A taxa de desemprego do país atingiu 10,9% no primeiro trimestre deste ano, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a maior taxa já registrada pela metodologia da Pnad Contínua, pesquisa de desemprego lançada pelo órgão no primeiro trimestre de 2012 e que, divulgada mensalmente, mede taxas de ocupação e desocupação a cada trimestre móvel.
O levantamento mostra que houve aumento do desemprego em relação à última verificação no trimestre móvel encerrado em fevereiro (dezembro de 2015 e janeiro e fevereiro deste ano), 10,2%. O IBGE sugere comparação do primeiro trimestre deste ano com o período de três meses encerrados em dezembro passado. Também nessa base, o desemprego avança. No último trimestre fechado do ano passado (outubro, novembro e dezembro), a taxa de desemprego estava em 9%. Há um ano – janeiro, fevereiro e março de 2015- o desemprego atingia 7,9% da população.
O número absoluto de desocupados – pessoas sem emprego, mas que buscam colocação – encerrou o primeiro trimestre deste ano em 11,089 milhões, alta de 22% em relação ao trimestre encerrado em dezembro passado. Isso significa que, na passagem do último trimestre de 2015 para os três primeiros meses deste ano, 2,016 milhões que não buscavam trabalho antes entraram na fila do emprego.
Fila
Segundo o coordenador de Trabalho e Renda do IBGE, Cimar Azeredo, a alta do desemprego ocorre por causa da manutenção do cenário econômico ruim no país. Ele explica que, devido ao número grande de dispensas, muitas pessoas que não estavam em busca de oportunidade entraram na fila por um emprego, pressionando a taxa de desemprego.
“As pessoas dispensadas tendem a buscar trabalho logo em seguida. Como não encontram oportunidade no nível da posição que ocupavam, é comum que essas pessoas incentivem outros integrantes da sua casa a buscar também emprego para complementar a renda”, explicou Azeredo.
Há um ano, de janeiro a março de 2015, segundo a Pnad Contínua, o número absoluto de desocupados era de 7,934 milhões. O primeiro trimestre deste ano teve, portanto, alta de 39,8% na quantidade de desempregados em relação ao verificado um ano antes.
A população ocupada – que de fato está em um emprego – também diminuiu. Ao final de março, eram 90,639 milhões, queda de 1,7% em relação ao trimestre encerrado em dezembro (92,245 milhões). A relação é semelhante quando o número de ocupados é observado no intervalo de um ano. Houve queda, de 1,5%, em relação ao apurado no primeiro trimestre de 2015, quando a quantidade de pessoas ocupadas era de 92,023 milhões.
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