Óleo de planta pode ser usado para matar larvas do Aedes, aponta estudo


Anna Eliza Maciel diz que pesquisas apresentaram alto índice de mortalidade das larvas (Foto: Jéssica Alves/G1)

Um grupo de pesquisa da Universidade Federal do Amapá (Unifap) desenvolveu um produto inovador, que pode matar larvas do mosquito Aedes aegypti em depósitos de água por meio da extração de recursos biológicos da planta conhecida como sucupira, nativa da região amazônica. Apesar do resultado positivo, os testes ainda serão aprofundados para uma possível disponibilidade do produto para a rede pública de saúde.

De acordo com a pesquisadora e docente do curso de farmácia Anna Eliza Maciel, o estudo foi desenvolvido em conjunto com acadêmicos da graduação e apontou a eficácia de 70% no uso do produto em relação a mortalidade das larvas do moquisto, transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus.

A pesquisa descobriu que o óleo extraído da planta apresenta várias atividades biológicas, incluindo uma potencial propriedade larvicida, substância que destroi larvas.

A escolha dos testes com larvas do mosquito Aedes deve-se pelo índice no Amapá. O último dado divulgado pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (CVS) aponta que houve o registro de 4.086 casos notificados de dengue até dezembro de 2015.

A pesquisadora explicou que a maioria dos métodos de controle da dengue envolve agentes larvicidas em água e, portanto, o uso dos produtos naturais extraídos da região amazônica é considerado um desafio tecnológico e que pode beneficiar a população.

“Utilizamos matéria da própria natureza e conseguimos desenvolver um produto, à primeira vista, eficaz no combate às larvas. Neste contexto, a pesquisa aparece como alternativa viável para resolver este problema principal”, comentou a pesquisadora ao G1.