Cartão de Ponto: Ambiente de trabalho não é lugar para “fazer campanhas políticas”


Os acontecimentos políticos têm dividido opiniões entre os brasileiros, principalmente após os últimos episódios envolvendo indiciamento de políticos, conduções coercitivas, pedidos de prisão e manifestações nas ruas. Quem nunca ouviu as expressões coxinha e mortadela para designar críticos ou apoiadores do governo? E quem nunca presenciou um debate acalorado sobre impeachment ou golpe? No local de trabalho, entretanto, estas discussões merecem cuidado especial. Para a conselheira da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH Bahia), Denide Pereira, o ambiente corporativo não é o local apropriado para “fazer campanhas políticas”. “Mas é natural que o assunto seja abordado, afinal vivemos em uma democracia e a liberdade de expressão deve prevalecer”, afirma. Segundo Denide, é preciso ter muito cuidado. “O melhor é saber ouvir e pensar antes de emitir uma opinião, ter lucidez e bom senso”.

Expressar sua opinião exige cautela
Em um ambiente corporativo, é fundamental haver respeito e responsabilidade ao expressar opiniões. É o que indica a especialista. Ela aponta ainda que é preciso saber respeitar as diferenças e expressar as suas ideias sem induzir o outro a concordar. “Entrar em qualquer discussão querendo provar que eu estou certo e o outro está errado é uma forma de gerar conflitos”, diz.

Debate pode gerar demissão
Qualquer comportamento inadequado no trabalho pode gerar demissão. “Algumas organizações podem tomar decisões com base no seu código de ética se a situação estiver prevista como uma conduta passível de demissão”, avisa Denide. Há também a possibilidade de embasamento na Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT para demissão por justa causa, quando houver agressões físicas ou uso de linguagens e gestos inapropriados.