Bahia está em alerta pela variante Delta e nova onda de Covid-19 não é descartada


Sinal de atenção em todo o mundo, a variante Delta já dá sinais de crescimento na Bahia, que agora contabiliza 14 casos e  dois óbitos decorrentes da nova cepa da Covid-19, de acordo com dados divulgados pela Secretaria de Saúde nesta quarta-feira, 22.

A variante, que é mais transmissível que a P.1, Gama, deixa a Bahia em estado de alerta e a secretária interina da Saúde, Tereza Paim, reforça a necessidade de manter os cuidados contra o vírus.

“É um estado de alerta, por isso nós estamos alertando a população. Nós não deixamos de ter o vírus presentes, ele está presente, mas lembrar que 80% da população da Bahia, do que a gente pesquisa em termos de sequenciamento ainda é aquela P.1, a Gamma”, afirma.

“A cepa Delta não é a predominante, mas ela está aí e se espalha muito rápido por isso que a barreira física, máscara, distanciamento, ainda é prioritária”, conta Paim.

Ela afirma ainda que o estado está preparado para uma possível nova onda da Covid-19, mesmo após o governo ter desmobilizado hospitais de campanha equipados nas fases críticas da pandemia.

“Estamos, sim, preparados, se uma nova onda vier, todos os leitos, aqueles 1.700 que nós estamos reconvocando para não Covid, virarem novamente atenção a Covid”.

No Papo Correria desta terça-feira, 21, o governador Rui Costa (PT) admitiu preocupação com a estabilização dos casos do novo coronavírus no estado, e que os índices mostram que as pessoas voltaram a se contaminar “com força”.

Depois de alcançar a marca de menos de 300 novos casos em 24h, a Bahia voltou a registrar mais de 1 mil contaminados neste mesmo período. De acordo com boletim divulgado pela Sesab nesta quarta-feira, 22, o estado somou 1057 casos de Covid-19 e 7 óbitos.

“Significa que a doença parou de cair, que o vírus voltou a contaminar com força as pessoas. Isso nos preocupa. Fica aquela sensação de liberou geral, tá todo mundo livre da doença. Isso não é verdade. Infelizmente, está longe de ser verdade”, disse Rui.

Vale ressaltar que estes foram os casos da Delta identificados até o momento, mas podem existir outros, já que o governo da Bahia não faz um mapeamento e acompanhamento de todos os contaminados.

A assessoria da Sesab explicou que a escolha das amostras que serão verificadas o sequenciamento genético para detectar qual variação do vírus se trata é feita com base na “representatividade” das diferentes regiões do estado e em casos específicos de contaminação, como de reinfectados e os que “evoluíram para óbito”.

“A escolha das amostras para o sequenciamento é baseada na representatividade de todas as regiões geográficas do estado da Bahia, casos suspeitos de reinfecção, amostras de indivíduos que evoluíram para óbito, contatos de indivíduos portadores de variantes de atenção (VOC) e indivíduos que viajaram para área de circulação das novas variantes com sintomas clínicos característicos”, respondeu a assessoria da Sesab ao grupo A TARDE.

Por ora, não há nenhuma estratégia diferente adotada para conter a progressão da variante Delta no estado, além do próprio “avanço da vacinação”, que até o momento é a única forma de frear a pandemia.

A Sesab informou ainda que não há previsão de que a variante passe a ser predominante na Bahia, como acontece em diferentes países do mundo, de acordo com o último relatório semanal da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, 74,5% dos genomas sequenciados em agosto eram da variante Delta do novo coronavírus.

Existe o temor de um recrudescimento da pandemia em todo o mundo, já que a variante Delta ser a mais transmissível entre outras cepas como Alfa, Beta e Gama, assim como tem maior poder de reduzir a resposta imunológica à vacina com o decorrer do tempo.

Luiz Felipe Fernandez