A secretária de Saúde do município de Simões Filho, Iridan Brasileiro, em entrevista à imprensa local, na manhã desta quinta-feira (25/05), disse que denunciou ao Ministério Público, o “descaso do Estado com a ausência de leitos pediátricos e neonatais na Central Estadual de Regulação da Bahia”.
“Aqui em Simões Filho estive com a promotora da Infância e eu disse a ela: “não vou ficar perdendo crianças pelo descaso do Estado com a ausência de leitos pediátricos e neonatais pela Central Estadual de Regulação”, disse Iridan Brasileiro que ainda acrescentou que solicitou também uma reunião com o Ministério Público do Estado da Bahia.
De acordo com ela, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tem buscado junto à Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) e a Central Estadual de Regulação a garantia dos leitos de UTI pediátrico e neonatais por conta do aumento das doenças, principalmente, respiratórias e por conta do agravamento do adoecimento em bebês e crianças. Ainda de acordo com a secretária, a Central de Regulação do Estado tem dado sempre um retorno negativo dizendo “insuficiência de leitos”.
“Eu tenho um filho de 7 anos e eu não conseguiria mensurar nem a possibilidade de perder meu filho, imagine uma mãe que perde um filho. A gente que não é familiar também sofre com a perda e perder qualquer vida é muito difícil para a equipe, imagine uma criança”, lamentou a titular da Saúde.
Em entrevista, a secretária Iridan Brasileiro contou que, após várias tratativas com a Secretaria Estadual de Saúde da Bahia, através Central Estadual de Regulação, onde o retorno é sempre: “não temos vagas, não temos leitos”, ela se viu na obrigação de acionar o Ministério Público, Promotoria da Infância, Colegiados, como também acionou o COSEMS-BA (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde), na busca de uma solução e garantia dos direitos das crianças quanto à saúde.
“Nós não temos Unidade de Terapia Intensiva pediátrica e neonatal porque isso é da governabilidade do Estado e o SUS é desta forma: o Estado assume a alta complexidade e os municípios, a média e baixa e nós já estamos fazendo também o papel do Estado porque a UTI Adulto é alta complexidade, só que não recebemos por isso, e não temos como implantar leitos de UTI pediátrico e neonatal porque não temos nenhum tipo de recursos pra isso, e tem que ser em hospitais de referência”, explicou.
Apesar da ausência de leitos de UTI pediátricos (uma obrigação de garantia do Estado), segundo Iridan, “as equipes de Saúde em Simões Filho, tem feito o possível, manejando dentro da UPA e do Hospital Municipal, equipamentos e fazendo destas unidades, um cenário de UTI Pediátrica e Neonatal, com o objetivo de salvar a vidas de crianças.
Iridan Brasileiro chama a atenção para à extrema necessidade do Estado garantir vagas de leitos de UTI pediátrica, principalmente neste período, isso porque, desde o início do mês de abril há um volume/aumento de crianças com agravamento, por conta do período de sazonalidade onde é esperado às doenças respiratórias em bebês e crianças.
“O que tem ocorrido é que esse adoecimento neste período de sazonalidade ele tem se apresentado com maior gravidade e um volume maior, e eles (Estado), não entenderam que o momento é de muito volume de pacientes críticos, crianças e bebês que têm agravamento de casos e não ampliaram os leitos”, pontuou a secretária de Saúde.
Até esta quarta-feira, 24 de maio, 3 crianças com perfil de UTI estariam internadas no Hospital Municipal de Simões Filho (HMSF). Além delas, 4 adultos aguardam regulação do Estado e 10 adultos ocupam os leitos de UTI do município.
Os leitos de UTI do Hospital Municipal são UTI adulto, geral e estão pegando todos os perfis de adoecimentos gerais para adultos e hoje estão todos os leitos lotados”, concluiu.
Deixe seu comentário