Familiares do adolescente Bruno Carvalho, 16 anos, encontrado morto na última quarta-feira (13) dentro da Comunidade de Atendimento Socioeducativo (Case/CIA), contestam a versão de que o óbito foi decorrente de suicídio, conforme fora divulgado pela instituição. De acordo com informações do jornal Correio, a tia do jovem, Vanilza Carvalho, afirma que o reconhecimento do corpo de Bruno no Instituto Médico Legal (IML) foi feito por um funcionário da Fundação da Criança e do Adolescente (Fundac), de prenome Marcelo. O corpo, afirma Vanilza, foi visto pela família já no caixão, durante o velório, na cidade de Teixeira de Freitas.
Ao informar a morte à mãe do garoto, Maurisa Carvalho, ela questionou sobre as circunstâncias, já que o filho não tinha nenhuma doença. “Contaram que acharam ele morto e mandaram a gente ir fazer o reconhecimento”, disse Vanilza. Ambas saíram de Teixeira de Freitas na quinta (14) e chegaram a Salvador na sexta (15).
“Em momento nenhum vimos o corpo. Um funcionário reconheceu e minha irmã perguntou se o rosto dele estava machucado e ele disse que estava perfeito”, afirma Vanilza. Ao pedir para ver o filho, Maurisa foi informada que teria que esperar, porque o local estava muito cheio. Na sequência, ela foi chamada para assinar o atestado de óbito, e ao voltar, Marcelo já havia feito o reconhecimento.
De acordo com a assessoria do IML, a família é responsável pelo reconhecimento, exceto em situações em que o estado de degradação do corpo não permite a identificação – neste caso, os parentes podem pedir que alguém reconheça o corpo. No velório, já em Teixeira de Freitas, Vanilza diz ter notado que o rosto do sobrinho estava muito roxo, com lesões no nariz e na boca. “Os olhos estavam muito roxos, o nariz arranhado e as bochechas vermelhas”, confirma a mãe, que após ver os ferimentos, não acredita na versão de suicídio. “Eu não aguentei, na hora eu gritei ‘Marcelo, você disse que meu filho estava normal’’”, aponta Maurisa.
Procurada, a Fundac afirmou que a liberação do corpo foi feita pela mãe e informou que deu assistência à família, garantindo o transporte até Teixeira de Freitas em um veículo do órgão. Na quinta-feira (14), a assessoria da Fundac divulgou que as informações indicavam o suicídio, já que Bruno foi encontrado com um lençol amarrado ao pescoço. Um socioeducador entrevistado pelo Correio afirma, no entanto, que o menino foi espancado por outros internos.
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