Pelo menos 60 mil migrantes morreram ou desapareceram nos últimos 20 anos enquanto tentavam chegar a algum país desenvolvido, informou nesta terça-feira (14) a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Do número total, 10 mil morreram depois outubro de 2013 ao tentarem atravessar o Mediterrâneo para alcançar a Europa.
A tendência geral é de aumento da mortalidade nas rotas migratórias, com 5.400 migrantes mortos em todo o mundo em 2015 e 3.400 apenas na primeira metade de 2016, 80% dos quais no Mediterrâneo.
No entanto, a OIM considera que os números são subestimados, já que muitas vítimas desaparecerem no mar ou em locais remotos e os seus corpos não são encontrados nem entram nas estatísticas.
A rota migratória que passa pelo Mediterrâneo central, entre o norte da África e a Itália, é a mais perigosa e onde se multiplicam os naufrágios. Boa parte dos corpos de migrantes mortos no local não são encontrados.
Segundo a OIM, em 2015 foram recuperados os cadáveres de menos da metade dos que morreram no Mediterrâneo.
“Desde o início de 2016, a taxa de mortalidade no Mediterrâneo central é de uma morte para cada 23 pessoas que tentam atravessar o mar, o que é uma estatística chocante”, disse o diretor do Centro de Análise de Dados da OIM, Frank Laczko. Ele afirmou que “o risco de morte é maior, embora não tenha aumentado a quantidade de pessoas que tentam fazer a travessia”.
Laczko indicou que as 60 mil vítimas mortais documentadas constituem “uma estimativa muito moderada” em comparação ao número real de mortos.
Um dos problemas detectados é a inexistência de uma central de informação para as famílias dos migrantes desaparecidos.
No caso da fronteira entre o México e os Estados Unidos, a OIM usa dados do Centro Colibri para os Direitos Humanos, que indicam 2.700 pessoas desaparecidas em 2015.
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