Com afastamento de Cunha, bolsa recua com incerteza política


O mercado financeiro reage com cautela ao afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki, nesta quinta-feira (5).

Investidores e analistas avaliam as implicações da medida para um eventual governo sob o comando do atual vice-presidente Michel Temer. Também preocupam as dificuldades que Temer estaria enfrentando para montar um governo pró-mercado.

As incertezas políticas, somadas à cautela no cenário externo, levam o Ibovespa a operar em baixa. O dólar oscila perto da estabilidade, em mais uma sessão sem atuação do Banco Central no mercado de câmbio.

Os índices acionários globais mostram pequenas variações, apesar da alta do petróleo, digerindo dados mostrando desaceleração do setor de serviços na China e aumento do número de pedidos de auxílio-desemprego acima do esperado nos EUA.

O Ibovespa operava há pouco em baixa de 1,70%, aos 51.657,44 pontos.

“As reações de investidores ainda se encontram longe de um consenso, pois ao mesmo tempo em que pode parecer ‘positiva’ a saída de Cunha, também pode complicar a aprovação de medidas econômicas em eventual governo Temer”, afirma a equipe de análise da corretora H.Commcor, em boletim.

Já os analistas da Lerosa Investimentos destacam as incertezas em torno de um eventual governo Temer. “A fala de Temer mencionando que não poderá executar o corte de ministérios inicialmente projetado, e a especulação em torno de um ministério não tão ‘notável’ assim, incutiu cautela aos investidores, ao sinalizar que a barganha por cargos no governo pode indicar dificuldades para futuras aprovações no Congresso”.