As últimas manifestações de moradores no Conjunto Habitacional da Ilha de São João, em Simões Filho que estão insatisfeitos por conta da mudança do final de linha de ônibus para Mapele e conflito acirrado nesta última segunda-feira (08), com a necessidade da força e intervenção policial, já revela outro desdobramento considerado como “discriminatório” pelos moradores da zona rural do município. De acordo com informações de moradores do distrito de Aratu e Mapele sempre faltou respeito por parte da população da Ilha de São João que não aceita dividir o transporte intermunicipal com os moradores da região vizinha.
“Estamos sofrendo com a violência e estamos com medo. A revolta é que eles se sentem melhor do que nós e dizem que fedemos a peixe e folhas”, revelou uma moradora que ainda acrescentou. “É uma grande falta de respeito porque precisamos também utilizar o transporte”.
A equipe de reportagem foi procurada na tarde desta terça-feira (09), por moradores do distrito de Mapele que alegam que estão com medo por conta da violência sofrida durante as viagens, na altura em que os ônibus entram na Ilha de São João. De acordo com declarações dos moradores, eles não são culpados pela alteração realizada pela empresa Expresso Metropolitano ou pela Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (AGERBA), e denunciaram serem vítimas do vandalismo.
Conforme o desabafo dos moradores de Mapele que se dizem vítimas do conflito e violência acirrada nos últimos dias, a postura da população de Ilha de São João tem conotação discriminatória por sentirem superiores e também pelo cunho político que antecede as eleições; algumas pessoas necessitam de holofotes para se promoverem.
“Estamos com medo de utilizar o transporte da Expresso Metropolitana porque a população da Ilha de São João, quando o ônibus sobe para o Conjunto Habitacional para levar eles mesmo, inconformados por nós de Mapele também utilizar o transporte; estão nos apedrejando”, relatou uma moradora que consternada com o ato de violência disse ainda que uma criança de 8 anos que mora na região do Lote recebeu uma pedrada na cabeça.
“Nós avaliamos tudo isso com muita indignação e consternação pela falta de compreensão e respeito por alguns moradores da ilha de São João que estão tendo com a nossa comunidade. Talvez se não fossem tão egoístas e não só olhassem para o próprio umbigo, lutando juntos teríamos sim conseguido um excelente resultado quanto ao nosso transporte que hoje não temos mais”, desabafou um morador, após os ônibus não circularem por conta do conflito ocorrido na última segunda-feira.
Preocupados com o conflito e alegando que estão sendo discriminados, trabalhadores que necessitam do transporte para irem à Feira de São Joaquim, na capital baiana revelaram que é necessária uma medida urgente para conter a violência na comunidade vizinha.
“Eles lá deveriam estar lutando por mais ônibus, ao invés disso, brigam e causam tumulto por nada ao reivindicar algo que agora nem temos ônibus; nem fim de linha. Somos trabalhadores tanto quanto os moradores da Ilha de São João e se vendemos folhas, peixes, ou seja, lá o que for é para garantir o sustento da família que é suado e digno. Precisamos lutar pelos direitos e por um transporte público, mas deixando a vaidade de lado para que assim possamos ter nossas reivindicações atendidas”, disse um morador para a reportagem.
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