Parentes da Mãe Bernadete deixaram o Quilombo Pitanga dos Palmares, na Região Metropolitana de Salvador. A líder quilombola foi assassinada na semana passada.
Faixas de luto e policiais se revezando na área rural do quilombo em Simões Filho. A sede onde a líder quilombola Bernadete Pacífico foi assassinada, na quinta-feira (17) à noite, permanece trancada. A casa da família está com os portões fechados. Desde o último sábado (19), os parentes decidiram não voltar mais para casa.
“Foi uma decisão da família, se retirar do local. Até porque foi um impacto muito grande, os netos, meus sobrinhos viram a execução da avó. É uma coisa muito forte. Nós quilombolas somos resistentes, mas tudo tem um limite”, explica Juradyr Pacífico, filho de Bernadete.
Mãe Bernadete assistia à televisão quando dois homens usando capacetes entraram na sede da associação, renderam os netos dela e a executaram com mais de dez tiros. Pela maneira como ela foi assassinada, a polícia acredita em execução por vingança.
A Polícia Federal aumentou a quantidade de agentes que atuam no caso para contribuir com os trabalhos da Polícia Civil. Os investigadores já têm uma lista de suspeitos, pessoas com as quais Mãe Bernadete vinha tendo problemas de relacionamento: madeireiros ilegais, vizinhos violentos e traficantes suspeitos de agir na região do quilombo. Policiais também estão apurando se a morte dela tem alguma relação com o homicídio do filho, Flávio Gabriel, assassinado em 2017.
Nesta terça-feira (22), na abertura da sessão do CNJ – Conselho Nacional de Justiça, em Brasília, a presidente do CNJ e do STF – Supremo Tribunal Federal, ministra Rosa Weber, falou sobre o assassinato da líder quilombola, a quem conheceu durante visita à Bahia em julho de 2023.
“Eu faço esse registro para dizer que eu não esquecerei e que o Conselho Nacional de Justiça vai continuar se empenhando e gestionando no sentido do esclarecimento deste bárbaro assassinato”, afirmou a ministra Rosa Weber.
G1
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