Um grupo de vaqueiros fez nesta terça-feira (11) uma manifestação contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que julgou ilegal a prática da vaquejada no país. A caminhada ocorreu na Esplanada dos Ministérios, área central da capital. Atos semelhantes ocorreram em outros estados.
“Mediante algumas críticas, algumas coisas nas redes sociais, fomos provocados a vir mostrar à sociedade o que é realmente a vaquejada. Vaquejada é um encontro de famílias, vaquejada é tradição, é cultura, é renda”, disse Wildemberg Sales, um dos organizadores do Movimento Vaquejada Legal no Distrito Federal (DF). Ele informou que existem 45 centros de treinamento para vaquejada na capital federal.
De acordo com Sales, parte da sociedade não conhece a prática e a confunde com outras, como a farra do boi, por exemplo. Ele defende que não há agressão aos animais durante os espetáculos. De acordo com ele, em todo o país, cerca de 700 mil famílias vivem de forma direta ou indireta da vaquejada. Para Sales, este é mais um motivo para que não seja extinta.
“A vaquejada não quer ser extinta ela quer se adequar às novas regras. Não é a vaquejada de 30 anos atrás. É a nova vaquejada, com regras, com o estatuto. É isso que a gente quer da sociedade dos grupos de defesa [dos animais]”. Para ele, a proibição não vai resolver os problemas e pode levar a prática para o anonimato.
Muito comum no Nordeste, a vaquejada é uma atividade competitiva no qual o vaqueiro tem como objetivo derrubar o boi puxando o animal pelo rabo.
Julgamento no STF
Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional uma lei cearense que regulamentava a vaquejada. Com a decisão dos ministros, a prática passou a ser considerada ilegal. A ação que chegou ao STF foi movida pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que defendia que a prática estava relacionada a maus-tratos a animais. O voto da presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, desempatou o julgamento.
Para Sales, a lei considerada inconstitucional era importante para os praticantes da vaquejada. “[A lei] Era de suma importância porque não só visava o bem-estar do animal com regras claras, com penalidades aos donos de parque, vaqueiros e competidores, mas também resguardava os direitos dos vaqueiros”, disse. (Agência Brasil)
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