Ano de 2016 é o mais letal para imigrantes no Mediterrâneo


O ano de 2016 é o mais mortal para aqueles que tentaram a travessia pelo Mar Mediterrâneo, informou nesta quarta-feira (26) o porta-voz da Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), William Spindler.

Segundo o representante da ONU, “podemos confirmar que, ao menos, 3,8 mil imigrantes” morreram ou desapareceram desde o início do ano durante a travessia para a Europa. Os dados referem-se aos diversos incidentes registrados recentemente e, particularmente, aos testemunhos colhidos pela Acnur durante as operações de socorro ocorridas no fim de semana.naom_5810ecfd6fbf3

“Nós recebemos informações segundo as quais muitas pessoas estão mortas ou desaparecidas. Se trata, claramente, de uma estimativa”, acrescentou Spindler.

No ano passado, a Acnur havia registrado 3.771 mortes no Mar Mediterrâneo e a chegada de 1.015.078 pessoas à Europa. No entanto, o número deste ano é proporcionalmente maior se for considerado que, até outubro, “apenas” 327.800 imigrantes conseguiram fazer a travessia.

Por isso, a Acnur informou que uma pessoa a cada 88 faleceu ou desapareceu ao tentar chegar ao continente europeu enquanto em 2015 essa taxa ficou em uma morte para cada 269. Se for considerada apenas a área do Mediterrâneo Central, que é aquela que leva para a Itália através do Canal da Sicília, o índice sobe para uma morte a cada 49 pessoas que chegam com vida.

Os dados apresentados hoje ainda não incluem os 25 cadáveres que estão sendo levados para a Itália pelo navio Bourbon Argos da ONG Médicos Sem Fronteiras.    – OIM Os números apresentados pela Acnur diferem dos apresentados pela Organização Internacional para a Migração (OIM). Segundo a entidade, são 3.671 mortes no Mar Mediterrâneo até o dia 25 de outubro, sendo 3.195 na região central. Ao todo, 328,2 mil pessoas já chegaram à Europa pelo mar. (ANSA)