Vereadores repudiam mortes de munícipes por falta de regulação e pedem ao governo para assumir o HMSF


Depois de pelo menos três mortes confirmadas de pacientes por falta de regulação em Simões Filho em menos de 24horas, o assunto voltou a ganhar força na pauta da sessão desta terça-feira (11) entre os vereadores.

 O presidente da Casa Legislativa, Genivaldo Lima usou a palavra franqueada para comentar o problema e questionar o governo do estado. “Eu acho triste essa questão de manusear a vida do ser humano. Eu não entendo porque nos últimos vinte dias a dificuldade de regulação em nosso município aumentou demais. Não se consegue mais regular. Por quê? O que está acontecendo? Estão brincando com a vida das pessoas? Agora imagine a dificuldade, as pessoas tentam regular seus parentes, seus entes queridos e não estão achando vagas”, disse ele.

Para Lima, o governo está agindo contra a constituição, que assegura o direito a saúde para todo cidadão.  “O estado basicamente deveria assegurar, é um dever do estado assegurar a saúde, educação e a segurança do ser humano. Isso está lá na Constituição. É um dever. Mas, o que está se fazendo? Tentando culpar o município pelo desmando que está acontecendo. Tentar justificar que é nosso município que está sendo incompetente em sua administração. Não, não estamos sendo incompetentes, porque se o estado fizesse a parte dele, nós estaríamos salvando muitas vidas”.

Antes de concluir sua fala, o vereador resolveu fazer um apelo direto a Rui Costa, pedindo que o gestor esqueça a política neste momento e aja como ser humano, preocupado em salvar vidas, independente de eleição.

“Governador, se o senhor estiver me ouvido eu faço um apelo a vossa excelência, esqueça a política, seja o ser humano. Conheço o senhor desde o tempo do polo petroquímico. O senhor é ser humano, olhe para nossa cidade como ser humano e não como político. Esqueça essas vozes que estão dizendo ao senhor para fazer essas maldades com o nosso povo. O senhor não está prejudicando Dinha, Genivaldo Lima ou Jajai, o senhor está prejudicando o nosso povo que votou no senhor em massa na última eleição. Nós não merecemos senhor governador”, completou Lima.

O vereador Jailson Soares aproveitou a situação para contar um fato vivido por ele recentemente que, segundo o edil, ficou engasgado em sua garganta e não poderia passar desapercebido.

“Aqui em Simões Filho está acontecendo uma politicagem contra o governo Dinha, isso é fato. Eu tenho uma cabo eleitoral, amiga minha, que não está mais comigo porque um amigo do governador conseguiu transferir o pai dela pela regulação e eu não consegui. Ela hoje nem fala mais comigo, porque ela acha que eu poderia ter resolvido e não fiz. É isso que eles querem, que as pessoas devam favor a político. É a coisa mais errada do mundo e eu estou engasgado com isso. Ela hoje diz que deve favor a ele e nenhuma satisfação a mim, mas tudo bem”, revelou  Jajai.

Jailson enfatizou que é por isso que a cidade tem que eleger um deputado simõesfilhense, para que o governo e a Secretaria de Saúde do estado respeitem o município.

Em contra partida, o vereador Neco disse que acha interessante que os vereadores se unam para encaminhar um ofício ao governador com a assinatura de todos solicitando uma audiência pública, porque somente falar não vai gerar resultados. Ele também comentou sobre a questão da prioridade para pacientes com menos idade.

“Eles dizem que as pessoas que tem maioridade não têm prioridade, então se eu for para a regulação eu sou o primeiro a morrer, porque eu sou velho, não vão conseguir me salvar. Eu acho que a gente tem que acabar com isso de velho e novo. Todo mundo é gente, é ser humano. Então eu já estou na fila da morte se seu for para a UTI. Já estou até tremendo”, ironizou Neco.

Já o vereador Aldailton apresentou uma lista de cidades da Região Metropolitana que possuem um ou mais hospitais estaduais pedindo novamente que o Hospital Municipal seja estadualizado e chamou a atenção dizendo que “o governo do estado não respeita esta cidade e o que povo quer é somente respeito e não tapinhas nas costas”.