Após péssima administração à frente do Hospital Municipal de Simões Filho, APMI deve deixar a cidade em Janeiro de 2020


 A Associação de Proteção à Maternidade e a Infância de Castro Alves (APMI), gestora do Hospital Municipal de Simões Filho (HMSF), na Região Metropolitana de Salvador (RMS), deve, finalmente, deixar o município, para o alívio da população. A empresa administrou a unidade hospitalar desde 2014, a partir da gestão do ex-prefeito Eduardo Alencar, mas perdeu o contrato durante a licitação realizada em 2019.

No novo processo de licitação realizado este ano, a terceirizada perdeu o contrato e uma nova empresa ainda a ser anunciada irá assumir a gestão do hospital, segundo informações, a partir de janeiro de 2020.

Campeã em números de reclamações por atrasos de salários de funcionários, um dos principais motivos da saída da APMI, além da licitação, se deve aos diversos problemas no histórico de descaso com os trabalhadores e a baixa qualidade dos serviços prestados na saúde por parte da terceirizada considerada na cidade como uma das “piores prestadoras de serviços administrativos” que já pisou em solo simõesfilhense.

Fundado em 1996, o Hospital da cidade de Simões Filho foi administrado pela Prefeitura até 2014, quando o ex-prefeito do município e atualmente deputado estadual Eduardo Alencar (PSD) resolveu terceirizar o serviço, visando a melhoria do atendimento.

Embora a administração do HMSF esteja sendo feita pela APMI, a atuação da empresa terceirizada na gestão da unidade de saúde não foi suficiente para solucionar os problemas do local que, hoje, se encontra em péssima condição. A unidade funciona 24 horas possuindo: emergência pediátrica, emergência adulto, ortopedia e cirurgia; centro cirúrgico e obstétrico; duas enfermarias, sendo uma de clínica médica geral e outra da maternidade e cerca de 59 leitos de internação.

Alvo de diversas reclamações por parte da população, a empresa, que deve ser extinta da cidade, já recebeu duras críticas do atual prefeito Diógenes Tolentino que, impossibilitado, não pode retirar o caos implantado na saúde do município desde 2014. Sem direção, a empresa já mudou em 4 anos 4 diretores demonstrando assim total falta de controle administrativo.

Em entrevista no ano passado após total insatisfação, o prefeito disse que em sua gestão sempre pagou em dias os funcionários e fornecedores da Prefeitura, por não aceitar que as empresas terceirizadas atrasem o salário dos trabalhadores e prestem um mal serviço, uma vez que recebem em dias os recursos repassados pela administração municipal. Na mesma abordagem, Dinha revelou sua insatisfação com o trabalho desenvolvido pela APMI onde, segundo ele, solicitou a troca de todo o corpo administrativo do hospital.

Na entrevista, à época, o prefeito disse ainda que estava acompanhando de perto o trabalho da APMI e tinha cobrado a melhoria na prestação do serviço desenvolvido pela terceirizada e, caso não haja avanços, irá romper o contrato.

“Estou observando ao longo dos próximos meses e se permanecer a mesma conduta, nós vamos está observando o contrato e dar um fim a essa parceria com a APMI”, informou o prefeito, demonstrando extrema insatisfação com a atual situação.

Com a mudança de administração do Hospital Municipal, a Prefeitura, em parceria com a nova empresa terceirizada, pretende conduzir a gestão da unidade de saúde com mais responsabilidade, com a proposta de tornar Simões Filho uma das cidades referência em saúde na Bahia.

Risco de demissões em massa

Diante da ameaça de demissão por conta da saída da empresa terceirizada, os funcionários já amargam a preocupação de ficarem “na mão” sem receber suas verbas rescisórias por tempo de trabalho.

Neste sentido, alguns funcionários que não quiseram se identificar, por medo de represálias, pediram ao prefeito Dinha intervir, por meios legais, no pagamento das rescisões trabalhistas no mês de dezembro, antes da saída da empresa, para garantir a sobrevivência de suas famílias.

Preocupados com o pagamento de suas rescisões, os trabalhadores temem possíveis dificuldades para a manutenção de suas famílias. São diversos pais e mães com receio de perderem o sustento de seus filhos, depois de três longos anos de trabalho.