Três horas depois de paralisar o transporte público em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, os rodoviários voltaram a circular na tarde desta terça-feira (6). Os trabalhadores conseguiram um acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) para a implantação de duas unidades de segurança no município, uma da Polícia Civil e outra da Militar.
Ônibus parado durante a manifestação na Estrada do Coco, em Lauro de Freitas |
Segundo o diretor do Sindicato dos Rodoviários Metropolitanos, Mário Cleber, a paralisação foi suspensa por volta das 13h. “Fizemos um acordo com a Secretaria de Segurança Pública para que sejam implantados um Gerrc Metropolitano (Grupo Especial de Repressão a Roubos em Coletivos) e uma Gêmeos Metropolitana, como existe em Salvador. Era um pleito que o sindicato tinha há quatro anos. Eles aceitaram e encerramos o movimento”, afirmou.
De acordo com o diretor, no próximo dia 13 de setembro haverá uma votação no Centro de Operações, no CAB, em Salvador, para eleger os membros do comitê que vai acompanhar a criação e implantação das unidades. Ainda segundo o sindicato, seis mil rodoviários trabalham em Lauro de Freitas, distribuídos em 8 empresas e 880 ônibus.
Sequestros
A manifestação foi realizada por conta da falta de segurança. Segundo o Sindicato, nos últimos 30 dias, 25 ônibus foram sequestrados. Na semana passada, foram sete casos registrados.
“A última situação aconteceu no domingo. Homens armados sequestraram um ônibus que fazia a linha Jauá/ Barroquinha e obrigaram o motorista a seguir para o CIA, onde os passageiros foram saqueados. Havia cerca de 100 pessoas no coletivo”, contou Mário.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirma que “não tem medido esforços” para reduzir o número de assaltos a ônibus em Salvador e Região Metropolitana. O órgão explica ainda que um Comitê Integrado de Defesa do Transporte Rodoviário foi criado por representantes da SSP, incluindo as polícias Militar e Civil, além de membros do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, do Ministério Público, Tribunal de Justiça, da Defensoria Pública, Sindicato de Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps) e da Prefeitura de Salvador “para discutir iniciativas práticas de cada instituição envolvida no processo que resultem na maior proteção do sistema de transporte coletivo”.
O secretário da Segurança, Maurício Barbosa, criticou a atitude dos rodoviários. “Paralisar as atividades sem nenhuma comunicação prévia não ajuda a resolver o problema. Apenas promove prejuízos àqueles que mais precisam”, afirmou ele na mesma nota.
Segundo o diretor do sindicato, a paralisação aconteceu fora do horário de pico e não houve manifestação na saída das garagens. “Não fizemos fila dupla e não prejudicamos as pessoas que saem cedo para trabalhar. Também não impedimos a saída dos ônibus das garagens, assim, não prejudicamos nem os trabalhadores, nem os empresários. A manifestação estava prevista para terminar às 16h, justamente, para não atrapalhar os trabalhadores na volta pra casa”, afirmou.
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