quase 40%. Os valores secretos passaram de R$ 9,4 milhões nos cinco meses (janeiro a maio) do ano administrados por Dilma Rousseff para R$ 13 milhões no governo de Michel Temer.
Os gastos com publicidade em mídia exterior saltaram de apenas R$ 124 mil em agosto de 2015, para R$ 2,4 milhões em agosto deste ano, último mês atualizado na planilha da Secretaria de Comunicação. Um crescimento de 1.855%.
Além disso, em 2016, as despesas federais em jornais impressos explodiram, refere o PT. Em apenas 4 meses, esses gastos cresceram 934%. O percentual de publicidade federal destinado a jornais impressos cresceu de 1% para 7% de maio a agosto deste ano, na comparação com o mesmo período de 2015.
Os pagamentos federais ao grupo Folha/UOL, nos quatro meses de maio a agosto de 2016, foram 78% maiores que no mesmo período de 2015, chegando a R$ 1,12 milhão. No mesmo período, as empresas da Globo receberam R$ 15,8 milhões de repasses federais, 24% a mais que no ano anterior; enquanto o grupo Abril recebeu R$ 380,77 mil, um crescimento de 624% em relação ao ano anterior.
Ainda de acordo com a agência do PT, o governo Temer teve também gastos com compra de soluções informáticas da Microsoft e aviões da FAB, que segundo a reportagem, foram realizadas 781 viagens em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), sendo que em 238 delas tiveram como ponto final suas cidades de origem. A prática havia sido proibida durante o mandato de Dilma Roussef.
Deixe seu comentário