Soldados de missão da ONU no Haiti têm filhos e os abandonam no país


Pelo menos 29 pedidos de paternidade foram solicitados a militares integrantes da missão de paz das Nações Unidas no Haiti (Minustah) desde 2004. Desses, 18 casos foram classificados como abandono, em que militares engravidam mulheres do país e, ao retornar aos países de origem, deixam para trás os filhos sem qualquer apoio. As informações são da Associated Press.

Este foi o caso de Rosa Mina Joseph, que manteve um relacionamento com o uruguaio Julio Cesar Posse. O militar a visitava frequentemente e tinha prometido se casar com ela. Porém, depois de um ano, voltou ao Uruguai e deixou para trás Rosa de 17 anos, com um bebê que ela nao podia sustentar sozinha. Embora tenha engravidado uma jovem menor de idade, o soldado uruguaio não deve enfrentar os tribunais, já que membros de missões da ONU não podem ser processados nos países onde trabalham sob acordos internacionais. “Quero que ele assuma a responsabilidade de cuidar do filho”, lamenta Rosa.

“Não estamos enfrentando uma onda de pedidos de paternidade. São todos casos antigos”, rebate Ghandi Shukry, chefe de Conduta e Disciplina da missão. Os relacionamentos entre membros da missao e habitantes são vetadas.

A missão foi enviada à ilha depois de uma rebelião que derrubou o presidente Jean-Bertrand Aristide. Foram reportados diversos casos de estupros e outras forams de abuso desde então. Em 2010, um grande terremoto atingiu o país, o que aumentou os contingentes militares. Atualmente, há 4.899 militares de diversas nacionalidades no país.