A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou oficialmente dois novos tratamentos contra a Covid-19 em casos muito específicos, elevando o total destes fármacos a cinco.
Em um relatório que será publicado na sexta-feira, 14, na revista médica The BMJ, os especialistas da OMS recomendam um tratamento à base de anticorpos sintéticos, o sotrovimab, e um medicamento em geral usado contra a poliartrite reumatoide, o baricitinib.
Mas estes medicamentos não são destinados a qualquer paciente.
O sotrovimab é recomendado para pacientes que contraíram covid-19 sem gravidade, mas com alto risco de hospitalização. Seu benefício para pacientes que não correm este risco é muito baixo.
Quanto ao baricitinib, é recomendado para “pacientes acometidos de covid grave ou crítica” e o medicamento deve ser administrado “combinado com corticoides”.
Nestes pacientes, sua ingestão “melhora a taxa de sobrevivência e reduz a necessidade de se submeter à ventilação mecânica”.
Até agora, a OMS recomendava três tratamentos: os anticorpos sintéticos, vendidos com o nome “Ronapreve”, desde setembro de 2021; um tipo de medicamentos chamados “antagonistas da interleucina 6” (tocilizumab e sarilumab), desde julho de 2021; e os corticoides sistemáticos para pacientes graves, desde setembro de 2020.
O sotrovimab trata o mesmo tipo de pacientes do Ronapreve. “Sua eficácia contra novas variantes, como a ômicron, ainda é incerta”, afirmaram os especialistas da OMS.
O baricitinib “tem os mesmos efeitos” dos antagonistas da interleucina 6 e deve ser administrado ao mesmo tipo de paciente.
“Quando ambos estão disponíveis”, é preciso escolher qual dos dois usar “em função do custo, da disponibilidade e da experiência dos profissionais sanitários”, afirmaram os especialistas da OMS.
O baricitinib pertence a uma família de medicamentos chamada “inibidores da quinase Janus” e é usado contra a poliartrite reumatoide, uma doença autoimune.
No entanto, os outros medicamentos desta família (ruxolitinib e tofacitinib) não devem ser usados contra a covid, consideraram os especialistas, por falta de dados sobre sua eficácia ou sobre seus efeitos colaterais.
A OMS costuma atualizar regularmente suas recomendações de tratamento contra a covid, baseando-se em ensaios clínicos realizados com diferentes tipos de pacientes.
Contudo, o arsenal terapêutico não deixa de ser reduzido. Nos últimos meses, a OMS rejeitou o uso de vários tratamentos: a injeção de plasma de pacientes curados da Covid-19, a ivermectina e a hidroxicloroquina.
A tarde
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