A tendência é que os médicos cubanos sejam substituídos por médicos brasileiros, conforme previsto na estrutura do Programa Mais Médicos do Governo Federal. Em 2015, já houve uma maior adesão de médicos brasileiros. Segundo o coordenador do programa na Bahia, Ângelo Castro Lima, os médicos chegaram ao estado em grupos, e os contratos estão sendo encerrados gradativamente.
Apenas os cubanos que se casaram tiveram direito a ter o contrato prorrogado por mais três anos. Na Bahia, foram 80 casos desse tipo. “Como chegaram em ciclos e o contrato é de três anos, o governo brasileiro, junto com o governo de Cuba, estabeleceu que os únicos que podiam permanecer seriam os que fizeram matrimônio”, afirma Ângelo.
Em média, a Bahia teve 1.070 médicos cubanos, mas atualmente conta com 818 devido ao período de substituição dos profissionais, com o encerramento dos contratos. “Geralmente o Ministério da Saúde tem de um a dois meses para fazer a substituição. Nos preparamos para receber de 150 a 200 médicos no mês de agosto”, explica.
Com a saída dos médicos cubanos das Unidades de Saúde da Família (USFs), a preocupação é que volte a acontecer vazios na cobertura de atenção básica. Segundo o secretário municipal de saúde de Dias D’Ávila, Caio Clécio Silva, os profissionais cubanos ocupam as vagas que não seriam ocupadas por brasileiros.
“É importante ressaltar a importância desse programa para os gestores da saúde, porque é uma oportunidade de provimento de vagas nos lugares mais longínquos. A gente sempre teve dificuldade de alocar esses profissionais, de fixar médicos nas zonas rurais”, explica o secretário.
Mas essa situação deve ser sanada com a terceira etapa do Mais Médicos, na qual os cursos de medicina criam vagas em residências para Atenção Básica, explica Ângelo Castro Lima. “A terceira etapa é a grande virada do programa. Todos os cursos de medicina são obrigados a formar turmas de residência. Eles farão um ano de residência e só a partir daí vão poder fazer uma especialização”, detalha ele.
Deixe seu comentário