“Se Lula voltar, nunca mais vai sair. A turma quer votar ainda neste filho do capeta”, ataca Bolsonaro


“A turma quer votar ainda neste filho do capeta. Se esse cara voltar, nunca mais vai sair”, afirmou Bolsonaro a apoiadores na entrada do Palácio do Alvorada, sem citar o nome do petista.

A fala do presidente sobre Lula aconteceu depois de Bolsonaro fazer um discurso contra os opositores da ditadura militar, que perseguiu opositores, instalou a censura nos meios de comunicação e cassou mandatos de parlamentares. Para reforçar o discurso contra a esquerda, o chefe do Executivo centrou as críticas na luta armada contra o regime autoritário e citou o guerrilheiro Carlos Lamarca.

“Quando o Lamarca passou, eu estava na porta da escola onde ele, em um tiroteio, feriu seis, a força pública deteve. Uma mulher (foi ferida) com um tiro na coxa. No dia seguinte ele conseguiu capturar o coronel Roberto Mendes Júnior e matou a paulada, foi descoberto o corpo, que foi encontrado dois meses depois. Esse é o herói da esquerda, matou a coronhadas”, disse Bolsonaro.

“Vale a pena escutar, a canalhada da esquerda continua a mesma coisa. Eles tinham um tribunal de honra, só praticavam justiçamento por fuzilamento. Avocaram o tribunal de honra, a canalhada, e resolveram matar a coronhadas porque se fuzilassem um tenente de 23 anos de idade, despertaria por parte das forças de segurança a localização. Mataram a coronhadas um tenente de 23 anos de idade. Quem matou foi o Lamarca, herói da esquerda brasileira. A turma quer votar ainda neste filho do capeta. Se esse cara voltar, nunca mais vai sair, escreve aí, tá?”, finalizou o presidente se referindo ao ex-presidente Lula.

Antes dessa fala, uma das apoiadoras bolsonaristas havia feito uma criança falar para Bolsonaro: “prende o Lula, por favor”. Ao que o presidente reagiu rindo, mas sem fazer comentário.

As declarações ocorrem dois dias após uma pesquisa do Datafolha mostrar que Lula lidera a disputa pelo Palácio do Planalto com 41% das intenções de voto, contra 23% de Bolsonaro. O ex-presidente da República voltou a ficar elegível após o Supremo Tribunal Federal (STF) anular as condenações que lhe haviam sido impostas pela Operação Lava Jato.

Mais ataques a Lula

Mais tarde, em discurso no Mato Grosso do Sul, Bolsonaro voltou a atacar o petista e disse que o adversário só vencerá a eleição com fraude. O presidente chamou Lula de “bandido”, afirmou que a decisão que libertou o líder da esquerda foi uma ação apenas para permitir que ele possa ser candidato e voltou a defender o voto impresso como forma de evitar fraudes.

Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) foi apresentada por deputados bolsonaristas e ganhou apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), aliado a Bolsonaro.

Com informações da Reuters.