Recém chegado no Vitória, Carpegiani revela decepção; “Falta de maturidade”


Passar pano, aliviar, relevar. Nada disso faz parte do vocabulário de Paulo Cézar Carpegiani. Após a sua estreia à beira do campo, domingo (19), quando o Vitória voltou a perder de forma vexatória no Campeonato Brasileiro, desta vez para o Palmeiras, por 3×0, o técnico não escondeu a decepção com o elenco.

Já na sala de entrevista, o treinador foi questionado sobre o desempenho da equipe e fez uma leitura muito sincera. “Deixamos muito a desejar, sob todos os aspectos. Não temos muito o que dizer, todo mundo viu o que ocorreu. Não podemos desmerecer uma equipe que é outro patamar, outro tipo de investimento, que é candidata (ao título) a meu ver. Há uma diferença, mas a diferença foi muito grande. Encontramos uma equipe apática, sem a compostura que tínhamos que ter”, analisou.

Carpé pontuou que teve pouco tempo com o grupo, apenas três dias de treino, mas não escondeu que ficou decepcionado com o desempenho dos atletas. Como disse com clareza, ele esperava muito mais do que o que foi apresentado no campo do Barradão. “Esperava de minha equipe muito mais, mas sou obrigado a reconhecer que a falta de tempo também contribuiu, mas principalmente a falta de ambição, falta de garra, de disposição. Temos que agregar tudo isso. Temos que tirar esse time, ter algo mais. Tem muita gente no departamento médico, e o pior é que não vão voltar. Vai demorar um pouco de tempo. Estamos encontrando dificuldade, mas vamos tratar de superar. Vitória é muito grande. Também estou preocupado”, admitiu.

Atualmente, o Leão tem os desfalques de Willian Farias, Rhayner, Juninho, Walisson Maia, Guilherme Costa, Nickson e Luan, todos no departamento médico. A maior urgência de Carpé é contar logo com Farias e Rhayner.

Além da apatia vista no jogo, outra coisa que Carpegiani observou é que os atletas não conseguiram assimilar o que foi trabalhado  nos treinos da semana. Segundo ele, o elenco teve dificuldade de colocar em prática aquilo que ele orientou e solicitou desde a sua chegada. “Começou o jogo e não era aquilo que treinei. Desde o princípio já estava frouxo no meio. Segundo tempo melhorou um pouco. Um paradoxo. Por incrível que pareça, tivemos 58% de posse de bola, mas não criamos. O que me preocupa é essa inconstância, essa falta de entrega, de maturidade, que me passou essa equipe. Isso que me preocupa muito mais do que a parte como time, como equipe”, avaliou.

Após a rodada, que ainda está em andamento e se encerra hoje com um jogo entre Vasco e Ceará, o Vitória caiu para a 17ª colocação. Na zona de rebaixamento, o Leão tem 19 pontos conquistados em 19 rodadas. O mais preocupante é o saldo de gols: -19, o pior do torneio. O Leão também é o time que mais sofreu gols na competição: 39 – média de mais de dois por jogo.

Informações: Correio da Bahia