Sobe para 208 o número de mortos no massacre no oeste da Etiópia


O número de mortos do massacre de sexta-feira (15), em Gambela, oeste da Etiópia, subiu de 140 para 208, havendo ainda 102 mulheres e crianças sequestrados e mais de 800 cabeças de gado roubadas, indicou hoje o primeiro-ministro etíope.

Em um comunicado, Hailemariam Desalegn adiantou que o exército etíope abateu 60 atacantes e garantiu que irá perseguir os restantes, até que todos sejam detidos.

Na noite de sexta-feira, um grupo de homens fortemente armados, ligados à tribo Murle, que habita as regiões de Jongley e do Alto Nilo, no leste do Sudão do Sul, cruzou a fronteira com a Etiópia e atacou 15 aldeias de maioria Nuer, outra etnia sul-sudanesa que habita nas zonas fronteiriças dos dois países.

Em Gambella, a 50 quilômetros da fronteira do Sudão do Sul, além de etíopes Nuer, residem também de cerca de 272.000 refugiados sudaneses que fugiram da guerra civil que eclodiu em dezembro de 2013.

Nesta segunda-feira (18), Desalegn garantiu que os atacantes não têm qualquer vínculo aos apoiantes do presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, nem ao ex-vice-presidente e líder rebelde Riek Machar, que estão em conversações para formar Governo após uma guerra civil de quase dois anos.

A região de Gambela, virtualmente rodeada pelo Sudão do Sul, é cenário constante de confrontos entre as diferentes tribos dos dois lados da fronteira, mas nunca foi palco de incidentes desta proporção.