Pai de Alan Kurdi lamenta passividade sobre drama de refugiados


O pai do menino que foi fotografado morto no balneário turco de Bodrun, em setembro de 2015 – imagem que ganhou repercussão internacional e chamou atenção para a gravidade da crise migratória – lamentou nesta quarta-feira (1º) a passividade da comunidade internacional diante do drama dos refugiados.

“Depois da morte da minha família, os políticos afirmaram: ‘Nunca mais’. Todos queriam fazer algo depois da foto que tanto comoveu. Mas o que acontece agora? As mortes continuam e ninguém faz nada”, afirmou Abdullah Kurdi, de 41 anos, em entrevista ao jornal alemão “Bild”.

No naufrágio no Mediterrâneo, além de Alan (inicialmente identificado pela imprensa mundial como Aylan), de apenas 3 anos, ele perdeu o filho mais velho, velho Galip, 5, e a mulher Rehab, 35. Ele não lamenta, no entanto, a divulgação da foto do filho mais novo, por considerar que “uma coisa assim deve ser mostrada para que as pessoas vejam claramente o que acontece”. “O horror na Síria tem que terminar. As tragédias do exílio também”, disse.

Morando atualmente em Erbil, no Curdistão iraquiano, o pai de Alan e de Galip sente que está mais seguro do que antes. “Para fazer o quê?”, questiona.

 Aylan Kurdi (Foto: Reuters)Alan Kurdi foi fotografado após morrer afogado na tentativa de atravessar o Mediterrâneo (Foto: Reuters)