O “Príncipe do Guetto” estendeu seu principado para a Câmara dos Vereadores. Com 11.432 votos, uma quantidade substancialmente menor do que a costumeiramente levada para seus arrastões no Carnaval, Igor Kannário (PHS) deve levar para a Casa o que prometeu durante a campanha eleitoral: “A favela”.
O cantor contou com apoio importante durante a campanha: o do prefeito reeleito ACM Neto (DEM). O “namoro” entre os dois começou no ano passado, quando o democrata resolveu dar um “voto de confiança” ao pagodeiro e convidá-lo para ser atração do Carnaval de Salvador, no Campo Grande.
Na época, Neto justificou ter ouvido a “voz do povo”, que pedia insistentemente a presença do pagodeiro na grade de atrações da folia momesca.
A atitude do prefeito rendeu a gratidão de Kannário, que passou a fazer elogios públicos ao prefeito. O apelo popular do cantor acabou chamando a atenção dos dirigentes de partidos, que enxergavam na figura de Kannário alguém com potencial para ser um fenômeno das urnas nas eleições deste ano.
Em agosto deste ano, o pagodeiro confirmou seu ingresso na política: seria candidato a vereador pelo PHS. Na Câmara, não se sabe, entretanto, se o pagodeiro conhecido pelas polêmicas acumuladas ao longo da carreira vai se comportar com a delicadeza característica da realeza dos príncipes ou o jeito rude e briguento a que está acostumado. Logo após a eleição, depois de se dividir durante 45 dias entre carreira musical e campanha política, o cantor teve “febre emocional”.
Como vai administrar a vida dupla, também não se sabe. No entanto, Kannário já avisou que não pretende se afastar dos palcos que o coroaram “Príncipe do Guetto” e o projetaram como figura representativa da população que vive nas periferias da cidade.
Se o jogo de cintura demonstrado nos palcos será levado para a carreira política, só o tempo vai dizer. O Bahia Notícias tentou por mais de duas semanas realizar entrevista com o cantor para esta matéria, assim como fez com maior parte dos vereadores personagens desta série de perfis, mas não obteve resposta.
Por Bruno Luiz
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